Extração do gás é complexa e o risco de contaminação de lençóis freáticos e de água potável é muito elevado
O xisto é um gás natural encontrado num tipo poroso de rocha sedimentar e que possui basicamente a mesma composição química do petróleo. Sua extração, porém, é complexa e requer tecnologia de ponta, pois o risco de contaminação de lençóis freáticos e de água potável é muito elevado.
Foi recentemente aprovado, pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara, um projeto de lei, de autoria do deputado Sarney Filho, do PV do Maranhão, que suspende a exploração do gás de xisto no Brasil pelo período de cinco anos.
Pelo texto, fica definido que o poder público deverá elaborar, nesse período, estudos que sustentem a extração do gás de forma segura, sem gerar riscos para a natureza e para a saúde humana.
O relator do projeto na Comissão de Meio Ambiente, deputado Ricardo Tripoli, do PSDB de São Paulo, entende que o Brasil ainda não está pronto para entrar nesse mercado.
"Nós estamos vivendo, ainda, um momento de checagem da experiência tecnológica da exploração desse produto. Portanto, eu acredito ser correta a iniciativa do nobre deputado Sarney Filho, com a precaução de que em cinco anos possamos, obviamente, explorar essa atividade. Tendo tecnologia e sendo possível a exploração, nada impede que esse gás seja explorado da forma adequada".
Por outro lado, o presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Átila Lira, do PSB do Piauí, argumenta que a aprovação do projeto prejudica ainda mais o desenvolvimento do País. Na opinião dele, faltou mais conhecimento técnico do assunto, durante os debates da comissão.
"Se tem uma coisa que o governo brasileiro tem responsabilidade, é nessa matéria de exploração de petróleo. A Petrobras, mesmo nesse conflito de gestão, de moral e de responsabilidade é uma empresa de conhecimento profundo sobre petróleo e outras energias. Portanto, cabe a nós termos muito cuidado em aprovar um projeto que pode receber ainda a contribuição de pessoas especializadas".
O projeto segue sua tramitação e será analisado, agora, pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio.
Reportagem — Pedro Campos
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