Para combater e erradicar a
doença, o governo lançou a campanha “Elimine a Malária para o Bem”
O levantamento aponta que o
País registrou o menor número da doença dos últimos 35 anos, aponta o
Ministério da Saúde. Em 2015, foram notificados cerca de 143 mil casos. Em
relação ao número de óbitos, foram 26 mortes no ano passado, redução de 89% no
comparativo com o ano de 2000. Mas a meta é ir mais adiante e com o objetivo de
combater e erradicar a malária, o Ministério da Saúde lançou a campanha
“Elimine a Malária para o Bem” nesta segunda-feira (25), Dia Mundial da
Malária.
Para este ano, a pasta
investirá R$ 12 milhões para ações voltadas para eliminação da doença nos
municípios prioritários. O recurso será utilizado para a compra de insumos,
equipamentos e veículos. Outra medida adotada recentemente pelo Ministério da
Saúde foi a publicação da portaria 535, que dobra a quantidade de agentes de
combate às endemias (ACE) que podem ser contratados pelas prefeituras para
fortalecer o enfrentamento à doença.
"O compromisso do
Ministério da Saúde, em parceria com o Conass e Conasems, é para a eliminação
da malária. Os incentivos financeiros e a ampliação do quantitativo de agentes
pelos municípios possibilitam aumentar a força de trabalho para combater a
doença em todo o País", destaca o secretário de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde, Antônio Nardi.
Em 2015, o Ministério da Saúde
lançou o Plano de Eliminação da Malária no Brasil, com ênfase na malária por
Plasmodium falciparum. A medida faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) lançados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em substituição
aos Objetivos do Milênio. A meta é a redução de pelo menos 90% dos casos até
2030 e da eliminação de malária em pelo menos 35 países.
O documento fornece a
orientação técnica para os municípios, define estratégias diferenciadas para o
diagnóstico, tratamento, controle vetorial, educação em saúde e mobilização
social. O Plano de Eliminação da Malária no Brasil é uma iniciativa para deter
a malária com potencial de maior gravidade. Em 2000, a malária falciparum era
responsável por 21% dos casos, caindo para 16% em 2014. Em 2015, foram
registrados 15.442 casos autóctones de malária falciparum, aproximadamente 31%
de redução em relação ao ano anterior (22.227).
Região Amazônica
A campanha publicitária deste
ano enfatiza a eliminação da malária falciparum no País. A prioridade é
conscientizar as pessoas da região amazônica que já tiveram a doença mais de
uma vez e que não buscaram tratamento na rede pública de saúde, tendo em vista
que essa forma de comportamento compromete a redução dos casos e a interrupção
na transmissão.
A área endêmica da doença no
Brasil compreende a região amazônica – responsável por 99% dos casos autóctones
–, incluindo Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins. Em 2015, houve redução de aproximadamente 1% no número de
casos autóctones em comparação com 2014, passando de 139.204 para 138.069. Na
análise por Estado, o Maranhão (71%) apresentou a maior queda, seguido de
Rondônia (29%), Pará (17%) e Acre (14%).
Apesar dos poucos casos
autóctones na região extra-Amazônica, a doença não pode ser negligenciada
diante do risco de reintrodução, agravado pelo fluxo migratório em áreas
suscetíveis, bem como pela possibilidade de aumento da letalidade devido ao
diagnóstico tardio e manejo clínico inadequado.
Para definição do status de
eliminação da doença, o Brasil utiliza metodologia da Organização Mundial da
Saúde. Seguindo essa classificação, as cidades foram divididas a partir da
média da incidência parasitária de malária entre 2012 e 2014. Atualmente, o
país apresenta um total de 5.276 municípios que se encontram em prevenção de
reintrodução de casos de malária falciparum, 219 municípios em eliminação e 75
em controle.
Agentes
A portaria 535 permitiu dobrar
a quantidade de ACE que podem ser contratados – com o auxílio da Assistência
Financeira Complementar (AFC) – para municípios com ocorrência de malária. O
novo critério estabelece um agente de endemias para cada 500 habitantes rurais
em cidades com alto risco. Para localidades com risco extremamente alto, o
município deverá contar com um agente para cada 250 habitantes rurais.
Os agentes de combate às
endemias apoiam os gestores locais no desenvolvimento e execução de ações educativas
e de controle de doenças ou agravos nas comunidades. Os profissionais também
devem promover iniciativas, como orientar a população da região de atuação
sobre sintomas, riscos e agente transmissor de doenças com respectivas medidas
de prevenção individual e coletiva.
Prêmio Internacional
O Brasil recebeu em 2015 o
Malaria Champions of the Americas Award 2015, entregue ao Programa Nacional de
Controle da Malária do Ministério da Saúde, na sede da Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em Washington. Essa é a quarta vez que o
País é premiado por seu esforço para reduzir os casos de malária, mas a
primeira vez que é reconhecido como o primeiro colocado.
O prêmio reconhece
organizações ou colaborações que usaram projetos inovadores para superar os
desafios da malária nas Américas. O foco da premiação foi os programas de malária que contribuíram para a
consecução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Anteriormente, os
Estados do Acre e do Amazonas já haviam recebido o prêmio.
Fonte: Ministério da Saúde
0 comentários:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.