O Instituto de Tecnologia do
Paraná (Tecpar) é referência na análise da presença do formaldeído, composto
presente na cola usada na fabricação de painéis de madeira, sendo o único
laboratório do Brasil a oferecer serviços com a técnica de Gas analysis e o único da Região Sul a detectar a quantidade do
composto pela técnica de Perforator.
A principal diferença entre as
duas técnicas é a forma de extração do formaldeído do painel de madeira. Pelo Gas analysis, a amostra é aquecida a
60ºC para que a substância seja liberada e depois a sua quantidade seja medida.
No caso do Perforator, a amostra é
extraída em tolueno, um solvente que libera o formaldeído para que ele possa
ser quantificado.
Uma terceira técnica utilizada
ainda pelo laboratório é o de Desiccator,
que realiza o mesmo princípio do Gas
analysis, mas que faz a extração em temperatura ambiente – nesta última
técnica o Tecpar não possui acreditação no Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
De acordo com a bacharel em
Química e mestre em Engenharia e Ciências dos Materiais do Tecpar, Luciana
Barreto Adad, as empresas do setor moveleiro e de painéis de madeira
reconstituída buscam o Tecpar para aferir se os processos de produção dos
painéis resultam em uma menor concentração de formaldeído. “Dessa forma,
realizamos uma contraprova para indicar à indústria se a quantidade da
substância está de acordo com as medições da própria empresa”, afirma Luciana,
do Centro de Tecnologia de Materiais do instituto.
Essas medições são categorizadas
nas classes E1 e E2, os parâmetros mais usuais no mercado brasileiro. O E1 é
usado para classificar painéis com liberação de formaldeído de até 3,5 mg/m²h (Gas analysis) ou 8 mg/100g (Perforator), enquanto o E2, com medições
da substância de até 8 mg/m²h (Gas
analysis) ou 30 mg/100g (Perforator).
Entretanto, como os principais
importadores de MDF e MDP brasileiros – entre eles os Estados Unidos e União
Europeia –, já têm regulações específicas para as emissões de formaldeído, com
foco no E1 e no E0 (ou seja, o mais próximo de zero possível), a própria
indústria está trabalhando para diminuir ao máximo as emissões. “O Tecpar apoia
o setor moveleiro para apontar nos processos industriais as melhores formas
para diminuir a concentração de formaldeído nos painéis, contribuindo dessa
forma com as exportações e também com o mercado interno”, salienta Luciana.
Apoio
às normativas
As duas normativas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que padronizam a produção de MDF e MDP, a ABNT
NBR 15.316 e a ABNT NBR 14.810, respectivamente, contaram com a participação do
Tecpar na atualização dos anexos que tratam do formaldeído em painés de
madeira.
“Como o Tecpar é referência na
análise da presença do formaldeído, em especial na parte química, contribuímos com
as discussões sobre a atualização da norma e ajudamos a criar os parâmetros
técnicos sobre a análise do composto em todo o território nacional”, destaca Luciana.
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