Parceria entre Ministério da
Saúde, OMS e OPAS vai garantir a tradução do material para as versões em inglês
e espanhol. O módulo é online, gratuito e poderá ser acessado a partir de maio
O curso do Ministério da Saúde
sobre atendimento a pacientes com vírus Zika será ofertado a profissionais de
saúde de todo o mundo. Em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a pasta vai passar a ofertar o
módulo também nas línguas inglesa e espanhola. O curso “Zika: abordagem clínica
na Atenção Básica” poderá ser acessado no próprio site da Universidade Aberta
do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS), onde já consta a versão em português, além
de ser disponibilizado também em plataformas virtuais geridas pela OMS e pela
OPAS. A previsão é que a ferramenta esteja disponível a partir de maio deste
ano.
O secretário de Gestão do
Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Heider Pinto, enfatiza
a importância de se disseminar informações sobre o vírus Zika. “É essencial
haver um esforço global para combater essa doença e suas consequências. E o
Brasil, que acumulou experiência, tanto no combate quanto no estudo desse novo
desafio de saúde pública, tem a obrigação de transmitir seus conhecimentos às
demais nações”, explica. “O curso já está sendo ofertado em português e tem se
mostrado um grande sucesso, com em torno de 27,5 mil matrículas já realizadas”,
completa.
O Representante da Organização
Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil,
Joaquín Molina, acredita que o curso deverá estar disponível em breve na
plataforma Campus Virtual de Saúde Pública, espaço de aprendizado online da
organização. “Foi muito generoso o ato do Ministério da Saúde de colocar à
disposição de outros países de língua inglesa e espanhola um curso sobre zika.
O Brasil tem muito a ensinar ao mundo sobre vigilância e controle de vetores. O
curso também será disponibilizado à sede da OMS, em Genebra, dado o potencial
de disseminação que o vírus está tendo no mundo. A OPAS/OMS está neste momento
trabalhando nas adaptações necessárias para a adequação do conteúdo a uma
linguagem internacional. Estou confiante de que em breve poderemos
disponibilizá-lo a outros países”, afirma.
A versão em português está
disponível desde fevereiro e apresenta informações sobre o vírus Zika
relacionadas à conduta nos casos e situações tratadas nos protocolos aprovados
pelo Ministério da Saúde. O módulo de formação é destinado, prioritariamente, a
médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e profissionais de nível superior da
Atenção Básica, no entanto, é aberto para qualquer um interessado em conhecer
mais sobre a doença. Com 45 horas-aula de duração, o módulo tem um capítulo integralmente
dedicado aos cuidados voltados às gestantes com infecção pelo vírus e aos
recém-nascidos com microcefalia. As inscrições devem ser realizadas pelo siteda UNA-SUS e seguem até o dia 15 de fevereiro de 2017.
O curso é composto por quatro
unidades educacionais. Os módulos são: aspectos epidemiológicos, promoção à
saúde e prevenção de infecção por vírus Zika; quadro clínico e abordagem a
pessoas infectadas com vírus Zika; os cuidados com as gestantes com suspeita ou
confirmação de infecção por vírus Zika e do recém-nascido com microcefalia; e
vigilância da infecção por vírus Zika e suas complicações. A ação trabalha
pedagogicamente com atividades interativas, casos clínicos, vídeos com
especialistas e entrevistas.
OUTROS CURSOS – Além do curso
de Zika, o Ministério da Saúde oferta outras quatro opções de capacitação
voltadas para o combate ao Aedes aegypti, bem como para a atenção às doenças
transmitidas pelo vetor. Está disponível, desde janeiro, um curso de
atualização no combate vetorial voltado para agentes comunitários de saúde,
agentes de combate às endemias, profissionais de educação, assistência social e
defesa civil, militares e multiplicadores em resposta a emergências em saúde
pública. Além desses profissionais, também podem participar as pessoas que
estiverem interessadas em ampliar os conhecimentos sobre as doenças e sobre
como eliminar o mosquito.
Com linguagem simples e de
fácil entendimento, e de acesso livre a qualquer pessoa, o módulo é realizado
pela internet, tem 16 horas de duração e conta com certificação ao final. Para
acessar o conteúdo, é preciso fazer um cadastro na página do Ambiente Virtualde Aprendizagem do SUS (AVA-SUS) ou do Telessaúde Brasil Redes(Núcleo do Rio
Grande do Sul) e começar as aulas virtuais. A expectativa é de que agentes
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias de todo o país
atualizem-se pela plataforma. O curso já conta com 7,5 mil inscritos.
Outras duas ações importantes
são os cursos para diagnóstico e manejo de dengue e de chikungunya, ofertados
de forma permanente pela UNA-SUS a profissionais de saúde de nível superior. O
enfoque do curso de dengue, composto por oito estudos de caso, é a
identificação do risco de casos suspeitos e a adoção das condutas corretas
diante das diferentes situações clínicas, visando à redução de complicações.
Desde 2012, foram recebidas mais de 21 mil matrículas para o curso de dengue,
sendo a maioria delas realizadas por enfermeiros (48%) e médicos (32%). A maior
parte dos profissionais matriculados (52%) atua em centros de saúde e unidades
básicas de saúde, que são as portas de entrada do SUSJá o curso de chikungunya
foi lançado em dezembro de 2015 – a primeira oferta recebeu 9.494 matrículas,
sendo 36% de enfermeiros, 30% de médicos e 16% de técnicos e auxiliares de
enfermagem. A maioria dos matriculados (52%) atua em centro de saúde ou unidade
básica. O curso é composto por duas unidades: a primeira traz informações sobre
epidemiologia, quadro clínico, diagnóstico, ações de vigilância e organização
dos serviços de saúde, além de apresentar a importância da educação permanente
em saúde. Já a segunda unidade aborda casos clínicos, nos quais o profissional
é estimulado a refletir sobre a melhor conduta para realizar o manejo de
pacientes com suspeita da doença.
Por Priscila Silva, da Agência Saúde
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