O Centro de Estudos do
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde
(Icict/Fiocruz) realizará no dia 20/5, sexta-feira, das 9h às 12h, no auditório
do Icict, o seminário Saúde em Jogo, que tem como tema O papel dos jogos na
saúde.
A primeira palestra será a da
pesquisadora e professora do SENAI-CIMATEC/Bahia, Lynn Alves, que falará sobre
Gamebook - uma mídia para crianças com TDAH. Lynn Alves é professora visitante
do Instituto Tecnológico de Bragança-Mirandela (Portugal) e coordena projetos
de pesquisa e desenvolvimento em jogos digitais como Tríade, Búzios: ecos da
liberdade, Guardiões da floresta Brasil 2014: rumo ao Hexa, Insitu, Industriali,
Games studies, DOM, Janus e Gamebook. Ela também organiza e coordena há onze
anos o Seminário de Jogos Eletrônicos, Educação e Comunicação - construindo
novas trilhas. No site Comunidades Virtuais (veja ao lado), é possível ver e
baixar produções como In Situ, sobre sistema imunológico humano, onde o jogador
aprende a controlar as células de defesa do organismo, defendendo o corpo de
ataques virais e bacterianos, dentre outros.
A palestra seguinte será
Videogame como Recurso Terapêutico na Reabilitação, com a terapeuta ocupacional
Sandra Moura e o fisioterapeuta Humberto Neto, do Instituto Nacional de
Traumatologia e Ortopedia (INTO). Os profissionais implementaram o uso de
videogames como recurso terapêutico na reabilitação de pacientes no INTO. Eles trarão
a experiência do uso de videogames em ações planejadas de acordo com as
necessidades específicas de cada paciente, com o aumento da motivação e adesão
de pacientes de diversas faixas etárias.
SUSlândia: o jogo sobre a
administração do SUS é a terceira palestra, que contará com a participação de
Cynthia Macedo Dias, professora-pesquisadora do Núcleo de Tecnologias
Educacionais em Saúde (NUTED), da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
(EPSJV/Fiocruz), e Guilherme Xavier, pesquisador do Departamento de Artes e
Design da PUC-Rio. O jogo mostra os mecanismos de funcionamento, as
potencialidades e os desafios do Sistema Único de Saúde (SUS).
Finalizando, Flávia Carvalho,
que é mestre em Ciências (PPGICS/Icict), pesquisa os sentidos da saúde propostos
nos jogos digitais de entretenimento e desenvolve newsgames, abordará Newsgames
para a saúde. Em sua palestra, ela falará sobre o que são newsgames, seu
potencial para a comunicação em saúde e para a divulgação científica.
O seminário será realizado no
auditório do Icict, que fica no campus Manguinhos da Fiocruz, Av. Brasil,
4.365. As inscrições são gratuitas, mas devido a limitação do espaço (40
lugares) é necessário se inscrever no através do site do Icict.
A abertura do seminário será
feita pelo diretor do Icict, Umberto Trigueiros e a moderação será de Marcelo
de Vasconcellos, do Grupo de Pesquisas Jogos e Saúde (Multimeios/Icict), que
concedeu ao site do Icict a entrevista abaixo, falando sobre o evento e as
expectativas para o uso de games na saúde pelo Instituto.
Por que realizar um seminário
sobre o papel de jogos na saúde?
Jogos digitais ainda são um
tema cercado de controvérsias e opiniões infundadas provenientes do senso
comum. Mais do que um passatempo para crianças, eles representam uma nova
mídia, que em si reúne elementos da maioria das mídias anteriores como texto,
imagem, vídeo, animação, áudio, etc. São, portanto, uma forma poderosa de se
conectar com o público e como tal podem ter um papel importante para a saúde. O
objetivo do seminário é justamente apresentar várias visões e formatos da
relação jogos e saúde para que os participantes possam ter uma noção melhor
deste campo nascente e muito promissor.
Qual o público alvo do evento?
É bem variado e vai desde
desenvolvedores de jogos até pesquisadores e profissionais de saúde.
Acreditamos que saber mais sobre o tema pode ser útil para diversas áreas e
atividades.
Há alguma produção em relação
ao tema?
O Icict lançou o Jogo do
Acesso Aberto no ano passado (2015) e nos preparamos para lançar ainda este ano
um jogo sobre intoxicação doméstica. Há também dois quizzes (testes de
personalidade), que embora não sendo jogos propriamente ditos, usam uma
abordagem lúdica semelhante para divulgar o trabalho do Sinitox.
Quais as principais
dificuldades para fazer jogos na saúde?
No contexto da Fiocruz,
tipicamente não temos as expertises de programação de game engines, modelagem e
animação 3D que são necessárias para criação de jogos digitais, tendo por isso
que recorrer a bolsistas ou profissionais contratados. Outra grande dificuldade
é o preconceito de muitas pessoas quanto à mídia em si, entendendo que não é
algo "sério" o suficiente para tratar de saúde e mesmo
desqualificando a pesquisa e produção de jogos para a saúde como mero
diletantismo.
Quais as perspectivas para o
Icict nesse campo?
Até onde pudemos levantar, o
Icict é a única instituição de saúde no Brasil que manifestou apoio
institucional à temática dos jogos, através da certificação do nosso grupo de
pesquisa Jogos e Saúde junto ao CNPq. Isso favorece que o Icict assuma um
protagonismo muito grande neste setor emergente, consolidando uma reputação de
excelência e liderança na pesquisa e desenvolvimento de jogos para a saúde, que
em última instância beneficiará o SUS e à população em geral.
Por: Graça Portela
(Icict/Fiocruz)



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