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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Concea elabora nota explicativa sobre métodos alternativos ao uso de animais

Documento orienta comunidade acerca do objetivo de substituir, reduzir e refinar a utilização de seres vivos em pesquisa em prazo de até cinco anos.
O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) aprovou na última sexta-feira (27), em sua 27ª Reunião Ordinária, uma nota explicativa sobre a Resolução Normativa (RN) 17, que dispõe sobre o reconhecimento no Brasil de métodos alternativos validados que tenham por finalidade a substituição, a redução ou o refinamento do uso de animais em atividades de pesquisa.
"Essa nota busca esclarecer para a comunidade nacional a abrangência dos métodos alternativos, porque, no contexto mundial, embora a substituição do uso de animais seja o objetivo principal, nem sempre é possível alcançá-lo; assim, na maioria dos casos, a redução tem sido uma ferramenta adicional significativa", diz o coordenador do Concea, José Mauro Granjeiro. "O texto mostra que a redução também é relevante para diminuir o cômputo geral de animais utilizados para fins de pesquisa no Brasil e no mundo", acrescenta.
Ao redigir e aprovar a RN 17, em maio de 2014, o Concea levou em consideração o princípio dos 3 Rs, que representam os conceitos de substituição (replacement, em inglês), redução (reduction) e refinamento (refine). A união das três técnicas visa minimizar o uso de animais e o seu sofrimento, sem comprometer o rigor científico das pesquisas.
Parâmetro
Segundo a coordenadora da Câmara Permanente de Métodos Alternativos do Concea, Lucile Winter, a nota explicativa reafirma que os 3 Rs norteiam as decisões do colegiado.
"A nossa preocupação, além da experimentação animal, envolve a responsabilidade de que qualquer teste que venha a ser feito com determinada substância tenha garantias de segurança e qualidade, porque pode gerar produtos a serem utilizados tanto por humanos quanto por animais".
Granjeiro destaca que redução e refinamento são caminhos necessários, porque ainda não é possível substituir completamente o uso de animais por outros modelos experimentais. "Sem dúvida, nós estamos desenvolvendo, trilhando uma rota, para que a gente possa, quem sabe, no futuro, alcançar esse objetivo comum da ciência brasileira e mundial", informa o coordenador.
O conceito de redução significa diminuir o número de animais sujeitos a testes. Lucile exemplifica com um estudo para se chegar a um protetor solar: "A primeira coisa que precisamos ver é se esse produto pode corroer a pele, causar algum dano irreversível. Se tivermos uma cultura de células, uma camada de gelatina, é possível responder a essa pergunta. E, caso haja algum efeito ruim, descartamos o composto sem utilizar nenhum animal".
Já o refinamento alude à modificação de determinado procedimento operacional para minimizar a dor e o estresse do animal. "São técnicas para tentar diminuir ou até suprimir qualquer tipo de desconforto", explica Lucile, ao comparar a situação ao uso de equipamentos alargadores colocados na boca de pacientes para evitar feridas durante consultas odontológicas.
Adaptação
Em vigor desde julho de 2014, a RN 17 estabelece que, após o Concea reconhecer um método alternativo, as instituições de pesquisa têm prazo de até cinco anos como limite para a adoção obrigatória da técnica sem o uso de animais. Para calcular o período, o órgão colegiado projetou um tempo necessário para a adequação de infraestrutura laboratorial e a capacitação de recursos humanos demandadas pelos ensaios substitutivos.
De acordo com Granjeiro, a nota esclarece que "o prazo de cinco anos é essencial para que a gente possa ter segurança quanto à qualidade dos ensaios dos métodos alternativos realizados, uma vez que é preciso uma infraestrutura adequada e uma mão de obra especializada e muito bem treinada, a fim de que os testes sejam realizados apropriadamente e que transmitam segurança ao regulador de que aqueles resultados são confiáveis".
Até o momento, o Concea reconheceu 17 métodos que substituem ou reduzem o uso de animais em ensaios toxicológicos. Em setembro do ano passado, o Diário Oficial da União publicou a primeira lista de técnicas a serem proibidas dentro de cinco anos.
Criado em 2008, o Concea é uma instância colegiada multidisciplinar de caráter normativo, consultivo, deliberativo e recursal. Dentre as suas competências destacam-se, além do credenciamento das instituições que desenvolvam atividades no setor, a formulação de normas relativas à utilização humanitária de animais com finalidade de ensino e pesquisa científica, bem como o estabelecimento de procedimentos para instalação e funcionamento de centros de criação, de biotérios e de laboratórios de experimentação animal.
Fonte: Concea

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