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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

The Lancet destaca evolução do Brasil no combate a cânceres mais comuns

Segundo a revista inglesa, a taxa de sobrevivência para o câncer de mama e próstata subiu para perto de 90%. Nesta sexta-feira (28), INCA lança sistema com dados atualizados sobre a doença
O Brasil aumentou a sobrevida de pacientes diagnosticados com câncer de mama e de próstata, que estão entre os mais comuns no mundo. Os dados foram apresentados esta semana pelo estudo Concord-2 da revista de saúde inglesa The Lancet, que avaliou mais de 23,3 milhões de pessoas em 67 países. A pesquisa atribui o resultado brasileiro à expansão do acesso da população aos serviços de saúde, exame e tratamento.
Segundo o estudo, a taxa de sobrevivência para o câncer de mama no Brasil aumentou de 78%, em 2000, para 87%, em 2005, mesmo percentual registrado em países como os Estados Unidos. Para o câncer de próstata, o índice foi ainda maior, chegando a 96% de sobrevivência, mais que o dobro se comparado à chance de sobrevivência no mundo, que é de 40%.
O diagnóstico precoce associado ao tratamento eficaz da doença foi apontado pelo Concord-2 como o principal avanço do Brasil. Para o câncer de mama, o aumento de sobrevida deve-se à redução na mortalidade pós-operatória com tratamento adequado. Já no caso do tumor de próstata, a melhoria foi relacionada diretamente à maior oferta do exame conhecido como Antígeno Prostático Específico (PSA), teste de sangue usado no diagnóstico da doença.
“O estudo reforça a importância da expansão da oferta de exames e do tratamento adequado. No caso do Brasil, sem dúvida, a existência de um sistema público de saúde foi fundamental para os avanços apontados pela revista inglesa. O governo federal tem investido não só na oferta de serviços no SUS, mas também na inclusão de medicamentos mais modernos”, ressaltou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
ATLAS DO CÂNCER – O aumento de sobrevida constatado no estudo Concord-2 ocorre nos tipos de câncer com maior mortalidade no Brasil segundo o Atlas da Mortalidade 2014 lançado pelo Instituto Nacional do Câncer nesta sexta-feira (28). O Atlas informa valores brutos e taxas de mortalidade causadas pelos diferentes tipos de câncer até o ano de 2012 e permitirá, pela primeira vez, o recorte por municípios. Entre 2003 e 2012, a taxa de mortalidade por câncer em homens passou de 103,12 para 104,95 para cada grupo de 100 mil. Em mulheres o índice passou de 72,5 para 75,19 no período para cada 100 mil mulheres. Segundo o INCA, considerando correções quanto ao crescimento e envelhecimento da população, é possível avaliar os números como decréscimo.
O câncer de mama apresenta a maior mortalidade entre as mulheres – com 12,1 mortes para cada 100 mil habitantes – apesar de permanecer estável nos dez últimos anos, uma vez que em 2002, a taxa foi de 11,9 mortes. Para o rastreamento da doença, a mamografia é o exame mais eficiente. Entre 2010 e 2013, houve aumento de 51,1% nos exames realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em mulheres de 50 a 69 anos. A detecção precoce do tumor e início do tratamento aumentam as chances de cura.
O lançamento do Serviço de Referência para o Diagnóstico de Câncer de Mama (SDM), em novembro de 2013, disponibilizou R$ 3,7 milhões por ano para incentivar unidades habilitadas em oncologia a ampliarem o acesso às mamografias. As unidades habilitadas recebem 60% a mais pela realização dos exames, como incentivo para a adesão à estratégia, concentrando o atendimento a pacientes em uma unidade de referência, e ofertando, em um só local, uma série de exames para diagnóstico de câncer de colo do útero ou de mama.
