Janete Capiberibe: essas mulheres são
muito atuantes no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, responsáveis por partos
domiciliares em zonas rurais e de florestas.
Projeto da deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) em tramitação na Câmara dos Deputados (PL 359/15) propõe fornecer curso de qualificação básica para as parteiras tradicionais e incluir sua atividade no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Pela proposta, o SUS deverá também
fornecer a essas parteiras os equipamentos, os instrumentos cirúrgicos e os
demais materiais para os partos. O projeto estabelece o ganho mensal de um
salário mínimo para essas parteiras, além de curso de qualificação ministrado
pelo Ministério da Saúde ou secretarias estaduais de saúde.
A deputada lembra que essas mulheres
são muito atuantes nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, responsáveis
pelos partos domiciliares nas zonas rurais e de florestas, onde o acesso a
serviços hospitalares é precário.
Estima-se que existam mais de mais de
60 mil parteiras em atuação No Brasil, a maior parte delas nas regiões Norte e
Nordeste. Na Bahia – de acordo com dados apresentados no projeto – existem
entre 7 mil a 8 mil parteiras tradicionais; 6 mil no Pará, e mais de 5 mil em
estados como Minas Gerais, Mato Grosso e Tocantins.
Essas parteiras – diz a deputada –
trabalham em condições muito aquém das desejadas. Muitas vezes elas têm como
instrumentos de trabalho apenas as suas mãos, uma bacia com água e uma tesoura,
ou material cortante. “Trabalham a luz de vela, de lamparina ou, até mesmo, de
fogueira. Fazem seus socorros a pé, a cavalo, de barco, de bicicleta. E se não
fossem elas, não tenho dúvidas de que a mortalidade materna e perinatal seria
muito maior.”
A parlamentar lembra ainda que o
apoio governamental a essas mulheres vai ao encontro do esforço governamental
iniciado em 1998 para controlar o alto índice de cesarianas realizadas no País,
cirurgia que tem diminuído em cerca de 30%. “Apesar de reconhecer que elas
apresentam um importante componente na transmissão de conhecimentos nesta área,
nosso projeto procura também ampliar a segurança da atividade, condicionando
seu exercício à conclusão de curso de qualificação ministrado pelo Ministério
da Saúde ou por secretarias de saúde dos estados”, observa Janete Capiberibe.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
O projeto tramita em caráter conclusivo pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
- PL-359/2015
Reportagem - Roberto Stefanelli/ RCA
Agência Câmara Notícias
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