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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Campolina participou de audiência pública na Câmara dos Deputados - laboratório SIRUS, ampliação do Síncroton, reator multipropósito para radiofármacos e na nanotecnologia o navio SISNANO, são prioridades

Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação apresenta prioridades para 2014

O Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Clélio Campolina Diniz, participou na quarta-feira, 14 de maio, de audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados. Ele apresentou o balanço das ações realizadas pelo MCTI em 2013 e as prioridades planejadas para 2014.

O Ministro fez uma breve introdução dizendo que educação, ciência e tecnologia são os elementos estruturantes para o processo inovativo do ponto de vista econômico e social e só através desta combinação o Brasil poderá lograr crescimento econômico com justiça social e sustentabilidade. Para ele, o programa de C&T deve ser orientado para reduzir a defasagem que existe entre o Brasil e as nações mais desenvolvidas, para melhorar a produtividade e a capacidade de competição internacional, e para reduzir as desigualdades regionais do país.

Antes de falar sobre as atividades de C&T no país, o Ministro mostrou qual é a posição do Brasil na ordem global. O Brasil é um país que ocupa 6% da área geográfica do mundo, tem 2,8% da população mundial, seu PIB subiu para 2,1% do PIB mundial, suas exportações representam 1% das exportações totais mundiais. Apesar de ainda representar um montante pequeno do peso global, o Brasil vem avançando e apresenta grande potencial para se destacar no cenário global, e por isto tem participado da concertação da ordem global.

Outro indicador importante para o Brasil que mostra o avanço que vem alcançando é que no ano 2000 o País ocupava a 12a posição da produção industrial do mundo. Em 2010 passou para a 6a posição, ou seja subiu de 1,7 para 2,8 da produção industrial do mundo.

O Brasil está com menos de 2% da população de pesquisadores por milhão de habitantes e cerca de 1% em relação ao PIB de gasto com ciência e tecnologia. Os países que estão na fronteira, como Estados Unidos e China, gastam de 3 a 4% do seu PIB em C&T. Para ele, sem um profundo esforço em C&T não há saída adequada para os países que estão em processo de desenvolvimento. Este é um indicador que mostra a dificuldade em que o Brasil ainda se encontra embora esteja avançando.

Desafio regional - Em relação à inserção regional do Brasil, só 27% do comércio internacional é feito entre os países da América Latina, diferentemente da América do Norte onde 50% do comércio internacional é feito entre os países norte-americanos, da Europa (70%) e da Ásia (54%). É o desafio da integração regional como uma condição para melhoria da posição do país em relação à ordem global. É um indicador que mostra a fraqueza do Brasil em relação à integração regional.

Em seu entendimento, há uma janela de oportunidade agora para o Brasil se inserir na fronteira cientifica e tecnológica. Ou se insere nesta fronteira ou perde novamente a corrida. O Brasil tem muitos nichos de modernidade que nos permitem inserir em várias destas fronteiras.

O momento de um novo ciclo tecnológico, com forte complementaridade entre várias dimensões, como a dimensão científica, tecnológica, ambiental e humana, exige maior integração. Esse novo ciclo, entretanto, além de oportunidades, traz também incertezas e riscos. Quem não conseguir se inserir na ordem global vai aumentar a desigualdade e não conseguirá conectá-la com os objetivos sociais e humanos. O ministro ressaltou que C&T tem que estar a serviço da humanidade e não a humanidade a serviço da CT.

Em relação ao dispêndio em C&T no Brasil. Gasta-se relativamente pouco, ou 1,7% do PIB, dado de 2012. Se o Brasil não conseguir aumentar seu gasto em C&T não terá condições de se aproximar da fronteira tecnológica e fazer uma alteração profunda de seu desenvolvimento econômico, social e ambiental e melhorar sua inserção na ordem global.

O orçamento total do MCTI é de 7,2 bilhões , sendo 3,4 do FNDCT e 3, 8 do MCTI. O Ministério tem 31 instituições ligadas a ele., tais como CNPq, Finep, INPE, AEB INPA, entre outras. Estão todas englobadas neste orçamento. É portanto um orçamento limitado para um conjunto de instituições. O programa Ciência sem Fronteiras (CsF) também está inserido neste montante, pois está incluso nos recursos do FNDCT.

