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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Debate com Joaquim Levy mobiliza senadores

O debate com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na Comissão de Assuntos Econômicos nesta terça-feira (31), dividiu a opinião dos senadores sobre o ajuste fiscal e a política econômica do governo. Foram mais de sete horas de discussão, durante a qual mais de 25 senadores questionaram a capacidade de investimento do país, o novo indexador para a dívida dos estados e o déficit econômico atual, entre outros temas.

Para Ataídes Oliveira (PSDB-TO), o governo da presidente Dilma Rousseff deveria cortar despesas, visto que a dívida pública já atinge mais de R$ 3,25 trilhões, ou 64% do Produto Interno Bruto (PIB).
Blairo Maggi (PR) lembrou que o Mato Grosso tem R$ 1,12 bilhão a receber da União, além de empreendimentos de pontes e estradas na ordem de R$ 720 milhões, fundamentais para a infraestrutura do estado, atualmente o maior exportador agrícola do país.

José Medeiros (PPS-MT) disse que ninguém discorda da boa intenção dos programas de governo e sua manutenção a longo prazo, mas observou que a sociedade deve acompanhar de forma permanente as iniciativas lançadas pelo Executivo.

Hélio José (PSD-DF) considerou as duas primeiras versões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) um grande acerto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff. Ele lembrou ainda que o PAC prevê investimentos de R$ 1,43 bilhão em mobilidade urbana.

Para Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o Brasil não está em frangalhos, e o país precisa apenas dar uma rearrumada na economia para não permitir que a crise global prejudique a sociedade.

Gleisi Hoffmann (PT-PR) destacou algumas medidas adotadas pelo governo em favor da economia, como a redução do IPI de automóveis, a diminuição do PIS/Cofins, e a ampliação do Simples Nacional às micro e pequenas empresas, entre outras.

Para Ronaldo Caiado (DEM-GO), o ajuste fiscal proposto por Levy não tem apoio popular e nem apoio político, uma vez que a presidente Dilma perdeu sua credibilidade junto à sociedade, que agora sente o aumento do desemprego e a elevação de impostos.

Por sua vez, Telmário Mota (PDT-RR) destacou que o Brasil está submetido ao tripé meta de inflação, superávit primário e cambio flutuante desde 1999. Para ele, o atual modelo de política monetária esta falido, o que seria incompatível com a construção de um projeto de desenvolvimento para o país.

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) ressaltou que é muito tímida a presença do setor financeiro privado nacional no financiamento da indústria, da agricultura e do comércio no que se refere a projetos de longo prazo. Ele disse que o governo deveria adotar medidas para reverter esse quadro.

Douglas Cintra (PTB-PE) afirmou que o clima de pessimismo exagerado em relação à economia não encontra correspondência nos fundamentos da própria economia, visto que o país dispõe de reservas internacionais.

Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que o inconformismo manifestado pelo ministro da Fazenda em duas ou três oportunidades tem a ver com a dificuldade de impor no ajuste fiscal a participação do Executivo e da União. Quando se transfere a responsabilidade quase que de forma absoluta à sociedade pela crise, sem a proporcional contrapartida do governo, o que ocorre é apenas mais um ajuste de conta, afirmou.

Wellington Fagundes (PR-MT) disse que o Brasil precisa de tempo e credibilidade para adotar o ajuste fiscal proposto pelo governo, como forma de garantir a segurança, competitividade, ganhos sociais e o fortalecimento da classe média.

Omar Aziz (PSD-AM) disse que os gastos do governo não cabem no produto interno bruto (PIB), e cobrou a redução do número de ministérios e cargos no Executivo.

José Agripino (DEM-RN) sugeriu a redução das 39 pastas atuais para 20, o que seria, segundo o senador, um sinal à economia "maravilhoso", de encorajamento a investidores, de encorajamento à economia.

Tasso Jereissati (PSDB-CE) sugeriu três medidas de “corte na carne”: diminuir os ministérios, cortar pela metade os cargos comissionados do governo federal e cortar embaixadas e consulados inúteis que, segundo ele, “gastam uma fortuna e não rendem, absolutamente, nada de positivo para a política estratégica ou comercial brasileira”.

Já Walter Pinheiro (PT-BA) defendeu o governo, e disse que sem a política econômica atual não seria possível a presença das montadoras Fiat, em Pernambuco, e Ford, na Bahia.

Waldemir Moka (PMDB-MS) questionou como se pode pensar no futuro, se um regime tributário tido como definitivo há pouco mais de três meses é alterado de forma abrupta.

Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que a sociedade reclama do aumento da carga tributária e das medidas encaminhadas pelo governo ao Congresso. Ele entende que o principal problema de Dilma é a perda de credibilidade perante o povo.

Na avaliação de Martha Suplicy (PT-SP), os investimentos precisam de recursos que ela não sabe de onde virão. Ela ressaltou ainda que a situação econômica atual “não traz nenhuma melhora, nenhuma expectativa e o tempo está passando”.

Aécio Neves (PSDB-MG) disse que, para um entendimento em relação às medidas encaminhadas ao Congresso, o governo deveria assumir, de forma absolutamente clara, que as razões pelo agravamento da crise não se devem à seca, à crise internacional ou à queda no preço das commodities. Disse ainda que Levy busca resgatar a credibilidade na condução da política econômica brasileira.

Líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB) lembrou que atualmente o Brasil depende muito mais da credibilidade que Levy construiu ao longo de sua trajetória.

Na avaliação de José Serra (PSDB-SP), não há uma estratégia conjunta de gestão da dívida pública no Brasil.
— A sensação que tenho é que há um divórcio entre Fazenda e Banco Central nesse aspecto e não há essa gestão conjunta — disse.

Também participaram do debate com Joaquim Levy os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Sandra Braga (PMDB-AM), Lasier Martins (PDT-RS), Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Roberto Rocha (PSB-MA).

Edilson Rodrigues - Agência Senado


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