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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Inscrições abertas para o curso Hanseníase na Atenção Básica

Estão abertas, até 15 de maio, as inscrições para o curso online Hanseníase na Atenção Básica, oferecido gratuitamente pela Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). O objetivo é preparar os profissionais para atuarem no controle da transmissão da hanseníase e diminuir as incapacidades causadas pela doença. O público-alvo são os trabalhadores da saúde de todo país, mas o curso é livre para demais interessados. O lançamento ocorre à luz do Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase, comemorado no dia 31 de janeiro.
Para saber mais e se inscrever, acesse a página do curso: http://unasus.gov.br/cursos/hanseniase.
O curso possui carga horária de 45 horas e é dividido em três unidades: vigilância; diagnóstico e acompanhamento da hanseníase na Atenção Básica. Os casos clínicos são transversais, abrangendo e integrando os aspectos de controle da doença. Desde o lançamento, em 2014, o curso obteve 17.432 matrículas.
O público do curso é composto majoritariamente por profissionais entre 31 e 35 anos (26,96 %). Entre os inscritos 54,05 % são enfermeiros; 12,58 % são técnicos de enfermagem e 12,34 %, médicos. A maioria dos inscritos atuam em Centros e Unidades Básicas de Saúde (55,31 %); Hospitais Gerais (13,73 %) e Secretarias de Saúde (6,41 %). Os estados com maior número de matrículas são: Minas Gerais (1.677); São Paulo (1.538); Bahia (1.057) e Ceará (1.013).
A médica Maria Luísa Martins é portuguesa e, após se aposentar em seu país de origem, veio atuar em uma Unidade Básica de Saúde em Itarema/CE, pelo Programa Mais Médicos. Para ela, o curso foi uma oportunidade de repensar os sintomas da doença e qualificar o diagnóstico, que nem sempre é fácil. “Tive uma paciente de 22 anos com queixas especificas, sugestivas vagamente de desconforto dérmico inespecífico que eu teria desvalorizado se não tivesse feito o curso”.
O curso é dinâmico e utiliza metodologia diversificada. Além dos casos clínicos, bastante utilizados nos cursos da UNA-SUS, são oferecidas vídeo-aulas com explicações de especialistas sobre o tema, além de vídeos de apoio com dramatizações que tratam do tema da vídeo-aula. São também utilizados hipertextos, caixas de ajuda e glossário para que se possa aprofundar os conhecimentos de termos técnicos.
Para a enfermeira Patrícia de Oliveira, que trabalha na Unidade Básica de Saúde Tabajara I, em Olinda/PE, o diferencial do curso foram as vídeo-aulas. “Foi o que mais me interessou, pois facilitou muito o aprendizado com uma linguagem simples e objetiva”, conta.
A coordenadora da Hanseníase e Doenças em Eliminação (CGHDE/DEVIT/SVS/MS), Rosa Castália, explica que o curso foi criado considerando a necessidade de ampliar a cobertura de unidades de saúde com potencial para diagnosticar e tratar precocemente até a cura, por meio da capacitação de profissionais e da ampliação da oferta de acesso aos serviços para os cidadãos que necessitam. “O aumento do número de profissionais capacitados para diagnóstico e identificação precoce dos casos, o tratamento adequado e a possibilidade de ampliar a rede de serviços nos municípios, resultando na diminuição da carga da doença e do número de pacientes incapacitados decorrentes do diagnóstico tardio”, afirma.
A HANSENÍASE - A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leaprae, que tem atração por pele e nervos, podendo causar atrofias e áreas de insensibilidade. Caso a bactéria atinja o nervo, pode causar incapacidades muitas vezes irreversíveis. A transmissão se dá pelas vias aéreas, por meio do contato entre uma pessoa infectada com uma saudável suscetível. As manchas causadas não doem e não coçam e o período de incubação da doença é de cinco anos. No entanto, se não diagnosticada e tratada, a doença pode gerar sérias incapacidades, físicas se o diagnóstico for tardio ou o tratamento não for realizado adequadamente, pelo período preconizado.
Além do diagnóstico, o SUS oferece tratamento para hanseníase, disponível em todas as unidades públicas de saúde. A poliquimioterapia (PQT), uma associação de medicamentos que evita a resistência do bacilo deve ser administrada por seis meses ou um ano a depender do caso. Os pacientes deverão ser submetidos, além do exame dermatológico, a uma avaliação neurológica simplificada e sempre receber alta por cura.
Endêmica no Brasil, a hanseníase ainda é um problema de saúde pública e está no rol das doenças negligenciadas. Apesar disso, o último balanço sobre a doença – divulgado em 2015 - trouxe resultados positivos. A análise de 2003 a 2013 mostrou que o número de novos casos no país caiu 4 0%. As taxas de prevalência da doença em dez anos caíram em 68% e o percentual de cura aumentou para 80 %. O balanço de 2016 deverá ser divulgado nos próximos dias.
A doença está concentrada em alguns estados: Mato Grosso (MT), Pará, Maranhão, Tocantins, Rondônia e Goiás. Para que a hanseníase deixe de ser considerada um problema de saúde pública, o Brasil deve atingir a meta estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na qual a prevalência deve ser de menos de um caso por 10 mil habitantes.
O diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico, não é necessária a realização de exames laboratoriais complexos. “A maioria dos casos é de diagnóstico relativamente fácil para um profissional de saúde treinado”, afirma Castália. A coordenadora explica que, em alguns casos, o paciente necessitará ser encaminhando para uma unidade de referência para confirmação de diagnóstico. “É importante ressaltar que o diagnóstico precoce e o tratamento completo e correto são fundamentais para que o paciente fique curado sem sequelas”.
Para Castália, um dos principais entraves para o tratamento ocorre em localidades onde os pacientes não têm o acesso ao diagnóstico e tratamento ao alcance facilmente. Outros fatores que dificultam o tratamento são o medo da discriminação e estigma e o desconhecimento sobre a doença, tanto pela população quanto por profissionais de saúde, além do o longo período de tratamento, que não pode ser interrompido.
Castália explica que Secretaria de Vigilância em Saúde realiza, periodicamente, exercícios de monitoramento da eliminação da hanseníase, com metodologia preconizada pela OMS, para avaliar aspectos qualitativos, ou seja, dados não reportados no sistema de informações. “É uma supervisão especial, bastante ampliada”, diz.
Para mais informações sobre a hanseníase, acesse a página da Secretaria de Vigilância em Saúde:http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/oministerio/principal/secretarias/svs/hanseniase.
Fonte: SE/UNA-SUS, por Claudia Bittencourt

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