O plenário
da Câmara dos Deputados aprovou ontem o Projeto de Lei 4.639/16, que autoriza a
produção e o uso da fosfoetanolamina sintética,a polêmica“pílula do câncer”,
mesmo sem estudos que comprovem sua eficácia e análise do registro definitivo
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como medicamento.
O texto,
que segue agora para análise do Senado, foi elaborado de forma conjunta pelos
integrantes do Grupo de Trabalho da Fosfoetanolamina da Comissão de Seguridade
Social e Família da Câmara e teve aval de parlamentares de diversos partidos,
incluindo PT, PPS, PRB, PP, PR, PMDB, PSDB, PSC, PSB, PSD, PTN, PHS, PDT, DEM,
PRB e PTB.
Atualmente,
o uso da substância é proibido e o remédio não é reconhecido pela Anvisa. Pela
proposta, poderão fazer uso da fosfoetanolamina sintética, por livre escolha,
“pacientes diagnosticados com neoplasia maligna”, desde que tenham laudo médico
que comprove o diagnóstico e assumam total responsabilidade por seu uso. O
argumento utilizado pelos defensores do projeto é que a medida é um alento para
os pacientes que sofrem de câncer. “Vamos ter um pouquinho de sensibilidade e
dar esta última esperança para quem precisa”, defendeu o deputado Eduardo
Bolsonaro (PSC-SP).
Estudo
oficial. A pesquisa sobre os efeitos da fosfoetanolamina sintética recebeu
sinal verde da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de
Saúde (Conep) na semana passada. A aprovação do protocolo foi feita na
sexta-feira e permite que a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo comece
no próximo mês os estudos com o uso da substância em pessoas.
O grupo
exigiu somente que a pesquisa seja acompanhada pelo Comitê de Ética da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O laboratório PDT Pharma,
que vai sintetizar o composto a ser usado nos testes clínicos,espera iniciar a
produção neste mês.
O estudo
deve se estender a até mil pacientes nos próximos meses. A pesquisa será feita
em quatro centros que atendem pela rede estadual: A. C. Camargo, Hospital do
Câncer de Jaú, Hospital do Câncer de Barretos e o Instituto do Câncer de São
Paulo (Icesp).
Desenvolvida
pelo professor aposentado Gilberto Chierice, do Instituto de Química da
Universidade de São Paulo, em São Carlos, a fosfoetanolamina sintética chegou a
ser distribuída gratuitamente por anos, mas, até o momento, não há nenhuma
comprovação científica de eficácia.
Fonte: O
Estado de S.Paulo
Autor:
Daiene Cardoso
0 comentários:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.