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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

BUTANTAN pesquisa molécula da saliva do carrapato-estrela e Brasil fica perto de ter medicamento para tratar alguns tipos de câncer, totalmente desenvolvido no país

O Brasil está perto de ter um medicamento totalmente desenvolvido no país. Pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo, apostaram na saliva do carrapato-estrela, de onde conseguiram retirar uma molécula para tratar alguns tipos de câncer, como o melanoma, um câncer de pele e tumores do pâncreas e dos rins.
A Organização Mundial da Saúde calcula que o Brasil terá, em 2015, mais de 24 mil novos casos desses três tipos de câncer. A descoberta, meio inusitada, foi por acaso, quando o grupo estava pesquisando um novo remédio para evitar a coagulação do sangue.

No laboratório, a molécula do carrapato-estrela foi testada em células humanas normais e doentes. No primeiro grupo, não acontecia nada, mas no segundo, a molécula matava células que tinham tumores.

“E aí o projeto teve uma mudança de rota. Nós resolvemos, além da atividade anticoagulante, começar a entender por que essa molécula matava células tumorais.”, diz a doutora Ana Marisa Chudzinski, do Laboratório de Bioquímica do Instituto Butantan.

Os cientistas começaram a testar a substância em animais.

“Cada ponto desses é uma metástase. E aqui tem o pulmão de um animal tratado. Foi induzido um tumor no pulmão na mesma condição que esse aqui, que não foi tratado”, explica Ana Maria.

A molécula usada nos testes não é mais extraída do carrapato, mas produzida em larga escala em laboratório. O próximo passo da pesquisa é o teste clínico, para confirmar se o remédio vai mesmo servir para os seres humanos. Lá se vão 12 anos de estudos.

“Nós conseguimos fazer desde o início, desde a pesquisa-básica até a produção final do medicamento viabilizando esse produto para sociedade e isso é um processo inovador, que não é só brasileiro. Isso é um conceito de inovação internacional”, explica Alexander Precioso, da Divisão de Ensaios Técnicos do Instituto Butantan.

Grande parte dos remédios vem da natureza. E o Brasil tem uma das maiores biodiversidades do mundo. Só que os cientistas acham que a burocracia não ajuda a conhecer melhor essa riqueza, mas, agora, o estudo de plantas e animais é a base de uma nova lei que pode facilitar a vida dos pesquisadores.

A lei sobre a biodiversidade brasileira, recentemente aprovada,  simplifica o acesso ao material retirado da natureza. Uma das mudanças é que o pesquisador vai poder se cadastrar pela internet, sem ter que apresentar tantos documentos para começar o trabalho.

Mas alguns grupos acreditam que as novas regras são mais favoráveis aos cientistas do que às comunidades indígenas, que também têm direito a essa riqueza.

O horto da faculdade de medicina da Universidade Federal do Ceará é o campo de trabalho do professor Manoel Odorico. A equipe dele descobriu uma planta que tem uma atividade anticâncer. “Dessa folha, é de onde se tira a substância que a gente determinou que tem efeito anticâncer”, diz o professor.

O estudo foi publicado em uma revista científica internacional. No Brasil, por causa da burocracia, não foi adiante. Mas nos Estados Unidos, foi diferente. A descoberta chamou a atenção de pesquisadores da Universidade de Harvard. A substância acabou patenteada pelos americanos. E mais: já é testada em humanos lá fora.

“Perde o país, perdemos nós pesquisadores, perde a universidade e perdem, principalmente, os pacientes que deixam de ter um medicamento genuinamente nacional a um custo bem abaixo do que é cobrado pelas indústrias farmacêuticas internacionais”, lamenta Manoel Odorico de Moraes, da Universidade Federal do Ceará.

No Brasil, os pesquisadores esperam mais estímulos para produzir trabalhos, como o teste do carrapato-estrela, que é brasileiro do início ao fim.

Fonte: G1

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