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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Agenda proposta por Renan para recuperação da economia gera debate no Plenário

A “Agenda Brasil”, proposta pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, como forma de contribuir com a recuperação econômica no país, provocou várias manifestações no Plenário. Enquanto grande parte dos senadores elogiou a iniciativa e criticou a votação de projetos da chamada pauta-bomba pela Câmara, senadores da oposição acusaram o governo de ser o principal responsável pela crise. Governistas, por sua vez, pediram a união dos partidos em prol do país.

A agenda (vide abaixo) proposta pelo presidente do Senado contém cerca de 30 propostas iniciais, que podem ser aprimoradas após discussão entre os senadores. A intenção é contribuir na busca de soluções que apontem para o reaquecimento da economia, aperfeiçoamento da segurança jurídica e melhoria do ambiente de negócios no país. Após o pronunciamento de Renan, os senadores se manifestaram durante duas horas e meia sobre as propostas.

O líder do bloco da oposição, Álvaro Dias (PSDB-PR), elogiou a agenda proposta pelo presidente do Senado. Para ele, as razões da crise na economia brasileira são a estrutura exagerada da máquina pública, que produz “gastos exorbitantes”; a dívida pública que cresce “de maneira assustadora”; e a ausência de um programa de fiscalização e controle dos gastos públicos com eficiência. O governo precisa, na opinião do senador, promover uma reforma na sua estrutura para ter autoridade de propor um ajuste fiscal.
— Nós queremos mais ousadia, mais coragem do governo na direção de mudanças fundamentais, com reformas essenciais para o futuro do país. Essa ousadia tem que atingir exatamente a essência da crise — cobrou Álvaro Dias.
Ao elogiar a atitude do presidente do Senado de propor a agenda, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) disse que cabe à classe política apoiar o que for melhor para o país. O senador criticou a aprovação, pela Câmara, de itens da chamada “pauta-bomba” e disse que o Senado cumpriu a sua parte ao apresentar propostas concretas para tirar o país da crise.
— Acho que hoje o Senado cumpriu a sua obrigação. Quem está lá fora, o povo, quer é proposta, coisa concreta para tirar o país da crise. Quem está lá fora está preocupado com o seu emprego, com a sua empresa, com pagar os financiamentos que obteve, com o futuro — afirmou Jader.
Ele também criticou a oposição. Disse que as mesmas empreiteiras que contribuíram com a campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República também repassaram recursos à campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Além disso, o ministro da Fazenda Joaquim Levy, "um homem do mercado", no entender de Jader é "melhor" do que o nome que a oposição anunciou na campanha eleitoral para conduzir a economia do país. O senador do PMDB afirmou ainda que, com a agenda apresentada por Renan, o Senado assume a tarefa de contribuir para a superação da crise econômica.
Responsabilidade
O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), por sua vez, apontou a existência de uma crise econômica, política e ética que gera um ambiente de incerteza e que o governo sequer tinha a humildade de assumir há poucos dias. Para o senador, o governo é o único responsável pela crise no campo econômico, e a oposição não pode ser responsabilizada pela crise política, originada no próprio Palácio do Planalto.
— Se olharmos a crise na sua dimensão política, vamos observar que as oposições brasileiras, que, juntas, não somam 20% do Senado Federal nem 20% da Câmara dos Deputados, não podem ter qualquer responsabilidade sobre essa crise política — disse o senador, que colocou o PSDB à disposição a ajudar na construção da agenda, desde que haja humildade por parte do governo.
Já para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), a oposição tem, sim, responsabilidade, porque muitas das medidas que o governo quer votar hoje foram defendidas pelos atuais opositores no passado. A senadora disse que a votação de uma pauta-bomba na Câmara não é contra a presidente Dilma Rousseff, mas contra o país, e apontou a crise política ao resultado acirrado das eleições.
— Há uma dificuldade imensa da oposição de reconhecer o resultado. Querem ganhar a eleição, novamente, em um terceiro turno.
A senadora também negou que a crise seja culpa do governo e a atribuiu à crise internacional como um dos fatores que contribuem para agravar as dificuldades econômicas do Brasil.
Impeachment
O líder do DEM, Ronaldo Caiado (DEM-GO), destacou a necessidade de acordos entre os líderes para que a agenda proposta por Renan não fracasse e não seja encarada como “mais um teatro”. O senador acusou o governo de alimentar a discórdia e apontou, no PMDB, falta de convergência interna por falas discordantes entre os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros. Caiado disse que a crise econômica e política foi causada diretamente pela presidente da República, e a solução da crise virá com o impeachment.
— A crise neste país vai ser resolvida imediatamente tão logo o PT e a presidente Dilma saiam do comando do país. Nesse momento, a população brasileira vai se encorajar, vai acreditar no país, vai voltar a investir, vai existir a tranquilidade — disse o senador, frisando que a Constituição brasileira prevê impeachment em caso de crimes cometidos pelo chefe do Executivo.
A senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) destacou o papel da oposição como fundamental no processo. Ela ressaltou que é preciso ouvir os senadores que não são da base do governo antes de debater as propostas com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O senador Jorge Viana (PT-AC), por sua vez, pediu a colaboração da oposição para que o país siga “sem golpes, sem esperteza, sem atalhos”.
