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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Brasil assume compromisso para melhorar nutrição

Representando o governo brasileiro na 2ª Conferência Internacional de Nutrição da FAO em Roma, ministro Arthur Chioro ressaltou que o enfrentamento da má-nutrição exige políticas complementares e intersetoriais

Envolver as diversas políticas de governo é novo desafio dos países na busca pela melhoria da nutrição no mundo, redução da obesidade e erradicação da fome mundial. Essa foi a defesa apresentada pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante a 2ª Conferência Internacional de Nutrição, que acontece até esta sexta-feira (21/11) em Roma, na Itália. Arthur Chioro chefia a delegação brasileira, que reúne cerca de 40 pessoas, entre representantes do governo, parlamentares e da sociedade civil. Ao final do encontro, os participantes assinarão dois documentos que atestam o compromisso contra má nutrição: a Declaração de Roma sobre a Nutrição e o Marco de Ação.

A 2ª Conferência Internacional de Nutrição reúne representantes de países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e acontece 22 anos após a primeira conferência, realizada em 1992. Apesar de reconhecer avanços, o alerta dos dois organismos internacionais é de que o planeta ainda tem mais de 840 milhões de pessoas cronicamente subnutridas. 

Relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) aponta o Brasil como referência internacional no combate à fome, tendo cumprido com antecedência os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em relação à redução da pobreza. Recente pesquisa dos ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome demonstrou que a desnutrição crônica, que reflete longos períodos de exposição a situações de fome e miséria, inclusive no ventre da mãe, caiu 51,4% entre as crianças beneficiárias do programa Bolsa Família acompanhadas durante cinco anos.

Para o ministro da Saúde, os resultados positivos conquistados nas últimas décadas são fruto do alinhamento de políticas sociais, de saúde e educação, combinadas com a política econômica e de proteção social. “A valorização do salário mínimo e a recuperação do poder de compra do trabalhador levaram mais de 42 milhões de pessoas à classe média. O Programa Bolsa Família tirou da linha de pobreza mais de cinco milhões de brasileiros. Isso possibilitou a população ter acesso à alimentação, e a fome hoje caminha para tornar-se um fenômeno isolado no Brasil”, comemorou.

Chioro ressaltou ainda que para enfrentar a má-nutrição os países precisam adotar políticas complementares e intersetoriais. “Ao pensarmos em nossas políticas de alimentação e nutrição, precisamos levar em consideração as diferentes faces da insegurança alimentar e nutricional, que levam a desfechos como desnutrição, carências de micronutrientes, excesso de peso, obesidade e doenças crônicas associadas à alimentação inadequada”, reforçou.

Além do programa Bolsa Família, o Brasil vem investindo em outras ações que estão contribuindo para a redução da desnutrição crônica no país, como a suplementação nutricional com sulfato ferroso para crianças de seis a 24 meses e de vitamina A para menores de cinco anos. Somente em 2014, o Ministério da Saúde investiu R$ 30 milhões na suplementação, que já beneficiou cerca de 2,3 milhões de crianças. A Politica Nacional de Aleitamento Materno também tem conseguido ampliar as taxas de aleitamento de forma significativa e contribuído efetivamente para que o país atingisse as metas internacionais. Nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, o tempo médio de aleitamento materno aumentou em um mês e meio entre 1999 a 2008.

Em paralelo ao combate à fome, outro problema que deve ser enfrentado pelos países, segundo a presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margareth Chan, é o crescimento constante da obesidade. “O sistema alimentar mundial está falido, dependemos cada vez mais de alimentos industrializados e mais baratos do que alimentos saudáveis produzidos localmente”, disse. Nesse sentido, o diretor geral da FAO, José Graziano, destacou que há 22 anos não se imaginava que uma conferência sobre nutrição fosse preocupar-se com o crescimento da obesidade. “Temos todos os recursos e há alimentos para todos de forma adequada, mas isso não tem se transformado em alimentação saudável para todos”, acrescentou, afirmando que o ponto de partida da discussão é o reconhecimento da nutrição como problema público.

Ao final do evento, os países assinarão a Declaração de Roma sobre a Nutrição, que responderá às questões e desafios atuais relacionados com a nutrição e o Marco de Ação, que reúne uma lista com 60 recomendações de políticas e estratégias que podem ser incorporadas nos planos dos países. O ministro da Saúde reafirmou o compromisso do Brasil em participar ativamente da discussão e adoção de medidas que reduzam a obesidade e o sedentarismo na agenda de desenvolvimento pós-2015. “Vamos empreender esforços para implementar as ações da Declaração Política de Roma e de seu Marco de Ação, na busca da melhoria da nutrição no mundo”, reforçou Chioro em seu discurso.

Por Hortência Guedes e Murilo Caldas, da Agência Saúde

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