O presidente da Associação dos
laboratórios farmacêuticos do Rio Grande do Sul (Alfob), Paulo Mayorga,
participou nesta segunda-feira, dia 6, da solenidade que habilitou o Instituto
Tecnológico do Paraná (Tecpar) como uma das três instituições brasileiras que
irão desenvolver medicamentos monoclonais e insumos biológicos para o Sistema
Único de Saúde (SUS). No ato, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, oficializou
a lista dos insumos que serão produzidos, relacionando quatro medicamentos
utilizados no tratamento de artrite, câncer e doenças autoimunes e assinou o
contrato de aquisição de 30 milhões de doses da vacina antirrábica produzida
pelo instituto.
A produção dos insumos será
concentrada no Parque Biotecnológico do Tecpar em Maringá.A lista de medicamentos
foi distribuída ainda para a Fiocruz/Biomanguinhos (RJ) e o Instituto Butantan
(SP). Trata-se da elaboração de produtos biológicos estratégicos para o SUS,
que até então eram importados. As três instituições farão a produção de 26
biofármacos, por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). A
nova distribuição das PDPs, que prevê transferência de tecnologia entre
laboratórios públicos e privados, foi lançada no ano passado pelo Ministério da
Saúde.
INVESTIMENTOS – A expectativa
do Ministério da Saúde é que, com os projetos, haja um investimento privado de
R$ 6,4 bilhões, a construção de pelo menos três novas fábricas, geração de mais
de 7,4 mil vagas de empregos qualificados, além do envolvimento de cerca de 450
doutores especializados em pesquisas para auxiliar o desenvolvimento de
medicamentos e produtos para a saúde. Além disso, está prevista com a
nacionalização da produção dos medicamentos fornecidos pelo SUS economia de até
30% ao ano. Atualmente, o Ministério da Saúde importa em torno de R$ 8 bilhões
em medicamentos de alto custo.
MEDICAMENTOS – O Tecpar será
responsável pelo desenvolvimento de quatro produtos: Bevacizumabe, Etanercepte,
Infliximabe e Trastuzumabe. A previsão é que o instituto arrecade até R$ 500
milhões por ano, a partir de 2018, com o fornecimento dos insumos. Segundo o
diretor-presidente do Tecpar, Júlio Felix, explicou que o instituto fornece
medicamentos ao Ministério da Saúde desde 1944 e tem ampliado o seu escopo de
produtos. “A partir deste projeto do governo federal de criar um complexo
econômico e industrial da saúde, fomos convidados a desenvolver tecnologias
para o fornecimento de novos medicamentos, em parceria com empresas brasileiras
e multinacionais detentoras das patentes”, disse.
“Este é apenas o início do
processo, porque a política do governo federal é de continuar incentivando que
os laboratórios públicos ampliem sua participação na produção de medicamentos”,
completou.
VACINA ANTIRRÁBICA – O
ministro da Saúde assinou ainda o contrato que prevê o fornecimento pelo Tecpar
de 30 milhões de doses da vacina antirrábica para serem utilizadas nas
campanhas de vacinação de cães e gatos deste ano. O Tecpar é fornecedor da
vacina antirrábica ao Ministério há mais de 40 anos e atualiza frequentemente o
seu processo produtivo, alcançando novos patamares de qualidade, nivelando-se
aos produtores mundiais.
Atualmente, o Tecpar utiliza o
método de perfusão, que amplia a capacidade de produção da vacina. A combinação
desse método com outras tecnologias deu origem ao processo cujo pedido de
patente foi depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) –
Processo compacto de produção de vacina antirrábica veterinária utilizando
células BHK-21, vírus PV e método de perfusão.
MARINGÁ – A princípio, o
Tecpar vai realizar em Maringá a obra para a construção da fábrica de
finalização e envase de medicamentos e vacinas, que vai dar suporte à produção
da vacina antirrábica, já produzida pelo instituto, e aos demais medicamentos
biológicos que serão ali produzidos.
A unidade de fill and finish
tem como objetivo fazer a formulação, envase, embalagem e armazenamento de
medicamentos injetáveis produzidos pelo instituto. Nos próximos anos, novas
plantas biológicas serão instaladas no local. A produção desses medicamentos
biológicos pelo Tecpar deve gerar pelo menos 250 empregos diretos e
qualificados, além de envolver mestres e doutores para auxiliar no
desenvolvimento dos novos produtos.
ESPAÇO FUTURO – A governadora
em exercício e o ministro da Saúde também inauguraram oficialmente o Espaço
Futuro, uma área no campus CIC do Tecpar que foi revitalizada para se tornar um
espaço de convivência dos colaboradores do instituto.
O antigo lago localizado na
sede do Tecpar foi revitalizado para abrigar dois novos, que contribuem com o
microclima da região e ajudam na contenção de enchentes do Rio Barigui, que
passa próximo ao local. Como parte da cerimônia de inauguração, alunos da
Escola Municipal Pró-Morar Barigui, vizinha do instituto, soltaram alevinos no
lago, junto com seus monitores. Após o crescimento dos peixes, os animais serão
levados ao Rio Barigui.
texto: Victor Maciel da Agência Saúde
Edição: Janis Loureiro
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