Quanto mais a terceira idade
se aproxima, mais nossa memória começa a dar os primeiros sinais de falha.
Pensando nisso, o neurocientista Rogério Panizzutti decidiu fazer um estudo
baseado na capacidade que o cérebro tem de melhorar, ser treinado e
aperfeiçoado. A pesquisa é realizada no Centro de Estudo e Pesquisa do
Envelhecimento (Cepe), do Instituto Vital Brazil, com pessoas acima de 60 anos.
De acordo com o
neurocientista, esses sintomas da idade são chamados de declínio cognitivo
associado ao envelhecimento. No final da década de 90 começaram estudos,
principalmente nos Estados Unidos, com estratégias para reverter esse declínio.
No Brasil, foi produzida uma
ferramenta, como jogos de computador, cientificamente desenhados para melhorar
a atenção, memória e velocidade de resposta do cérebro. Sendo as lembranças
feitas, principalmente do que se vê e ouve, quando a memória falha é porque o
cérebro não está processando essas informações claramente. “Não estamos apenas
com o intuito que o cérebro do idoso fique mais rápido, mas que aquilo tenha um
impacto sobre a vida dele. Queremos desenvolver o que chamamos de reserva
cognitiva, para que eles consigam viver melhor. Nosso objetivo final é melhorar
a qualidade de vida dessas pessoas”, afirmou o médico.
As ferramentas são baseadas na
tecnologia da Califórnia, onde o médico trabalhou. Os exercícios, chamados de
neuroterapia, funcionam como uma fisioterapia do cérebro. O recomendado é fazer
de três a cinco vezes na semana, durante uma hora. Isso melhora o registro que
o cérebro faz do que se vê e ouve o que ajuda a criar uma memória clara durante
o acontecimento, facilitando a lembrança no futuro.
A ideia é que o idoso consiga
realmente se conectar com o mundo, ser independente, como o que aconteceu nos
Estados Unidos. Os idosos que participaram desse tipo de estudo e que fizeram
os exercícios tiveram não só a melhora na capacidade de memorizar, mas
conseguiram manter a capacidade de dirigir por mais tempo, impactando na
qualidade de vida deles. No Brasil, após a pesquisa, será possível avaliar qual
será o maior impacto na vida dos idosos.
Entender como esse estudo pode
ser aplicado no sistema de saúde pública brasileiro é outro objetivo da
pesquisa. Para trabalhar com uma situação real, os idosos que participam desse
estudo são da Casa de Convivência e Lazer Maria Haydee, localizada ao lado do
Cepe, na Gávea. Para entender outra realidade, o intuito é no futuro, expandir
para a Casa de Convivência e Lazer Carmen Miranda, em frente ao complexo da
Penha.
A pesquisa teve início no
segundo semestre de 2014 e tem previsão de ser finalizada no final de 2016.
Enquanto isso, o neurocientista diz que ainda não é possível apresentar números
objetivos. “O que temos é o relato de alguns idosos que afirmam que já sentiram
uma diferença em suas memórias”, conta o médico.
O Centro de Estudo e Pesquisa
do Envelhecimento (Cepe) é um projeto da Secretaria de Estado de Saúde do Rio
de Janeiro, gerenciado pelo Instituto Vital Brazil, que tem como objetivo
promover o envelhecimento saudável, ser um ambiente de debates e formação
voltado para a saúde do idoso com perspectiva de melhorar a qualidade de vida
dessas pessoas e realizar avaliação interdisciplinar dos idosos.
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