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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Tombini admite que inflação 'resiste', mas promete vigilância

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (18), o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, reconheceu que a alta variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos 12 meses indica que a inflação "ainda mostra resistência".

Na avaliação do presidente do BC, pressões localizadas, como a dos alimentos in natura, constituem "choque temporário" que tende a se reverter nos próximos meses.

Para Tombini, em momentos como esse, a política monetária deve manter-se "especialmente vigilante", a fim de  minimizar "riscos de níveis elevados de inflação".

Em resposta à senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o presidente do BC disse que "não há nada que nos condene a ter inflação acima da meta de 4,5%", fixada por resolução da instituição em 2005 e mantida inalterada desde então.

Para segurar a alta dos preços, o Banco Central iniciou um aperto monetário em abril do ano passado, resultando na elevação de 3,5 pontos percentuais na meta da taxa Selic, que passou de 7,25% para 10,75%. A variação acumulada em 12 meses do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 6,7% para 5,68%.

Os efeitos de ações de política monetária sobre a inflação, segundo Tombini, são cumulativos e se manifestam com defasagens. Parte significativa da resposta dos preços ao atual ciclo de apertos ainda está por se materializar, acrescentou.

Vulnerabilidade
Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Cristovam Buarque (PDT-DF) questionaram o presidente do Banco Central sobre uma suposta vulnerabilidade da economia brasileira, apontada em avaliação recente do Federal Reserve (FED), o Banco Central americano.

Tombini disse que esse tipo de avaliação contém fragilidades e nem sempre é levado em conta pelos investidores internacionais. Ele considerou uma "perda de tempo" elaborar uma resposta ao FED, que classificou a economia brasileira como a segunda mais vulnerável de uma lista de 15 países emergentes, à frente apenas da Turquia. A sugestão para o BC brasileiro responder ao FED foi feita por Cristovam.

Para o presidente do BC, o Brasil "tem transitado bem" nesse período de normalização das condições monetárias. Com a redução do ritmo de afrouxamento monetário em maio de 2013, nos Estados Unidos, após vários anos de política expansionista, houve consequências para os países em desenvolvimento.

– O aumento da volatilidade nos mercados financeiros internacionais que observamos desde maio de 2013 é reflexo desse processo. É uma consequência típica de períodos de transição, que geralmente são repletos de incertezas, quanto à magnitude e à velocidade dos ajustes – acrescentou.

De acordo com Tombini, esse processo e suas consequências não devem ser confundidos com vulnerabilidade. O Brasil, acrescentou, possui reservas internacionais de US$ 377 bilhões, é credor externo líquido e tem endividamento externo baixo e compromissos de curto prazo "relativamente pequenos". A parcela de dívida pública interna em mãos de não residentes no país é de apenas 17,2%, conforme acrescentou.

Operação da Caixa
Questionado pelo senador José Agripino (DEM-RN), o presidente do Banco Central evitou detalhar as providências adotadas diante da denúncia da revista IstoÉ, com base em auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), sobre o encerramento de milhares de contas de poupança sem movimento em 2012, na Caixa Econômica Federal.

O procedimento teria resultado num acréscimo de R$ 420 milhões ao lucro do banco naquele ano.

Tombini disse que houve uma "realocação contábil" (dos saldos das contas encerradas) e que o BC determinou a imediata cessação dessa prática, sendo atendido pela Caixa.
A audiência, que se realizou das 11h às 13h50 no Plenário 19 da Ala Alexandre Costa, foi presidida pelos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Luiz Henrique (PMDB-SC).
Agência Senado

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