Parceira do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) para produzir o Bevacizumabe, a empresa russa Biocad teve sua fábrica na Rússia certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Boas Práticas de Fabricação (BPF), passo importante para o processo de transferência de tecnologia da companhia para o instituto. A previsão é que o Tecpar comece a produzir o medicamento em 2018.
Recentemente, a Biocad já havia recebido do Ministério da Saúde russo a autorização para comercializar, já em 2016, o medicamento que é recomendado para o tratamento de diversos tipos de câncer e degeneração macular.
O Tecpar vai produzir o biológico em Maringá a partir de 2018 junto com a Biocad, com a qual atua em uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), mecanismo utilizado pelo Ministério da Saúde para que laboratórios públicos produzam no país, em parceria com empresas privadas, medicamentos hoje importados.
De acordo com o diretor-presidente do Tecpar, Júlio C. Felix, tanto a autorização do Ministério da Saúde da Rússia quanto a certificação pela Anvisa são importantes para acelerar a transferência de tecnologia para o Paraná. “A aprovação da fábrica na Rússia pela Anvisa é um dos requisitos para que a transferência da tecnologia de produção do Bevacizumabe seja feita ao Tecpar. Essa aprovação mostra que se a empresa consegue produzir lá, pode também produzir em conjunto com o instituto aqui”, salienta.
Além do Bevacizumabe, cuja produção via PDP já está aprovada pelo ministério, o Tecpar concorre junto com a Biocad para fornecer ao Sistema Único de Saúde (SUS) os biológicos Adalimumabe e Infliximabe, medicamentos usados para tratamento de artrite reumatoide, psoríase e outras doenças crônicas. A parceria é formada com o consórcio Biocad Monoclonais, composto pela representante brasileira da empresa, a Biocad Brasil, e a indústria farmacêutica Daudt, também brasileira.
Caso as PDPs do Tecpar sejam aprovadas pelo Ministério da Saúde, os dois produtos também devem ser comercializados a partir de 2018, na mesma planta do Bevacizumabe, em Maringá.
Produtos via PDP
Para se tornar o fornecedor oficial do Adalimumabe, o Tecpar concorre com outros seis laboratórios públicos. Já em relação ao Infliximabe, o Tecpar disputa com outras cinco instituições. O resultado da análise dos projetos pelo ministério deve ser divulgado ainda em janeiro.
Além do Adalimumabe e do Infliximabe, o Tecpar atualmente aguarda o resultado de outras três propostas de projetos para a produção de medicamentos, como a Somatropina, um hormônio de crescimento, com a alemã Merck, o Salbutamol, medicamento para a asma, com a britânica GSK, e produtos para a saúde como aparelho auditivo retroauricular e intra-aural, com a suíça Sonova/Phonak.
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