Fomento - O ministro destacou as ações de fomento, tais como as bolsas do CNPq e o programa Ciência sem Fronteiras que já enviou 62 mil estudantes para o exterior. Informou sobre os editais que o Ministério publica, tal como edital Universal, os editais dos INCTs, e o Programa Inova Empresa implementado pela Finep e pelo BNDES. Também informou que a Embrapii, que será empresa de apoio à pesquisa e à inovação industrial, já tem três projetos piloto sendo desenvolvidos e que agora o edital está aberto para novos projetos.

Campolina ressaltou que está sendo negociado que um conjunto de infraestrutura compartilhado seja incluído no PAC, tais como recursos para a implantação do laboratório SIRIUS, que será a ampliação do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron em Campinas. Para ele, não há como ter suporte à ciência sem uma infraestrutura para C&T estruturante e robusta. O segundo grande investimento é o reator de multipropósito que será uma peça decisiva inclusive na produção de radiofármacos para dar impacto a toda área de diagnóstico e saúde. O Programa de Nanotecnologia, o Sisnano, o navio de pesquisa com a Marinha que está sendo construído na China, entre outros.

Acrescentou ainda a proposta que está sendo construída com a Presidência da República, com o Ministério do Desenvolvimento (MDIC) e com o Ministério da Educação (MEC), que são as Plataformas Científicas e Tecnológicas para elevar o padrão científico e tecnológico brasileiro.

O Ministro reforçou que vários desses programas já têm mostrado resultados significativos. O Programa Inova Empesa, por exemplo, já lançou 12 editais (até março de 2014), sendo que já foram contratados 18 bilhões de reais através da Finep e do BNDES e 23 bilhões estão prontos para contratação. Segundo ele, os resultados ainda serão mais significativos e isto se deve a parceria entre políticas públicas e o setor empresarial.

- Um dos assuntos que está tramitando no Congresso Nacional que o Ministério considera prioridade é a modernização do marco regulatório de ciência, tecnologia e inovação, o PL 2177/2011, o antigo Código de CTI, que está para ser votado no Plenário da Câmara e a PEC 290/2013 que agora está aguardando a apreciação do Senado. No Senado há também o PLS 619/2011, proposição que também trata do Código Nacional de CTI. Essas três proposições constituem o aperfeiçoamento legal que é o arcabouço decisivo para o avanço da CTI e a ponte entre órgãos de fomento e o sistema produtivo empresarial. Esses são mecanismos decisivos para que se dê um salto na área de CT no Brasil.

Em relação ao Regime Diferenciado de Compras - RDC que foi retirado o capítulo do PL 2177 e que neste momento está em discussão e avaliação da Casa, o ministro afirmou que não há grandes divergências político ideológicas sobre a importância da C&T, e por isto está sendo dada sequência às políticas que estavam formatadas, pois já há um amadurecimento. A 4a Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia já estabeleceu a estratégia nacional de C&T, a articulação com o setor empresarial, e com os reitores.

Editais - O edital universal já foi lançado com 200 milhões. O edital dos INCTs da nova versão será lançado brevemente. O MCTI e o MEC irão lançar edital conjunto para infraestrutura de pesquisa das universidades, reator de multipropósito e o Sirius e, por fim, o lançamento das plataformas científicas e tecnológicas combinando atividades e setores de fronteira do conhecimento, projetos que sejam de importância estratégica para o desenvolvimento do país e projetos que tenham capacidade de gerar efeitos econômicos e sociais positivos.

O MCTI, MDIC e MEC têm trabalhado de forma conjunta para articular as políticas de ciência, tecnologia, inovação com as políticas de comércio exterior e com as políticas educacionais, para integrar e otimizar os esforços governamentais. Algumas plataformas científicas e tecnológicas serão desenvolvidas com os ministérios setoriais, tal como a Plataforma de C&T para a saúde, a Plataforma de C&T para agricultura, a Plataforma de C&T para as comunicações. Há a intenção também de integrar as políticas federais com as estaduais, de modo a haver complementaridade.

Por fim, o fortalecimento da articulação com o setor empresarial para a promoção da inovação, pois quem inova são as empresas. Para concretizar todas estas propostas, o ministro reforçou que a parceria com o Parlamento é fundamental, pois é quem define regras e leis para a construção de políticas consistentes.

Beatriz Bulhões / Especial para o Jornal da Ciência

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