No Dia Mundial de Luta contra as Hepatites
Virais, o Ministério da Saúde lançou nova companha de prevenção contra a
doença, com foco no diagnóstico
O Ministério da Saúde vai superar a meta de distribuir 30
mil tratamentos para hepatite C no último ano. Desde 2015, foram enviados para
todo o país 23.599 tratamentos, sendo que outros 6.925 tratamentos já foram
aprovados e serão encaminhados aos estados nas próximas semanas. Uma nova
compra de 35 mil novos tratamentos já está em andamento para distribuição até
final de 2016. Apenas no primeiro semestre deste ano, mais de 15 mil pessoas já
foram beneficiadas. Além de apresentar este resultado, o Ministério da Saúde
lançou nesta quinta-feira (28), durante Reunião Ordinária da Comissão
IntergestoresTripartite, a nova a campanha de prevenção às hepatites virais de
2016, que terá foco no diagnóstico da doença.
O anúncio faz parte da comemoração do Dia Mundial de Luta
contra as Hepatites Virais, criado em 2010, pela Organização Mundial de Saúde
(OMS), a partir de uma iniciativa e proposta brasileiras.
No total para, são 30.524 tratamentos, o que supera a meta
estabelecida ano passado. Este montante teve um investimento de R$ 1,028
bilhões. A nova compra de medicamentos, que está em finalização no Ministério
da Saúde, oferecerá 35 mil tratamentos. “Vamos continuar essa política
que o Brasil sempre foi protagonista, ampliando acesso. Evidentemente queremos
disponibilizar a terapia a todos e continuaremos com um esforço muito grande de
economia no Ministério para fazermos muito mais com o recurso disponível”,
ressaltou o ministro da saúde, Ricardo Barros.
O novo tratamento para Hepatite C, com os medicamentos
simeprevir, sofosbuvir e daclastavir foram incorporados no Sistema Único de
Saúde (SUS) em 2015, como a publicação do Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas da Hepatite C e Confecções. Com essa estratégia, o Brasil assumiu
a vanguarda da oferta no SUS desta terapia. “Agradecemos aos inúmeros
movimentos de apoio que existem no Brasil, que, junto com as ações do
Ministério, fazem com que essa política seja de inclusão e atenção importante
para o país”, completou o ministro.
As medicações beneficiam pacientes que não podiam receber
os tratamentos ofertados anteriormente, entre eles os portadores de coinfecção
com o HIV, cirrose descompensada, pré e pós-transplante.
Campanha – Neste ano, o tema da
campanha publicitária de prevenção às Hepatites é: “Hepatite C – O teste pode
salvar a sua vida”. A campanha prioriza a importância do diagnóstico. Nos
últimos dois anos, mais de 5,5 milhões de testes rápidos para hepatite C foram
distribuídos. A campanha ainda ressalta que a hepatite C, tem tratamento e tem
cura.
As mensagens serão dirigidas à população com mais de 40
anos de idade, faixa etária onde registra maior taxa de detecção. Essas
pessoas, em geral, foram expostas a cirurgias de grande porte, transfusões de
sangue, fizeram tatuagem ou uso de drogas injetáveis antes de 1993. A campanha
contará com filme para televisão, spots de rádio, estratégia de internet, mobiliário
urbano, assim como materiais gráficos (cartazes e folder) que serão
disponibilizados on-line para reprodução.
“O diagnóstico precoce e o novo tratamento ofertado no SUS
irão evitar consequências mais sérias às pessoas que vivem com a hepatite C no
país, como cirrose, câncer e até mesmo a morte. Garantido pelo SUS e
comprovadamente eficaz, o novo tratamento demonstra a prioridade que temos
dados às hepatites no ministério”, enfatiza Ricardo Barros.
A campanha também tem como alvo, profissionais de saúde,
profissionais de estética, manicures e tatuadores. As peças irão mobilizar a
população a procurar os serviços de saúde para realizar a testagem. E, em caso
positivo para a doença, iniciar e completar o tratamento.
HEPATITE C – Atualmente no
Brasil, de 1,4 a 1,7 milhão de pessoas são portadores de Hepatite C. A doença
pode ser transmitida pelo contato com sangue contaminado (transfusão de sangue
e hemoderivados, sexo desprotegido e compartilhamento e objetos de uso pessoal
como agulhas de tatuagem, alicates e tesouras). Não existe vacina contra a
hepatite C, mas o tratamento é eficaz e disponível no SUS.
A diretora do Departamento de Vigilância, prevenção e
controle das DST, AIDS e Hepatites Virais, Adele Benzaken alerta sobre a
importância da notificação da doença para verificar precocemente a doença.
“Estados e municípios precisam estar vigilantes e estimular sempre a
notificação. O número de pessoas é uma estimativa, daí a importância da
vigilância que subsidia o cálculo de quanto é preciso investir em medicação”,
afirmou diretora.
PANORAMA – No
Brasil, 514.678 mil pessoas convivem com o vírus das hepatites virais. Destes,
161.605 (31,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 196.701 (38,2%) de
hepatite B, 152.712 (29,7%) de hepatite C e 3.660 (0,7%) de hepatite D.
Com relação aos óbitos, de 2000 a 2014 foram identificados
no país, 56.335 mortes associados às hepatites virais: 1,8% hepatite viral A;
21,9% à hepatite B; 75,2% à hepatite C e 1,1% à hepatite D.
Por Nivaldo Coelho, da Agência Saúde
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