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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Orygen Fecha parceria com Pfizer

Biolab e Eurofarma, donas da Orygen, fazem acordo de cooperação tecnológica com a americana, e tiram do papel fábrica de R$ 500 mi.

A Orygen, joint venture entre os laboratórios nacionais Biolab e Eurofarma, fechou uma parceria com a multinacional americana Pfizer para transferência de tecnologia e desenvolvimento de medicamentos biossimilares para tratamento de doenças complexas, como câncer e artrites. Com esse acordo, que já foi submetido ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Orygen deverá tirar do papel seu projeto, de cerca R$ 500 milhões, para a construção de uma fábrica para nacionalizar a produção desses medicamentos.

Por esse trato, a Pfizer vai transferir a tecnologia de cinco anticorpos monoclonais - Trastuzumabe, Rituxumabe, Adalimumabe, Infliximabe e Bavacizumabe. O anticorpo monoclonal é um linfócito (tipo de célula de defesa do organismo) clonado, utilizado na indústria farmacêutica e hospitalar no combate a doenças degenerativas. A partir desses anticorpos será possível desenvolver os biossimilares, que são uma cópia do medicamento biológico (produzido a partir de células vivas).

Encontrar um parceiro estratégico como a Pfizer era a ponta que faltava para a Orygen dar início ao seu ambicioso projeto de ter uma fábrica de medicamentos biossimilares no País, afirmou o bioquímico inglês Andrew Simpson, presidente da Orygen. Simpson construiu uma carreira acadêmica no renomado Instituto Ludwig de Pesquisa de Câncer, nos Estados Unidos e é o responsável pelo desenvolvimento dos projetos da Orygen no Brasil.

Criada em 2012, a Orygen tinha em sua formação original outros dois acionistas - as farmacêuticas Libbs e Cristália, que decidiram seguir com seus projetos de produção desses medicamento sozinhas.

Mesmo com a saída dos dois sócios, Biolab e Eurofarma continuaram buscando um parceiro estratégico para deslanchar seu projeto. A futura fábrica, que deverá ser financiada em boa parte pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deverá ser construída no interior de São Paulo. "Ainda estamos negociando onde a fábrica será construída", disse um dos acionistas da companhia.

Se tudo ocorrer como o planejado, a planta da Orygen deverá entrar em operação em 2016 e os primeiros medicamentos deverão ser produzidos a partir de 2018, disse Simpson. "A Pfizer já está em fase de desenvolvimento avançado desses medicamentos." Boa parte desses produtos ainda é protegido por patente, disse Simpson.

Procurada, a Pfizer informou que "entrou em um acordo com a Orygen para colaborar na fabricação e comercialização de produtos biossimilares no Brasil. O acordo ainda está sujeito à aprovação do Cade". Segundo a multinacional, as duas empresas "continuam suas discussões a fim de finalizar os detalhes da colaboração que estão sendo negociados".

Superfarmacêuticas. A produção de medicamento biossimilar é considerada estratégica para o governo brasileiro, uma vez que esses produtos são importados. Em 2012, o Ministério da Saúde começou a discutir um acordo com oito farmacêuticas nacionais para produzir localmente esses medicamentos, como forma de reduzir o déficit da balança comercial desse setor, que gira em torno de US$ 11 bilhões ao ano, o que inclui a importação de medicamentos, equipamentos médicos e insumos farmacêuticos.

O governo vai garantir a compra desses medicamentos para fornecer ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Há dois anos, quando o governo federal começou a discutir com a iniciativa privada propostas para nacionalização de medicamentos, a ideia original era que oito farmacêuticas nacionais formassem uma única empresa, com o apoio do BNDES, para produzir biossimilares no Brasil. Contudo, essa união não deu certo por conta de desentendimentos entre as empresas.

Os laboratórios Aché, EMS, Hypermarcas e União Química formaram um bloco único para criar a Bionovis, que também terá uma fábrica dedicada para biossimilares. Cada empresa tem 25% de participação nessa companhia. Em abril deste ano, a Bionovis, presidida pelo executivo Odnir Finotti, fechou parceria com a Merck Serono para o desenvolvimento desses medicamentos.

No outro bloco estavam Biolab, Eurofarma, Libbs e Cristália, que, juntas, criaram a Orygen. No entanto, meses após selada a união entre elas, Libbs e Cristália também desistiram da associação. Cada laboratório hoje tem seus projetos independentes para a produção de biossimilares.

MÔNICA SCARAMUZZO - O Estado de S. Paulo

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