Na última quinta-feira, 1º de
dezembro, o auditório do Interlegis, localizado no Senado Federal, foi palco do
VIII Fórum Nacional de Inovação Tecnológica em Saúde. O evento promoveu um rico
debate acerca da importância da pesquisa e tecnologia na área de saúde. Entre
as autoridades presentes no Fórum estiveram: o secretário de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), do Ministério da Saúde, Marco
Fireman; o coordenador-geral de Saúde e Biotecnologia, da Secretaria de
Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (SEPED), do Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Luiz Henrique Mourão do Canto
Pereira; e os deputados federais Izalci Lucas (PSDB/DF) e Hiran Gonçalves
(PP/RR). O Novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, sancionado em
janeiro de 2016, foi amplamente referenciado pelos conferencistas presentes,
que destacaram a importância das parcerias entre governo, indústria e
universidade para o desenvolvimento tecnológico do país.
“No Brasil tem lei que pega e lei
que não pega”. Foi assim que o deputado federal Izalci Lucas (PSDB/DF) iniciou
a sua fala na mesa de abertura do Fórum. O parlamentar ressaltou que não existe
pesquisa sem aproximação com o pesquisador, com o setor industrial, setor
comercial e com o governo, mas observou a demora na divulgação do novo Marco
Regulatório de Inovação. “Sequer conseguimos divulgar as mudanças adotadas no
novo Marco Regulatório”, disse. Izalci destacou que o Brasil “gasta muito e
gasta mal” e que é preciso inovar e ampliar com vistas para a ampliação do
acesso. “Para isso temos que ter ousadia para fazer. No caso da inovação,
fizemos exatamente tudo o que os segmentos pediram. O que falta é divulgar,
torná-la pública para que a sociedade possa utilizar tudo o que foi aprovado”,
finalizou.
O deputado federal Hiran
Gonçalves (PP/RR) destacou que a inovação tecnológica em saúde é um grande
desafio para todos devido à velocidade em que é desenvolvida. “As inovações
correm mais rápido do que damos conta de colocar as tecnologias à disposição da
população”, argumentou. Para ele, a forma de funcionamento do Sistema Único de
Saúde precisa ser revista para que possa promover saúde com qualidade a quem
precisa. “O SUS deve passar por um período de reavaliação e reconstrução. Do
jeito que é não vamos conseguir oferecer saúde da forma como preconizamos. Essa
é a realidade do nosso país”, concluiu.
O Secretário de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), do Ministério da Saúde, Marco
Fireman, destacou que a nova legislação trouxe uma regulamentação importante,
pois quebrou paradigmas, especialmente no que se refere às parcerias. “Não há
modelo no mundo que não tenha a participação dos laboratórios, em atuação
conjunta com a indústria e com o governo. A indústria tem um papel importante”.
Segundo ele, hoje há cerca de 81 PDPs em funcionamento que terão suas ações
favorecidas com o novo marco. “Teremos laboratórios de pesquisa
multidisciplinar, que funcionarão em agências públicas apadrinhadas pelas
empresas privadas”, comemorou.
O coordenador-geral de Saúde e
Biotecnologia, da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e
Desenvolvimento (SEPED), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações, Luiz Henrique Mourão do Canto Pereira também discursou sobre o
Marco Regulatório, descrevendo-o como um avanço, que, apesar dos vetos, conta
com medidas de contingência que visam assegurar a sua configuração inicial.
Mourão destacou o acesso à biodiversidade, que já possui lei e decreto
próprios. "Isso dá uma segurança jurídica maior aos atores envolvidos. O
Brasil possui um potencial grande e a área de saúde será grande
beneficiária". Ainda, ao explicar que os avanços no país são mais lentos
que nos demais similares, traçando um comparativo com a Coréia, o especialista
disse que o “o Brasil não aceita o risco e tolera o fracasso”. E finalizou
salientando que: “o maior desafio é gerar riqueza através do conhecimento"
, elogiou a eficácia das parcerias público/privadas, citando que a velocidade
das transformações ainda compromete o progresso tecnológico no país.
O evento se seguiu com as
apresentações de palestras pelos conferencistas integrantes da mesa técnica do
evento: Rafael Henrique Rodrigues Moreira, diretor de Tecnologias Inovadoras da
Secretaria de Inovação e Novos Negócios do Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços (SI/MDIC); Fotini Santos Toscas, assessora do Departamento
do Complexo Industrial e Inovação em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia
e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (SCTIE/MS); Álvaro Abackerli,
assessor da presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial
(EMBRAPII); Artur Couto, diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos
(Bio-Manguinhos); e Gerson José Lourenço, coordenador-geral do comitê executivo
do Fórum de Assessorias Parlamentares de Entidades de Ciência, Tecnologia,
Inovação e Educação (CTIE). O debate foi moderado pelo médico e assessor do
Instituto Butantan, Flávio Vormittag. A cobertura completa está disponível na
Página do evento.
VIII Fórum Nacional de
Inovação Tecnológica em Saúde no Brasil
Local: auditório Antônio
Carlos Magalhães do Interlegis - Senado Federal (Brasília/DF)
Evento realizado em 1° de
dezembro de 2016, quinta-feira, das 9 às 14h
Realização: Instituto
Brasileiro de Ação Responsável
Coordenação: Agência Íntegra
Brasil
Patrocínio
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