A
aprovação de tratamentos inovadores capazes de superar os benefícios terapêuticos
oferecidos por aqueles já existentes pode aumentar as chances de cura, melhorar
adesão a tratamentos crônicos ou diminuir efeitos colaterais, melhorando a
qualidade de vida dos pacientes. Em 2015, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) concedeu o maior número de registros de medicamentos desde
2010. Foram 742, entre novos, similares e genéricos. Entre eles, estão
medicamentos que modificam positivamente o tratamento da hepatite C e os
primeiros produtos biossimilares.
Abaixo,
seguem cinco outros medicamentos inovadores recém-aprovados ou na eminência de
receberem o registro, em diversas áreas. Confira.
Esclerose
múltipla
Por muitos
anos, os pacientes que convivem com essa doença neurodegenerativa e
incapacitante contaram apenas com injeções (algumas diárias) para evitar a
ocorrência de surtos e reduzir a progressão dos danos cerebrais. Graças aos
avanços na área, os pacientes contam desde o fim do ano passado com uma nova
opção de medicamento oral que, além de oferecer conveniência e praticidade
facilitando a adesão ao tratamento, oferece avanços significativos no controle
da doença. O fumarato de dimetila, primeiro imunomodulador oral para o
tratamento da esclerose múltipla recorrente-remitente, forma mais comum da
patologia.
O medicamento
proporciona uma nova abordagem para tratar a esclerose múltipla. Seu principal
diferencial é estimular os genes envolvidos nas respostas anti-inflamatórias,
ativando as células de defesa do próprio corpo para combater a inflamação
cerebral comum nos pacientes com esclerose múltipla. A inflamação é a principal
causa do envelhecimento e da degeneração do cérebro e, consequentemente, do
comprometimento de funções cognitivas como a fala, os movimentos e a
deglutição. O medicamento reduz em até 49% a proporção de pacientes que
apresentaram surtos, em 53% a taxa de surtos anual e em 38% a progressão da
incapacidade. Entre outros benefícios estão efeitos adversos gerenciáveis e
transitórios (um alívio diante dos tratamentos iniciais), sendo os mais comuns
rubor facial, diarreia, náusea e dor abdominal.
Melanoma e
câncer de pulmão
Pacientes
com cânceres avançados poderão contar com pembrolizumabe, uma imunoterapia anti
PD-1 prevista para ser aprovada pela Anvisa ainda este ano. A imunoterapia é
uma nova abordagem do tratamento do câncer que estimula o sistema imunológico
do próprio paciente, antes bloqueado pelas células cancerosas, de combater o
tumor.
O
medicamento é um anticorpo monoclonal humanizado que ataca partes determinadas
da célula cancerígena ? diferentemente das terapias-padrão como a
quimioterapia, que atacam as células sadias e as doentes, proporcionando
melhora significativa da qualidade de vida do paciente. O uso do medicamento
restaura o sistema biológico, destruindo o tumor e bloqueando sua evolução. A
terapia já está aprovada em mais de 40 países para o tratamento do melanoma e
do câncer de pulmão avançado, e é investigada para mais de 30 tipos de
canceres.
Hemofilia
Há mais de
17 anos os pacientes com hemofilia não têm novidades no tratamento da doença,
que atualmente é feito através da infusão do fator de coagulação deficiente
duas ou mais vezes por semana, dependendo da gravidade da doença. Essa
realidade pode mudar com a aprovação dos fatores recombinantes de longa
duração. O indicado para o tratamento da hemofilia B (quando falta no sangue o
fator IX de coagulação) acaba de receber o registro da Anvisa. O indicado para
a hemofilia A (quando falta no sangue o fator VIII de coagulação), até o fim do
ano.
O
principal benefício dos fatores recombinantes de longa duração é a diminuição
da frequência de infusões: uma vez por semana ou a cada dez dias. A diminuição
de picadas para menos da metade trará conveniência, autonomia e praticidade,
facilitando a adesão do paciente que depende do tratamento para a vida toda. Os
medicamentos foram desenvolvidos por meio da tecnologia de fusão Fc, que
prolonga o tempo de circulação do medicamento no corpo e amplia o intervalo
entre as infusões profiláticas.
A
hemofilia é uma doença genético-hereditária que prejudica diretamente a
coagulação do sangue. A doença é caracterizada pela falta de produção de um dos
13 fatores de coagulação do sangue. Se não tratada preventivamente, através da
profilaxia, a doença pode causar hemorragias internas e externas, e sangramento
nas articulações, levando a problemas como má formação nas crianças.
Fibrose
pulmonar idiopática
No final
de 2015, a Anvisa aprovou o primeiro tratamento para essa doença pulmonar rara
e fatal. O registro de nintedanimabe trouxe esperança aos pacientes e promoveu
uma mudança no panorama de tratamento, já que promete desacelerar a evolução da
progressão da doença em 50%. Pacientes acometidos geralmente têm sobrevida
média de dois a três anos após o diagnóstico.
A fibrose
pulmonar idiopática é uma doença crônica não infecciosa, de causa desconhecida
e limitada aos pulmões, em que ocorre a substituição do tecido normal do pulmão
por fibrose (tecido de cicatrização), alterando a sua capacidade de realização
de trocas gasosas (oxigenação do sangue). A maioria dos indivíduos atingidos
apresenta idade superior a 60 anos e a maior parte é do sexo masculino, fumante
ou ex-fumante. Os sintomas mais comuns são falta de ar, com piora progressiva,
e tosse seca, por mais de seis meses. A doença acomete cerca de 10 a 20 pessoas
para cada 100 mil em todo o mundo.
Próstata
Também no
fim do ano passado, a Anvisa aprovou a dutasterida para o tratamento da
hiperplasia prostática benigna, problema que acomete cerca de 50% dos homens
acima de 50 anos e 80% dos que têm mais de 80. A inovação promete reduzir o
volume da próstata e o risco de retenção urinária aguda, além de,
consequentemente, a necessidade de cirurgias. O medicamento também alivia os
sintomas e aumenta o fluxo urinário. O tratamento ainda retarda os efeitos
indesejados da doença como disfunção sexual, osteosporose, anemia e atrofia
muscular.
Fonte:
Portal Snif Brasil
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