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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

País alcança parcialmente metas nacionais no enfrentamento das DCNT

Redução do número de fumantes e aumento do consumo de frutas e hortaliças são as boas novas. Obesidade adulta e infantil ainda é desafio distante

As transições demográfica e nutricional por que passaram as populações dos países ocidentais trouxeram para o centro dos debates e das ações em saúde o combate às doenças crônicas não-transmissíveis. A mesa redonda Metas do plano de controle das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil e no mundo apresentou no segundo dia do 9º Congresso Brasileiro de Epidemiologia os números do Vigitel – Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis por meio de Inquérito Telefônico, realizado nas  capitais dos 26 estados brasileiros e Distrito Federal. A coordenação da mesa foi do professor Bruce Duncan, professor associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e líder do Centro Colaborador da Secretaria de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, sediado no mesmo estado.

Antes da apresentação dos dados, Anselm Hennis, diretor de doenças não-transmissíveis e saúde mental  da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) deu um panorama do quadro dessas doenças nos demais países das Américas. São os Estados Unidos a nação que mais sofre com esses males. Lá, câncer, diabetes, doenças respiratórias e cardiovasculares representam 80% das causas de mortes, levando ao falecimento de quase  4 mihões de pessoas em 2010. Cerca de 36% desse total só em pessoas abaixo dos 70 anos. “São doenças que reduzem a produtividade, aumentam as pressões no sistema fiscal, e tem um grande aspecto devido à pobreza”, disse o especialista. “O objetivo da OMS é ter um mundo livre dessas doenças, alcançando as nove metas globais até 2025”, completou Hennis. São elas: redução em 25% das mortes prematuras por conta das DCNT; cobertura em 80% das populações com medicamentos essenciais e tecnologia para o enfrentamento; cobertura de 50% no tratamento e aconselhamento contra as drogas; crescimento zero de diabetes e obesidade; redução em 25% dos portadores de pressão alta; redução de 30% do consumo do tabaco; redução de 30% da ingestão de sal e sódio; redução de 10% do sedentarismo e redução de 10% do consumo danoso do álcool.

Melhoras no quadro brasileiro: Para a aplicação dessas metas, Hennis destacou a necessidade de desenvolvimento de planos multisetoriais, redução dos fatores de risco e um acompanhamento prioritário dos cânceres de mama, fígado e cervical, além da capacitação dos sistemas de saúde nacionais para a atenção a essas doenças para uma reavaliação do plano em 2017.

Coube a Deborah Malta, diretora do departamento de vigilância de doenças e agravos não-transmissíveis e promoção da saúde do Ministério da Saúde, junto com Regina Tomie Bernal, pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (NUPENS/USP) , apresentarem os dados do Vigitel. Deborah deu maior destaque ao Plano Nacional de Enfrentamento das DCNT, que conta com 277 ações divididas em três eixos: vigilância, monitoramento e avaliação; prevenção e promoção de saúde, e cuidado integral.

A boa notícia é que alguns dos dados já apresentam melhoras e consistências. Alguns indicadores têm suas séries históricas datadas desde 1991, anteriores ao Vigitel, e demonstram alcance positivo, como a redução de 2% das mortes no conjunto das quatro DCNT na faixa etária prematura, entre pessoas menores de 70 anos.  Em 1991, foram 335 mil mortes frente aos 210 mil óbitos em 2010. A perseguição da meta indica que em 2022 serão cerca de 196 mil falecimentos.

Outro dado positivo, mas ainda fora da meta de 30%, é a redução do consumo do tabaco. Atualmente, a marca é de redução de 19,8% entre 2010 e 2013. Melhor desempenho ainda tem nos dados referentes à cobertura da mamografia e da citologia oncótica, mais conhecido como o exame preventivo papanicolau. “Temos desde 2007 uma média de 82,5%, um dado estabilizado próximo aos 85% indicado no plano de metas. É satisfatório o aumento das mamografias na população, assim como o papanicolau”, ressaltou Deborah. Outras melhorias estão no aumento das atividades físicas e no consumo de frutas, legumes e verduras. Este último registrou 21% na maior ingestão pela população, próximo à meta de 24%.

Os pontos onde o país ainda precisa melhorar a conscientização e promoção da saúde dizem respeito à obesidade adulta e infantil. De 2010 a 2013 houve aumento do número de pessoas que indicam ganho de peso acima de 15%, apesar de o cenário indicar estabilização. Entre as crianças, num cenário em comparação a dados de 1974/75, percebe-se a melhora dos registros referentes ao déficit de altura, mas aumento expressivo no excesso de peso e obesidade.

Segundo as especialistas, os desafios são melhorar o sistema nacional de monitoramento, passos que já vem sendo dados como na coleta de medidas antropométricas realizadas pelo programa PENSE, desenvolvido nas escolas da rede pública e que registrou dados de adolescente em quatro diferentes fases escolares. “Há um desafio global é o Brasil tem participado desse esforço para o avanço nas trocas de experiências, tendo prioridade no tema das doenças crônicas não-transmissíveis”, ressaltou a diretora do Ministério.

O próximo conjunto de dados a serem apresentados será em dezembro, com a divulgação da Pesquisa Nacional de Saúde, marcada para dezembro. A próxima ação de monitoramento a ser realizada será na Pesquisa de Orçamento Familiar – POF 2015, em que haverá um monitoramento por região e faixa de idade, em aplicativo desenvolvido pelo Ministério da Saúde que será conduzido pelos recessenciadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Acesse, em anexo, a apresentação da diretora do departamento de vigilância de doenças e agravos não-transmissíveis e promoção da saúde do Ministério da Saúde. 


Anexo:

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