O líder do PR, senador Blairo Maggi (MT), elogiou a agenda proposta por Renan e pediu calma aos colegas para que não embarquem na “loucura” que a Câmara fez nos últimos dias.
— A nação brasileira não pode pagar por problemas pessoais de um, de dois, de A ou de B ou de C. A nação brasileira precisa ter calma para se reconstruir.
Também se manifestaram positivamente sobre a agenda proposta por Renan os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ), Hélio José (PSD-DF), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Cristovam Buarque (PDT-DF), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Donizete Nogueira (PT-TO) e Eduardo Amorim (PSC-SE).
A 'Agenda Brasil', sugerida por Renan Calheiros
Medidas legislativas – a contribuição do Congresso
Melhoria do ambiente de negócios e infraestrutura
·  Segurança jurídica dos contratos: blindar as legislações de contratos contra surpresas e mudanças repentinas. Essa blindagem colabora para proteger a legislação das PPP, por exemplo, item relevante nestes tempos em que o País necessita de mais investimentos privados.
·  Aperfeiçoar marco regulatório das concessões, para ampliar investimentos em infraestrutura e favorecer os investimentos do Programa de Investimentos em Logística do Governo (PIL).
·  Implantar a “Avaliação de Impacto Regulatório”, para que o Senado possa aferir as reais consequências das normas produzidas pelas Agências Reguladoras sobre o segmento de infraestrutura e logística.
·  Regulamentar o ambiente institucional dos trabalhadores terceirizados melhorando a segurança jurídica face ao passivo trabalhista potencial existente e a necessidade de regras claras para o setor.
·  Revisão e implementação de marco jurídico do setor de mineração, como forma de atrair investimentos produtivos.
·  Revisão da legislação de licenciamento de investimentos na zona costeira, áreas naturais protegidas e cidades históricas, como forma de incentivar novos investimentos produtivos.
·  Estímulo às exportações, incluindo antecipação alíquotas do Reintegra prevista no Plano Nacional de Exportações, fast-track nas liberações aduaneiras, e funcionamento dos portos (particularmente dos serviços aduaneiros 24 horas).
·  Revisão dos marcos jurídicos que regulam áreas indígenas, como forma de compatibilizá-las com as atividades produtivas.
·  Estímulo ao desenvolvimento turístico aproveitando o câmbio favorável, e a realização de megaeventos.  Incluir a eliminação de vistos turísticos para mercados estratégicos, aliado a simplificação de licenciamento para construção de equipamentos e infraestrutura turística em cidades históricas, orla marítima e unidades de conservação.
·  PEC das Obras Estruturantes – estabelecer processo de fast-track para o licenciamento ambiental para obras estruturantes do PAC e dos programas de concessão, com prazos máximos para emissão de licenças.   Simplificar procedimentos de licenciamento ambiental, com a consolidação ou codificação da legislação do setor, que é complexa e muito esparsa.
Equilíbrio Fiscal
·  Reformar a Lei de Licitações – PLS 559/13.
·  Implantar a Instituição Fiscal Independente.
·  Venda de ativos patrimoniais (terrenos de Marinha, edificações militares obsoletas e outros ativos imobiliários da União).
·  Aprovar a Lei de Responsabilidade das Estatais, com vistas à maior transparência e profissionalização dessas empresas.
·  Aprovação em segundo turno da PEC 84/2015, que impede o Governo Federal de criar programas que gerem despesas para Estados e Municípios e DF, sem a indicação das respectivas fontes de financiamento.
·  Regulamentar o Conselho de Gestão Fiscal, previsto na LRF.
·  Reforma do PIS/COFINS, de forma gradual com foco na “calibragem” das alíquotas, reduzindo a cumulatividade do tributo e a complexidade na forma de recolhimento.
·  Reforma do ICMS (convergência de alíquotas) e outras medidas a serem sugeridas pela Comissão Mista do Pacto Federativo.
·  Medidas para repatriação de ativos financeiros do exterior, com a criação de sistema de proteção aos aderentes ao modelo.
·  Revisar resolução do Senado que regula o imposto sobre heranças, sobretudo quanto ao teto da alíquota, levando-se em conta as experiências internacionais (convergir com média mundial – 25%).
·  Favorecer maior desvinculação da receita orçamentária, dando maior flexibilidade ao gasto público. Estabelecer um TAC Fiscal para “zerar o jogo” e permitir melhor gestão fiscal futura.
·  Definir a idade mínima para aposentadoria, mediante estudos atuariais e levando-se em conta a realidade das contas da previdência social.
·  Proposta para reajuste planejado dos servidores dos 3 Poderes, de maneira a se ter uma previsibilidade de médio e longo prazo dessas despesas.
·  Priorizar solução para o restos e contas a pagar.
Proteção Social
·  Condicionar as alterações na legislação de desoneração da folha e o acesso a crédito subvencionado a metas de geração e preservação de empregos.
·  Aperfeiçoar o marco jurídico e o modelo de financiamento da saúde. Avaliar a proibição de liminares judiciais que determinam o tratamento com procedimentos experimentais onerosos ou não homologados pelo SUS.
·  Avaliar possibilidade de cobrança diferenciada de procedimentos do SUS por faixa de renda. Considerar as faixas de renda do IRPF.
·  Compatibilizar os marcos jurídicos da educação às necessidades do desenvolvimento econômico e da redução das desigualdades.
·  Compatibilizar a política de renúncia de receitas, no orçamento público, à obtenção de resultados positivos no enfrentamento das desigualdades regionais e na geração de emprego e renda (trata-se de determinação constitucional).
Agência Senado



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