O curso do Ministério da Saúde
sobre atendimento a pacientes com vírus Zika será ofertado a profissionais de
saúde de todo o mundo. Em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a pasta vai passar a ofertar o módulo
também nas línguas inglesa e espanhola. O curso “Zika: abordagem clínica na
Atenção Básica”, ofertado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(UFMS), integrante da Rede UNA-SUS, poderá ser acessado no site da UNA-SUS,
onde já consta a versão em português, além de ser disponibilizado também em
plataformas virtuais geridas pela OMS e pela OPAS. A previsão é que a
ferramenta esteja disponível a partir de maio deste ano.
A tradução do curso ganha
importância devido à propagação do vírus e, especialmente após Centro de
Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis (CDC) dos Estados Unidos
confirmar a relação entre zika e microcefalia.
“Com a iniciativa, o Brasil
espera estender sua cooperação técnica àqueles países que poderão vir a
enfrentar problema similar”, afirma o Secretário Executivo da UNA-SUS,
Francisco Campos. Ele explica que já ocorreram tentativas anteriores de se
oferecer cursos em idioma espanhol para os países latino-americanos e a
extensão da oferta em português para países africanos. “A UNA-SUS tem sido um
partícipe frequente do Campus Virtual de Saúde Pública, de forma que esta
oferta poderá estabelecer um caminho de cooperação em outras áreas temáticas”.
O secretário de Gestão do
Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Heider Pinto, enfatiza
a importância de se disseminar informações sobre o vírus Zika. “É essencial
haver um esforço global para combater essa doença e suas consequências. E o
Brasil, que acumulou experiência, tanto no combate quanto no estudo desse novo
desafio de saúde pública, tem a obrigação de transmitir seus conhecimentos às
demais nações”, explica. “O curso já está sendo ofertado em português e tem se
mostrado um grande sucesso, com em torno de 27,5 mil matrículas já realizadas”,
completa.
O Representante da Organização
Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil,
Joaquín Molina, acredita que o curso deverá estar disponível em breve na plataforma
Campus Virtual de Saúde Pública, espaço de aprendizado online da organização.
“Foi muito generoso o ato do Ministério da Saúde de colocar à disposição de
outros países de língua inglesa e espanhola um curso sobre zika. O Brasil tem
muito a ensinar ao mundo sobre vigilância e controle de vetores. O curso também
será disponibilizado à sede da OMS, em Genebra, dado o potencial de
disseminação que o vírus está tendo no mundo. A OPAS/OMS está neste momento
trabalhando nas adaptações necessárias para a adequação do conteúdo a uma
linguagem internacional. Estou confiante de que em breve poderemos
disponibilizá-lo a outros países”, afirma.
A versão em português está
disponível desde fevereiro e apresenta informações sobre o vírus Zika
relacionadas à conduta nos casos e situações tratadas nos protocolos aprovados
pelo Ministério da Saúde. O módulo de formação é destinado, prioritariamente, a
médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e profissionais de nível superior da
Atenção Básica, no entanto, é aberto para qualquer um interessado em conhecer
mais sobre a doença. Com 45 horas-aula de duração, o módulo tem um capítulo
integralmente dedicado aos cuidados voltados às gestantes com infecção pelo
vírus e aos recém-nascidos com microcefalia. As inscrições devem ser realizadas
pelo site da UNA-SUS e seguem até o dia 15 de fevereiro de 2017.
O curso é composto por quatro
unidades educacionais. Os módulos são: aspectos epidemiológicos, promoção à
saúde e prevenção de infecção por vírus Zika; quadro clínico e abordagem a pessoas
infectadas com vírus Zika; os cuidados com as gestantes com suspeita ou
confirmação de infecção por vírus Zika e do recém-nascido com microcefalia; e
vigilância da infecção por vírus Zika e suas complicações. A ação trabalha
pedagogicamente com atividades interativas, casos clínicos, vídeos com
especialistas e entrevistas.
O curso é uma iniciativa da
Secretaria Executiva da UNA-SUS (SE/UNA-SUS), Fiocruz Mato Grosso do Sul,
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Secretaria de
Vigilância em Saúde (SVS), Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) e Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
OUTROS CURSOS – Além do curso
de Zika, o Ministério da Saúde oferta outras quatro opções de capacitação
voltadas para o combate ao Aedes aegypti, bem como para a atenção às doenças
transmitidas pelo vetor. Está disponível, desde janeiro, um curso de
atualização no combate vetorial voltado para agentes comunitários de saúde,
agentes de combate às endemias, profissionais de educação, assistência social e
defesa civil, militares e multiplicadores em resposta a emergências em saúde
pública. Além desses profissionais, também podem participar as pessoas que
estiverem interessadas em ampliar os conhecimentos sobre as doenças e sobre
como eliminar o mosquito.
Com linguagem simples e de
fácil entendimento, e de acesso livre a qualquer pessoa, o módulo é realizado
pela internet, tem 16 horas de duração e conta com certificação ao final. Para
acessar o conteúdo, é preciso fazer um cadastro na página do Ambiente Virtualde Aprendizagem do SUS (AVA-SUS) ou do Telessaúde Brasil Redes (Núcleo do Rio
Grande do Sul) e começar as aulas virtuais. A expectativa é de que agentes
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias de todo o país
atualizem-se pela plataforma. O curso já conta com 7,5 mil inscritos.
Outras duas ações importantes
são os cursos para diagnóstico e manejo de dengue e de chikungunya, ofertados
de forma permanente pela UNA-SUS a profissionais de saúde de nível superior. O
enfoque do curso de dengue, composto por oito estudos de caso, é a
identificação do risco de casos suspeitos e a adoção das condutas corretas
diante das diferentes situações clínicas, visando à redução de complicações.
Desde 2012, foram recebidas mais de 21 mil matrículas para o curso de dengue,
sendo a maioria delas realizadas por enfermeiros (48%) e médicos (32%). A maior
parte dos profissionais matriculados (52%) atua em centros de saúde e unidades
básicas de saúde, que são as portas de entrada do SUS.
Já o curso de chikungunya foi
lançado em dezembro de 2015 – a primeira oferta recebeu 9.494 matrículas, sendo
36% de enfermeiros, 30% de médicos e 16% de técnicos e auxiliares de
enfermagem. A maioria dos matriculados (52%) atua em centro de saúde ou unidade
básica. O curso é composto por duas unidades: a primeira traz informações sobre
epidemiologia, quadro clínico, diagnóstico, ações de vigilância e organização
dos serviços de saúde, além de apresentar a importância da educação permanente
em saúde. Já a segunda unidade aborda casos clínicos, nos quais o profissional
é estimulado a refletir sobre a melhor conduta para realizar o manejo de
pacientes com suspeita da doença.
Fonte: Ministério da Saúde,
editado por UNA-SUS
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