Até 31 de março, 15 casos
foram confirmados em Brasília. Secretaria apresentou números oficiais nesta
segunda-feira (4) e divulgará boletins às sextas
Foto: Matheus Oliveira/SES-DF
A saúde do
Distrito Federal está em alerta para se prevenir contra o H1N1. De janeiro a 31
de março, foram confirmados 15 casos de gripe provocada pelo vírus. Sete
pacientes apresentaram a doença na forma menos grave e os outros oito — em quem
se identificou síndrome respiratória aguda grave — precisaram ser internados.
Dentre os casos graves, uma idosa de 80 anos morreu em 13 de fevereiro.
Especialistas da Saúde
mostraram os números oficiais, em coletiva na sede da pasta, na tarde desta
segunda-feira (4). Eles destacaram que a cidade, no momento, está em alerta
para prevenção. Não se trata, portanto, de alerta epidemiológico.
"O alerta é primeiro para
os profissionais de saúde, para que, identificados os sintomas da influenza
[conhecida como gripe], se tenha o tratamento adequado", explicou a
diretora de Vigilância Epidemiológica e Imunização, da Subsecretaria de
Vigilância à Saúde, Cristina Segatto. "O outro alerta é o individual, para
prevenir, auxiliando a população para evitar a transmissão." Estudos
comparativos com anos anteriores estão em andamento para avaliar a situação do
DF.
Nenhum registro de gripe por
H1N1 foi contabilizado em Brasília no ano passado. Em 2014, houve 21 casos, com
cinco óbitos. De janeiro a março do mesmo ano, somaram-se quatro pacientes com
o vírus, sem ocorrência de morte.
NACIONAL - O subsecretário de
Vigilância à Saúde, Tiago Coelho, pontuou que, neste ano, registrou-se em todo
o País antecipação na incidência do H1N1, com aumento de casos entre 2015 e
2016, em diferentes unidades da Federação, como Goiás e São Paulo. "O
período chuvoso chegou mais cedo e as pessoas tendem a circular mais em espaços
fechados, o que facilita a disseminação do vírus", apontou Coelho como uma
das hipóteses para a situação. A outra probabilidade é o contato de brasileiros
com o vírus em viagens ao exterior.
Dos oito pacientes do DF que
tiveram gripe por H1N1 em que se identificou situação grave, três são menores
de 5 anos e quatro têm de 15 a 59 anos. A senhora que morreu em 13 de fevereiro
morava em Águas Claras e estava internada em um hospital da rede privada. A
Secretaria de Saúde foi notificada em 31 de março. Todos os casos registrados
são de residentes do DF, mas os especialistas ressaltam que a transmissão está
relacionada aos ambientes por onde o infectado passou, e não pelo local de
residência.
SINTOMAS E PREVENÇÃO - A
influenza — ou gripe, como é conhecida — é uma doença viral, altamente
transmissível. Ela afeta, principalmente, nariz, garganta, boca, brônquios e,
ocasionalmente, pulmões. Os sintomas mais comuns são febre acima de 37,8 graus,
calafrios, mal-estar, dores no corpo, dor de garganta, prostração, coriza e
tosse seca.
A infecção dura cerca de uma
semana e a transmissão ocorre entre as pessoas por meio das vias respiratórias.
Por isso, o subsecretário reforça que prevenir é a medida mais efetiva para
controlar a doença. Nas medidas estão, por exemplo: higienizar bem as mãos,
evitar levá-las à boca, nariz e olhos, evitar aglomeração e uso de lenços
descartáveis, e procurar o médico se apresentar os sintomas.
VACINA - A campanha nacional
de vacinação contra gripe está marcada para 30 de abril. Na rede pública, a
vacina é aplicada gratuitamente naqueles que apresentam maior risco de
desenvolver complicações devido à influenza. São eles: pessoas com mais de 60
anos, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, profissionais de saúde, povos
indígenas, gestantes, puérperas até 45 dias após o parto, população privada de
liberdade, funcionários do sistema prisional e portadores de doenças crônicas
não transmissíveis ou de outras condições clínicas especiais.
O público-alvo é definido por
protocolo do Ministério da Saúde, também responsável por distribuir as doses da
vacina, assim como a medicação para combate à doença, o remédio antiviral
Oseltamivir, que se chama Tamiflu comercialmente.
Ainda nesta semana, Brasília
começa a receber a primeira remessa do ministério. Até a data de início da
campanha, a Secretaria de Saúde espera ter, conforme informado pela pasta
federal, 50% de todo o quantitativo previsto — cerca de 300 mil doses.
À medida que as doses da
vacina forem repassadas, o governo local vai estudar a possibilidade de
antecipar a campanha para parte do público. Por ora, está mantido 30 de abril
como o início da vacinação.
O estoque de Tamiflu do DF
está regular, segundo o diretor de Assistência Farmacêutica, da Coordenação de
Atenção Especializada à Saúde, da Subsecretaria de Atenção Integral à Saúde,
Emmanuel Carneiro. "É o suficiente para fazer o atendimento para o período
de sazonalidade pelo qual estamos passando. Temos em torno de 15 mil
comprimidos [o que corresponde a 500 caixas]", afirmou. Ele explicou que,
no cenário ideal, o remédio deve ser administrado nas primeiras 48 horas dos
sintomas e que a necessidade de uso é avaliada pelo médico.
Amanda Martimon, da Agência Brasília
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