“O Atlas é uma fonte segura para estudos epidemiológicos e também auxilia profissionais da saúde pública a determinar prioridades na criação de políticas públicas cada vez mais eficientes. Ele permite visualizar as taxas de mortalidade por câncer, fazer a análise da relação entre o óbito e estilo de vida, condições ambientais e diferenças populacionais. Também é possível obter séries históricas, conhecer diferenças regionais e desenhar as tendências da doença para os próximos anos”, avalia a coordenadora-geral da Área de Atenção à Saúde das pessoas com doenças crônicas, Patrícia Chueiri.
POPULAÇÃO MASCULINA – Entre os homens, o câncer de pulmão e brônquios possui a maior taxa de mortalidade, seguindo a tendência mundial, uma vez que trata-se de um câncer agressivo e que geralmente apresenta os primeiros sintomas já em estágio avançado. Considerando a análise de uma década, os números também apresentam tendência de estabilidade. Em 2002, 16,42 a cada 100 mil morriam pela doença. Em 2012, a taxa está em 15,54. No entanto, entre as mulheres, o índice está crescendo, saindo de 6,18 para 8,18 a cada 100 mil no mesmo período. Este aumento pode ser explicado pelo fato de 90% dos casos de câncer de pulmão estar associado ao tabagismo.
A expectativa é que a redução de fumantes no país, registrada nos últimos anos, influencie os índices futuros. Para quem deseja parar de fumar, o SUS oferece tratamento gratuito que conta, com acompanhamento do paciente por profissionais de saúde e medicamentos (entre adesivos, pastilhas, gomas de mascar e o bupropiona). Recentemente, o Ministério regulamentou a lei antifumo, que proíbe fumo em locais fechados e evita o consumo passivo.
O câncer de colo de útero também faz vitimas fatais e ocupa a terceira posição no ranking do Atlas, com taxa de 4,72 mortes a cada 100 mil mulheres. A incorporação da vacina contra o HPV que passou a ser ofertada na rede pública este ano para meninas de 11 a 13 anos tem como objetivo reduzir casos e mortes ocasionados pelo câncer de colo do útero. Em 2013, 10,1 milhões de exames citopatológicos foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De 2011 a 2013, foram realizados 32,4 milhões de exames pelo SUS, com um investimento de R$ 216,6 milhões.
O segundo câncer mais letal entre os homens brasileiros é o de próstata. As taxas se mantém estáveis: 12,4 a cada 100 mil, em 2002, para 13,65, em 2012. Para o diagnóstico deste tipo de câncer, os testes PSA realizados aumentaram em 67% entre 2008 e 2013. Em relação às biópsias de próstatas, foram realizados 44.924 procedimentos em 2013, o que representa 20% a mais do que em 2012.
No Atlas também é possível observar uma queda na taxa de mortalidade por câncer de estômago, terceiro no ranking de maior letalidade entre homens. Em 2002, 11,41 a cada 100 mil morriam em decorrência da doença. Em 2012, foram registradas 9,39 mortes. Além da melhoria do diagnóstico e tratamento, o avanço pode ser associado à melhoria da conservação dos alimentos pela população, com ampliação do acesso à geladeira e diminuição da exposição da bactéria Helicobacter pylori (H. pylori), que causa infecções que podem evoluir a câncer.
ASSISTÊNCIA NO SUS - O investimento do Ministério da Saúde na assistência oncológica cresceu quase 40% em três anos, totalizando R$ 2,8 bilhões em 2013. A expansão dos recursos resultou no maior acesso ao diagnóstico precoce e tratamento, bem como inclusão de medicamentos mais modernos (seis novos medicamentos passaram a ser oferecidos no SUS desde 2011, como Imatinibe, Trastuzumabe e Asparaginase). Houve um aumento de mais de 20% na realização de radioterapia e quimioterapia entre 2010 e 2013, chegando a 10 milhões de procedimentos radioterápicos e 2,7 milhões de quimioterapia. Atualmente, o SUS oferta tratamento oncológico em 283 unidades hospitalares em todo país.
Por Fabiane Schmidt e Maressa Ribeiro, Da Agência Saúde

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