Chioro também afirmou estar se sentindo honrado com o convite da presidente Dilma Rousseff.
Em discurso durante a transmissão do cargo nesta segunda-feira (3), o novo ministro da Saúde, Arthur Chioro, fez elogios ao antecessor Alexandre Padilha e prometeu dar continuidade ao Mais Médicos, uma das principais ações da pasta, iniciada no ano passado. Em fala que passou dos 50 minutos, Chioro chamou Padilha de "o melhor ministro da Saúde do Brasil" e disse que ser "um entusiasta e ferrenho defensor" do programa.
"Um craque na política, e que se demonstrou também, para surpresa de muitos, mas não para aqueles que o conheciam, um craque na gestão. O meu amigo e companheiro Alexandre Padilha, sem nenhum demérito aos demais ministros que deram sua contribuição, o melhor ministro da Saúde do Brasil, de coração", disse, sob aplausos.
Depois, Chioro disse que vai dar "continuidade e qualificar ainda mais" o programa Mais Médicos, "ainda em fase inicial de implantação". Disse ser a "medida mais correta, ousada e corajosa" de Saúde implementada no país.
"Enganam-se aqueles que atribuem o sucesso do programa exclusivamente à chegada dos médicos intercambistas. Outras medidas já vêm sendo tomadas e vão ser aprimoradas, como a ampliação e qualificação da infraestrutura da rede de saúde, abertura de novas faculdades de medicina em municípios que tenham condições seguras e adequadas para isso, a garantia de vagas de residência para todos os médicos em especialidades de acordo com as necessidades do SUS, a formação de docentes e preceptores em todo o país em escala jamais vista. Uma imensa tarefa que não pode esperar e que é estratégica para o futuro do nosso país".
Chioro também afirmou estar se sentindo honrado com o convite da presidente Dilma Rousseff. "Trata-se de um momento ímpar na minha vida, uma oportunidade de ajudar meu país e ajudar os que precisam do SUS", afirmou.
Em outro momento, disse que manterá o diálogo com as secretarias estaduais. "Sinto e expresso aqui a voz, o coração e a alma de mais de cinco mil secretários municipais de saúde que tem, com muitas dificuldades, enfrentado o desafio de colocar em prática o conjunto de políticas nacionais de saúde. Vivi intensamente esse processos ao longo da minha vida. Quero manter uma relação próxima com os prefeitos e governadores."
Chioro afirmou que vai se aprofundar principalmente na política de assistência farmacêutica, nos desafios para a consolidação do SUS e na promoção da revisão do papel dos estados. "Queremos apoiar as secretarias estaduais. Precisamos encontrar um modo menos centralizado e burocrático de levar a saúde no Brasil."
Antes de Chioro, Padilha também discursou, por mais de 40 minutos. Ele agradeceu a presidente Dilma Rousseff e relembrou programas realizados pelo ministério em sua gestão como a importação e a produção de equipamentos de radioterapia, hemodiálise, a produção das vacinas de HPV, o SUS e o Mais Médicos, que chamou de "ato mais corajoso tomado pela presidente para resgatar o compromisso com a saúde de quem mais precisa".
Padilha afirmou que o Mais Médicos também mostrou que "as carências do Brasil ainda são muito fortes". "Os Estados que mais pediram médicos no programa foram São Paulo e Minas Gerais, dois estados do PSDB, e isso mostra a grandeza do governo da presidente Dilma."
O ex-ministro criticou os políticos que não apoiaram o programa Mais Médicos. "Só quem tem acesso a médicos em um instalar de dedos, pode ser contra a levar mais médicos para uma população que mais precisa", afirmou. "Saúde não pode ser vista como mercadoria. O paciente quer ser bem atendido, de forma humanizada e voltar o mais rápido possível para a sua família."
Padilha afirmou que "cantou a bola" para a indicação do ministro para a presidente Dilma. "Saio com a alma alegre. A partir de hoje você [Chioro] é autoridade máxima na saúde e tem o compromisso de buscar uma saúde universal e gratuita. Todos nós que defendemos a vida e o SUS confiamos muito em você", afirmou.
Fonte: G1
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