Fitoterápicos no SUS
Com aprovação de recursos, Minas deverá ter, em 2015, xarope de guago como alternativa de tratamento para bronquites e outras doenças respiratórias
Projeto da Funed, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), para produção de medicamentos fitoterápicos e incorporação deles no SUS (Sistema Único de Saúde) foi aprovado pelo Ministério da Saúde e contará a partir de agora com financiamento de recursos financeiros para execução. Serão R$993.511,00, em verba única, destinados ao projeto Funed/SES e que vão atender desde o desenvolvimento, validação da metodologia analítica para análise de matéria-prima até o produto final.
A portaria Nº 2.323, DE 23 DE OUTUBRO DE 2014, que aprova o repasse dos recursos de investimento e custeio, em parcela única para os Municípios e Estados selecionados pelo Edital nº 1/SCTIE/MS, foi publicada essa semana. O Edital selecionou propostas de projetos de apoio à Assistência Farmacêutica em Plantas Medicinais e Fitoterápicos, no âmbito do SUS, por meio de Laboratórios Públicos.
No caso de Minas Gerais, o projeto contempla a produção pela Funed, inicialmente, de dois produtos: o Xarope de Guaco, que atua como broncodilatador, anti-inflamatório e antiasmático, no tratamento de tosses, gripes, resfriados e bronquites e o Xarope de Espinheira Santa, muito utilizado no tratamento de úlcera gastroduodenal e gastrite.
A inclusão destes medicamentos no elenco do Ministério da Saúde, na atenção primária, é muito importante e vai trazer economia para o SUS, possibilitando à Funed se capacitar para novas pesquisas e novos fitoterápicos para o futuro, conforme explica Nery Cunha, coordenador do Núcleo de Inovação e Proteção ao Conhecimento – NIPAC, da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Ezequiel Dias.
“A elaboração deste projeto na Funed foi muito interessante e peculiar pela visão do nosso presidente, Francisco Tavares Júnior, em entender a instituição como uma só, facilitando todo o processo, permitindo a participação também da Diretoria Industrial e do Instituto Octávio Magalhães, o que foi muito saudável por aproveitar o potencial de pesquisadores de todas as áreas para projetos deste tipo. Se os próximos projetos forem elaborados dentro deste formato teremos todas as chances de aprovação”, avalia Nery.
Próximas etapas
A previsão é que os xaropes estejam disponibilizados no mercado no final do ano de 2015 e início de 2016. “O processo envolve uma série de etapas técnicas que requerem tempo para execução, como validação analítica e de Boas Práticas de Fabricação do Serviço de Líquidos da Funed, produção de lotes pilotos, estudos de estabilidade, além de uma série de peticionamentos junto à Anvisa”, explica Nery Cunha, coordenador do Núcleo de Inovação e Proteção ao Conhecimento – NIPAC, da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Ezequiel Dias.
Segundo Nery, a Funed também estuda possibilidades de produção compartilhada com outros laboratórios para antecipar a entrega desses produtos no SUS. “Esta medida significa um grande ganho na área da saúde pública, na oferta de produtos de qualidade, seguros e de baixo custo para o SUS podendo, assim, atender à demanda da sociedade em utilizar medicamentos naturais, tendo um grande apelo para a saúde”, afirma o presidente da Funed, Francisco Antônio Tavares Junior.
Parcerias
Acreditando no grande potencial deste projeto, aponta-se a necessidade de reproduzir a metodologia e de se fazer um projeto conjunto, com a ideia de que, no futuro, a instituição possa fornecer a matéria-prima para a produção de fitoterápicos em outros laboratórios.
Com esta visão, a Funed está fazendo um arranjo produtivo local com outros atores deste projeto, como SES, COSEMS, Prefeitura Municipal de Betim e Fundação de Parques Municipais da Prefeitura de Belo Horizonte, para o cultivo de mudas das plantas utilizadas na produção da matéria-prima dos xaropes, podendo também utilizar a área da Fazenda Experimental São Judas Tadeu.
“Esta medida é muito importante por tornar o projeto extramuros, saindo da Funed e envolvendo setores distintos da sociedade, agregando muito valor ao processo”, explica Nery Cunha, que comemora este avanço da Funed e SES e o grande ganho para a sociedade, mas alerta para o perigo da automedicação: “fitoterápicos, apesar de possuírem menos efeitos colaterais, são um medicamento e, como tal, podem trazer efeitos indesejáveis se utilizados de forma indevida. Por isso, é imprescindível indicação médica”, conclui.
Texto: Nayane Breder
Mais informações:
Assessoria de Comunicaçao Social da Funed
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