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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Trabalhadores do Butantan mantêm greve contra novo enquadramento sindical

Trabalhadores são contrários à mudança no enquadramento sindical, que representa perdas de direitos trabalhistas. Foto: Eduardo Oliveira/Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo e região

Em assembleia na manhã de hoje (11), os trabalhadores da Fundação Butantan decidiram manter a paralisação iniciada na última sexta-feira. Eles são contrários à mudança imposta pela direção, que tem pressionado os cerca de mil funcionários de setores ligados a pesquisa, administração, manutenção e produção e envase de vacinas e soros a se associar ao Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de São Paulo (Senalba), filiado à Força Sindical. Desde 2010, os servidores do Butatan são associados ao Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo e Região, filiado à CUT.

Durante a assembleia, pessoas que preferiam não se identificar diziam temer perdas de direitos e benefícios trabalhistas conquistados nos últimos cinco anos. Algumas afirmaram que em abril os salários foram reajustados em 7,5%, e não em 8,7%, conforme determinou acordo coletivo da categoria. Segundo trabalhadores, a Fundação já teria comunicado que a partir de julho deixará de cumprir pagamento de adicional de férias também previsto em acordo. E que não deverá renovar contrato com a operadora de plano de saúde e que estaria sendo estudada ainda uma redução do salário-base da categoria, dos atuais R$ 1.300 para R$ 1.080.

Os funcionários veem com desconfiança a mudança para um sindicato que representa trabalhadores de entidades culturais e recreativas, e não do ramo farmacêutico. Acreditam que a nova entidade não teria condições de atuar na proteção de seus direitos em casos de doença ocupacional, por exemplo.

Há, entre esses trabalhadores, profissionais expostos a produtos químicos tóxicos, muitos deles cancerígenos, como aqueles usados na desinfecção de áreas onde são criados roedores e outros animais utilizados em pesquisas, os biotérios.

Conciliação

A Justiça do Trabalho marcou audiência de conciliação para esta terça-feira (12), às 11h30. Segundo a assessora jurídica do Sindicato dos Químicos, Elaine D´Ávila Coelho, o enquadramento sindical é feito conforme a atividade preponderante do empregador. "Embora a direção da Fundação afirme se tratar de entidade pública de direito privado de apoio ao Instituto Butantan, na verdade o apoio se traduz na produção de imunobiológicos", explica.

A questão é polêmica. De acordo com ela, em vários processos trabalhistas individuais, para cálculos no pagamento de indenizações, o juiz entendeu que a Fundação, ao contratar os trabalhadores que atuam na produção de vacinas e gerir todo o processo, se configura como farmacêutica. Mas há também casos em que o juiz entende que, ao produzir imunobiológicos principalmente para os governos e não haver, portanto, produção econômica para o mercado, com margem de lucro, não se configura como tal.

Deflagrada em assembleia na metade da semana passada, a greve é histórica, segundo o coordenador geral do Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo e Região, Osvaldo Bezerra, o Pipoka. “É a primeira vez que vejo trabalhadores mobilizados em defesa do seu enquadramento sindical”, diz.

Para dirigentes e assessoria jurídica, trata-se de uma retaliação. Desde 2010, quando assinou a primeira convenção coletiva com a Fundação e pôs fim a anos em que os direitos dos trabalhadores vinham sendo desrespeitados, o Sindicato passou a denunciar irregularidades. No ano passado, as denúncias chegaram ao Senado, o que desencadeou a abertura de investigações pelo Ministério Público, Tribunal de Contas e Corregedoria Estadual da Saúde.

Fonte: Cida de Oliveira/RBA - 12/05/2015


1 comentários:

A Fundação Butantan esclarece que formalizou acordo com o Sindicato dos Empregados de Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de São Paulo (Senalba) em função de sua atividade de fundação de apoio ao Instituto Butantan (instituto de pesquisa, desenvolvimento e produção de insumos para a saúde pública, que promove também atividades educativas e culturais) ser representada por esse sindicato. A Fundação Butantan não pode ser enquadrada como indústria química ou farmacêutica, estas sim com representação pelo Sindicato dos Trabalhadores Químicos, Plásticos, Farmacêuticos e Similares de São Paulo e Região.

O Tribunal Regional do Trabalho em várias decisões envolvendo a Fundação Butantan apontou para a inadequação do Sindicato dos Químicos em relação às atividades desenvolvidas pela Fundação Butantan, que nos levou a formalizar acordo com o Senalba.

É importante destacar que, reconhecendo as conquistas dos seus trabalhadores e valorizando o seu corpo funcional, a Fundação manterá os valores do piso salarial, vale alimentação, auxílio creche e auxílio a filho excepcional, todos superiores aos da categoria representada pelo Senalba e alguns também acima dos valores estipulados nos acordos do Sindicato dos Químicos. Vale salientar outros importantes benefícios conquistados em sintonia com o Instituto Butantan, como refeitório, creche, ambulatório, transporte de e para o metrô Butantã, entre outros.

A Fundação respeita os trabalhadores com filiação individual a outros sindicatos, mas sua decisão compreende a entidade que mais adequadamente representa todo o corpo funcional. A greve compreende 5% do total de colaboradores e não afeta as áreas de pesquisa e produção de soros e vacinas.

A Fundação Butantan lamenta as tentativas de restrição de acesso ao Instituto Butantan, seja por bloqueio físico ou assédio moral, que desrespeitam o direito daqueles que desejam trabalhar de ingressarem no Instituto.

Fernanda Guimarães
Coordenadora de Comunicação

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