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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

MEC anuncia mais 39 municípios aptos a receber cursos de medicina

O Ministério da Educação (MEC) anunciou hoje (4) o resultado da chamada pública de seleção de municípios que receberão novos cursos de medicina. No total, 39 foram considerados aptos e devem abrir cerca de 2 mil vagas de graduação. Uma comissão de especialistas do MEC analisou os projetos de melhoria e o conjunto da estrutura de equipamentos públicos e programas de saúde existentes no município, para definir a relação.

Os municípios estão distribuídos por 11 estados de quatro regiões e que têm como perfil população com pelo menos 70 mil habitantes e que ainda não tinham o curso de medicina. O processo de seleção e avaliação começou em 2013, com 205 municípios interessados. Desse total, 154 encaminharam a documentação solicitada e 49 foram pré-selecionados. Além dos 39 que preencheram os requisitos, outros sete municípios têm prazo de seis meses para se adequarem e três já abriram o curso.

“O que estamos fazendo é invertendo o processo. Até há pouco tempo, os cursos de medicina eram demandados no MEC pelas instituições de ensino, agora nós primeiro definimos quais as regiões que devem receber esses cursos, e os municípios têm que fazer um esforço preparando sua rede de saúde para atender à prática, que é fundamental na formação”, explicou o ministro da Educação, Henrique Paim.

A segunda etapa do processo, que será lançado ainda em setembro, envolve a chamada pública para as instituições privadas de ensino interessadas. “São instituições que precisam ter tradição na área de saúde, que tenham relacionamento com a estrutura da região e com curso e corpo docente adequados às diretrizes da medicina", explicou. Segundo ele, ainda este ano será divulgada a seleção de instituições e autorizada a abertura das vagas, mas prevê que o processo dure até 2017, porque as instituições terão que fazer os investimentos.

A abertura dos cursos está dentro da meta do MEC e do Ministério da Saúde de criar 11,5 mil vagas de graduação e 12,4 mil de residência médica até 2017, no âmbito do Programa Mais Médicos. Até agora, 4.199 vagas foram abertas na graduação. Em relação à residência, 2.822 vagas foram criadas, a maioria em especialidades prioritárias como cirurgia geral, clínica médica, ginecologia e obstetrícia, medicina da família, pediatria e psiquiatria.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, também apresentou uma pesquisa, encomendada pelo ministério e feita pela Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas, com a opinião dos usuários sobre o Mais Médicos. De acordo com o resultado, 95% dos entrevistados se disseram satisfeitos com os serviços nas unidades básicas de Saúde e 87% deram nota de 8 a 10 para os médicos. Para 86% da população ouvida, a qualidade do atendimento melhorou após a chegada de mais profissionais.

Sobre os procedimentos, 84% disseram estar satisfeitos com a duração das consultas, 78% aprovaram a comunicação com o médico e 52% apontaram melhora no acesso a medicamentos. Para 83% houve melhoria nos esclarecimentos sobre problemas de saúde e 80% revelaram satisfação em relação ao acompanhamento sendo feito pelo mesmo profissional. Foram feitas 4 mil entrevistas, entre 4 de junho e 6 de julho de 2014, em 200 municípios de todos os estados do país que contavam com médicos do programa.

Questionado sobre o fato de divulgar a pesquisa em período eleitoral, o ministro Arthur Chioro explicou que o Programa Mais Médicos completou um ano em julho, quando concluiu o provimento de profissionais para os municípios, com a chegada dos médicos do quinto ciclo. “O programa é uma política de Estado, aprovada pelo Congresso Nacional e implementada com estados e municípios de forma republicana, atendendo a todos os prefeitos de todos os partidos que desejaram participar e se inscreveram. Para toda política pública temos a necessidade de apresentar os resultados e nos parece extremamente legítimo que o governo preste conta à sociedade”, argumentou o ministro.

Segundo Chioro, a porcentagem dos entrevistados que se mostraram insatisfeitos com o Mais Médicos diz respeito, principalmente, à expectativa de se encontrar nos postos de saúde serviços e exames que ele não fornece, e à dificuldade de comunicação com o médico. Dos 14.462 profissionais do programa, 1.846 são brasileiros, 1.187 são brasileiros formados no exterior e 11.429 são médicos de outras nacionalidades, principalmente cubanos.

Sobre as questões de infraestrutura e a dificuldade de atendimento em hospitais, Chioro disse que 80% dos problemas são resolvidos no posto de saúde. “Sem a organização da atenção básica com qualidade, não resolveremos os problemas da atenção especializada e do acesso à atenção hospitalar de urgência e emergência. Temos agora condições de priorizar esse sistema de média complexidade e da atenção ambulatorial especializada que se constitui no calcanhar de Aquiles do nosso sistema”, explicou.

Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil Edição: Davi Oliveira

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