Agenda Pós-2015 segue em discussão
Propostas para novas metas avançam em relação ao tema ambiental mas não devem ser restritas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, de acordo com palestrantes. A falta de ações e resultados concretos também foi questionada
Em anexo poderão encontrar a proposta e a memória do colóquio. No documento da proposta recomendo uma avaliação na Meta proposta 3. Assegurar vidas saudáveis e promover o bem estar para todos em todas as idades
Assessoria Sedes
Participantes do colóquio do CDES que debateu a agenda global pós-2015, no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, defenderam que as novas metas definidas no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) sejam traduzidas em ações concretas e que não se restrinjam aos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS).
De acordo com o assessor internacional do Ministério de Meio Ambiente (MMA), Fernando Coimbra, a ideia foi apresentada pelas agências da ONU, mas cabe aos países definir seu conteúdo.
“É necessário ver se realmente interessa ao Brasil que a agenda se resuma à implementação dos objetivos de sustentabilidade ou que vá além deles, reunindo princípios e propósitos que mobilizem a comunidade internacional e complementem os ODS”, argumentou Coimbra.
O reconhecimento da importância da questão ambiental e do destaque que ela tem tido nas discussões dos ODS, no entanto, foram aspectos ressaltados pelo representante do MMA e por Mário Mottin, chefe da Coordenação-Geral de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria-Geral de Meio Ambiente do MRE.
Mottin argumenta que a área ambiental é a que teve mais ganhos com a nova agenda. Segundo ele, os objetivos do milênio tratavam do tema em apenas um ponto de maneira isolada e que, com os ODS, serão cinco objetivos específicos e vários outros pautados transversalmente.
O diplomata destacou ainda outro avanço entre os dois conjuntos de metas. Na visão dele, os ODM tiveram o mérito ampliar, pela primeira vez, o foco da pauta mundial, prioritariamente econômica. Seu procedimento de formulação, entretanto, não teria sido realizado de forma participativa, diferentemente do que, para ele, vem acontecendo agora.
“Os ODS também têm essa meta de tornar países e sociedade civil envolvidos no processo. Não há precedentes na ONU de um processo de construção de metas com tanta legitimidade. Este é o grande valor agregado dos objetivos de desenvolvimento sustentável”, frisou Mottin.
Contraponto - Com uma visão diferente a dos demais palestrantes, o professor Elimar Nascimento, do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB), questionou os avanços relatados.
“Acordos deve ser transformados em ações concretas, em resultados, e não foi isso que vi no debate da Rio+20 e no processo de construção das novas metas”, argumentou.
Nascimento sustenta ainda que é preciso estabelecer novos indicadores de avalição e criar metas mais audaciosas. De acordo com o professor, o tema da sustentabilidade também deve contemplar a questão da desigualdade.
Retomada do diálogo - O evento de hoje retoma a atuação do CDES, iniciada no contexto da Rio+20, para contribuir a posição oficial do Brasil em relação aos ODS. A próxima atividade sobre o tema é a Mesa Redonda da Sociedade Civil Brasil-União Europeia, que será realizada em setembro.
Participantes do colóquio do CDES que debateu a agenda global pós-2015, na manhã desta quarta-feira (20), defenderam que as novas metas definidas no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) sejam traduzidas em ações concretas e que não se restrinjam aos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS).
O processo de estabelecimento dos ODS, que substituirão os objetivos de desenvolvimento do milênio (ODM), começou sendo debatido por um grupo de 70 países. Mas dado o nível de interesse e envolvimento dos Estados, o último debate contou com a participação das 192 nações que compõem a Assembleia Geral da ONU. O documento oficial será apresentado no final de 2015.
De acordo com o assessor internacional do Ministério de Meio Ambiente (MMA), Fernando Coimbra, a ideia foi apresentada pelas agências da ONU, mas cabe aos países definir seu conteúdo.
“É necessário ver se realmente interessa ao Brasil que a agenda se resuma à implementação dos objetivos de sustentabilidade ou que vá além deles, reunindo princípios e propósitos que mobilizem a comunidade internacional e complementem os ODS”, argumentou Coimbra.
O reconhecimento da importância da questão ambiental e do destaque que ela tem tido nas discussões dos ODS, no entanto, foram aspectos ressaltados pelo representante do MMA e por Mário Mottin, chefe da Coordenação-Geral de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria-Geral de Meio Ambiente do MRE.
Mottin argumenta que a área ambiental é a que teve mais ganhos com a nova agenda. Segundo ele, os objetivos do milênio tratavam do tema em apenas um ponto de maneira isolada e que, com os ODS, serão cinco objetivos específicos e vários outros pautados transversalmente.
O diplomata destacou ainda outro avanço entre os dois conjuntos de metas. Na visão dele, os ODM tiveram o mérito ampliar, pela primeira vez, o foco da pauta mundial, prioritariamente econômica. Seu procedimento de formulação, entretanto, não teria sido realizado de forma participativa, diferentemente do que, para ele, vem acontecendo agora.
“Os ODS também têm essa meta de tornar países e sociedade civil envolvidos no processo. Não há precedentes na ONU de um processo de construção de metas com tanta legitimidade. Este é o grande valor agregado dos objetivos de desenvolvimento sustentável”, frisou Mottin.
Contraponto - Com uma visão diferente a dos demais palestrantes, o professor Elimar Nascimento, do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB), questionou os avanços relatados.
“Acordos deve ser transformados em ações concretas, em resultados, e não foi isso que vi no debate da Rio+20 e no processo de construção das novas metas”, argumentou.
Nascimento sustenta ainda que é preciso estabelecer novos indicadores de avalição e criar metas mais audaciosas. De acordo com o professor, o tema da sustentabilidade também deve contemplar a questão da desigualdade.
Retomada do diálogo - O evento de hoje retoma a atuação do CDES, iniciada no contexto da Rio+20, para contribuir a posição oficial do Brasil em relação aos ODS. A próxima atividade sobre o tema é a Mesa Redonda da Sociedade Civil Brasil-União Europeia, que será realizada em setembro.
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