Encontro
articulado em audiência pública no Senado não contou com a presença dos
principais criadores da substância. Reunião debateu resultados preliminares das
pesquisas
Pesquisadores
e representantes do Grupo de Trabalho, instituído pelo Ministério da Saúde,
para apoiar o desenvolvimento de pesquisas que comprovem a eficácia e segurança
da fosfoetanolamina se reuniram, nesta terça-feira (17) para debaterem os
resultados preliminares dos estudos da substância. O encontro, realizado na
sede do INCA, no Rio de Janeiro (RJ), foi uma proposta do governo, em audiência
pública no Senado, de debaterem com representantes do grupo de pesquisadores
que originaram a chamada “Pílula do Câncer” e parlamentares, o desenvolvimento
das pesquisas dos laboratórios contratados pelo Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação (MCTI). No entanto, os dois principais pesquisadores que
criaram a substância, o professor Gilberto Chierice e o biomédico do Instituto
Butantan, Durvanei Augusto Maria, não compareceram ao debate.
A reunião
contou com representantes do Ministério da Saúde, MCTI, Anvisa, Fiocruz, Inca,
além dos laboratórios Lassbio/UFRJ, CIEnp-SC e NPDM-UFC. O debate proposto
pelos pesquisadores das instituições de pesquisas e dos órgãos públicos é uma
continuidade do processo que busca dar uma resposta definitiva para a sociedade
sobre o assunto. “É um tema que tem gerado muitas discussões por vários pontos
de vista, tanto científico quanto pelos pacientes. Por isso, nós queremos
deixar o desenvolvimento dessas pesquisas transparentes e fazer um debate
científico correto entre aqueles que têm capacidade de debate e esclarecimento
sobre o assunto”, declarou o secretário interino da Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Pedro Prata.
O
Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (Lassbio/UFRJ), responsável pela realização de testes
de caracterização com as cápsulas de fosfoetanolamina fornecidas pela
Universidade de São Paulo (USP), apresentou resultados iniciais. De acordo com
o laboratório, estudo preliminar mostra que foi encontrada variação de peso nas
pílulas as quais foram realizadas as análises, além da presença de outras
substâncias que não constavam na patente.
Já o Centro
de Inovação de Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP-SC) e o Núcleo de Pesquisa e
Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM/UFC),
responsáveis pelos testes pré-clínicos, apontaram os resultados dos estudos
realizados em animais com três doses testadas. Segundo os pesquisadores, o
tratamento repetido com a fosfoetanolamina sintética não causou efeitos tóxicos
nos animais, mas não inibiu os tumores onde foram testados.
FOSFOETANOLAMINA
– No último dia 13 de abril, o Congresso Nacional aprovou a lei nº 13.269 que
autoriza o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes diagnosticados com
neoplasia maligna. O Ministério da Saúde está acompanhando o desenvolvimento
dessas pesquisas em terapias inovadoras, garantindo a segurança e a eficácia
dos tratamentos contra a neoplasia maligna para melhor responder a sociedade.
Foi
reforçado à Anvisa a priorização da análise de pedidos de pesquisa clínica e
registro da fosfoetanolamina sintética, quando enviados à agência reguladora. A
discussão da regulamentação também aborda o fornecimento da fosfoetanolamina
sintética, condicionado pelo parágrafo único do art. 4º da citada da lei. A
nova legislação também prevê assinatura de termo de responsabilidade e o
informe que a fosfoetanolamina não substitui as terapias convencionais, o que
pode ser abordado nas orientações gerais.
GRUPO DE
TRABALHO – Uma portaria do Ministério da Saúde do dia 29 de outubro de 2015,
institui o Grupo de Trabalho para apoiar o desenvolvimento das pesquisas que
pudessem fornecer informações necessárias para a determinação da eficácia e
segurança da fosfoetanolamina. O grupo conta com o apoio da Anvisa para
orientar os pesquisadores na elaboração dos protocolos clínicos e documentações
necessária e também com o apoio do Inca para a realização de estudos clínicos e
também da Fiocruz, além de laboratórios públicos contratados pelo MCTI. Para
isso foi elaborado um plano de trabalho que prevê desde a caracterização da
molécula, passando pelo desenvolvimento da formulação, produção de lotes de
medicamentos experimentais seguindo as Boas Práticas de Fabricação da Anvisa e
realização de estudos pré-clínicos, ensaios clínicos e estudos de
farmacovigilância.
Por Victor
Maciel, da Agência Saúde



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