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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Zika é tema de workshop internacional em Pernambuco

Com mais de 600 presentes e 4.424 acessos via transmissão pela web em 26 países, além do Brasil, foi encerrado na quinta-feira (02/3), o Workshop A, B, C, D, E do Vírus Zika, promovido pela Fiocruz Pernambuco, no auditório da instituição em Recife. O evento reuniu por dois dias pesquisadores brasileiros e estrangeiros, que trocaram informações sobre aspectos clínicos, epidemiológicos, diagnósticos e biológicos do vírus Zika, além de vetores e outras arboviroses.

Na quarta-feira (1º/3), primeiro dia do workshop, as apresentações e discussões envolveram questões relacionadas à parte clínica da doença e dos casos de microcefalia relacionados com o Zika e os estudos epidemiológicos que estão sendo realizados. Um dos primeiros profissionais a perceber o surgimento da Zzika em Pernambuco, o médico e membro do Comitê Técnico do Ministério da Saúde Carlos Brito falou das complicações relacionadas a esse vírus, como a síndrome de Guillain Barré.


Em sua apresentação, a médica Adriana Melo, do Instituto de Saúde Pública Elpídio Almeida, de Campina Grande (PB), alertou para a necessidade de se olhar outras questões relacionadas ao vírus Zika e não só a microcefalia. A médica relatou ter registrado casos de bebês com ventrículomegalia, que aumenta a espessura dos ventrículos, diminuindo a quantidade de tecido nervoso no cérebro. Adriana também contou ter diagnosticado fetos com contratura muscular e articular.

A pesquisadora da Fiocruz Pernambuco Celina Turchi falou sobre a epidemiologia da microcefalia no Brasil e também abordou a pesquisa de caso controle que investiga a relação de fatores genéticos e ambientais e de doenças infecciosas com o aumento dos casos de microcefalia. No estudo, coordenado por ela, estão sendo comparados os dados de 200 crianças microcéfalas, nascidas vivas ou mortas, com 400 crianças sem essa malformação congênita. As atividades do primeiro dia foram encerradas após as apresentações de seis pesquisadores internacionais que estão ajudando especialistas brasileiros a acharem respostas para as muitas perguntas surgidas com a emergência deste problema de saúde pública.

No segundo e último dia do evento, o desenvolvimento de vacina, as arboviroses, o diagnóstico e o vetor da Zika foram os temas abordados. Ana Maria Bispo, pesquisadora do Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), tratou dos desafios e avanços da vigilância do Zika no estado do Rio de Janeiro. As informações que precisam ser conhecidas antes de se desenvolver uma vacina foram indagadas pelo pesquisador Ernesto Marques da Fiocruz Pernambuco. Uma das informações a serem conhecidas é a capacidade do vírus zika em causar malformações congênitas, de forma que, ao ser produzida uma vacina com partes do vírus, por exemplo, não haja o risco dessas malformações ocorrerem.

No campo do controle do vetor e da interação vírus/vetor, a pesquisadora Constância Ayres falou do estudo que investiga se o Culex quinquefasciatus, mosquito mais comum no Brasil, pode ser transmissor do zika. Dados preliminares apresentados por Constância Ayres no workshop mostram que o vírus Zika foi encontrado na glândula salivar do C. quinquefasciatus, quando infectado em laboratório. Isso não comprova ainda que o mosquito é transmissor do vírus. Para verificar essa possibilidade será realizada uma segunda etapa da pesquisa, na qual mosquitos dessa espécie serão coletados em campo para pesquisa de infecção natural.

Para o diretor da Fiocruz Pernambuco e coordenador do Workshop A B, C, D, E do Vírus Zika, Sinval Brandão Filho, o “evento foi um sucesso e superou as expectativas da comissão organizadora em número de participantes. Tivemos também um elevado nível das palestras, assim como excelentes debates após cada sessão, em busca do conhecimento sobre os vários aspectos abordados sobre a doença, seu diagnóstico e vetores envolvidos”.

Fonte: Fabíola Tavares/ Fiocruz Pernambuco

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