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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Ampliação do tempo de residência médica divide opiniões em audiência na Câmara

Medida está prevista na lei do programa Mais Médicos, que instituiu, como pré-requisito de acesso à residência, a formação na medicina geral de família
A ampliação do tempo de residência médica no Brasil, a partir de 2019, dividiu opiniões em audiência pública na subcomissão especial da Carreira Médica, ligada à Comissão de Seguridade Social da Câmara. A medida está prevista na lei do programa Mais Médicos (12.871/13), que instituiu, como pré-requisito de acesso à residência médica, a formação na medicina geral de família e comunidade. Proposta pelo governo e aprovada pelo Congresso em 2013, a lei prevê que essa formação ocorra após a graduação e dure um ou dois anos, dependendo da especialidade que o médico pretende seguir depois.
O representante do Ministério da Saúde, Felipe Proenço, disse que a medida vai garantir que os futuros médicos tenham mais conhecimentos relativos à atenção básica de saúde, que abrange os problemas de saúde mais comuns entre a população brasileira. Para ele, é importante que o graduado em Medicina tenha a formação em atenção básica mesmo que depois siga outras especialidades. Segundo ele, a preocupação de fortalecer a medicina geral é mundial, e vários países implementaram medidas parecidas, como Austrália e Reino Unido. Felipe Proenço acrescentou que a formação geral não será obrigatória para o médico que optar por não cursar a residência:
"A residência médica, a partir de 2019, vai passar a ser uma possibilidade real para todos os médicos que concluírem o curso de graduação, mas não há uma obrigatoriedade de cursar a residência. Para quem optar por esse caminho, para a formação de especialista, ele vai ter essa possibilidade de estar fazendo apenas um ano da medicina geral, da atuação na atenção básica, para uma formação mais generalista, para que a gente possa ter um profissional de acordo com as necessidades do Sistema Único de Saúde."
O deputado Mandetta, do Democratas do Mato Grosso do Sul, que propôs o debate, acredita que um problema grande está sendo plantado com o aumento do tempo de residência. Ele observou que cerca de 60% dos médicos serão formados nos próximos anos em faculdades privadas, muitos com financiamento do Fundo de Financiamento Estudantil, o Fies. Ele se preocupa com a dívida a ser paga por esses médicos depois, com a extensão da residência.

"Vamos ter uma geração de médicos endividados, que vão se formar com uma dívida muito grande do Fies. Aí o governo colocou que é pré-requisito para fazer a residência trabalhar dois anos no Saúde da Família, como se fosse um serviço civil obrigatório. Esses dois anos atrasam ainda mais a formação do especialista, numa fase que o País vai ter uma explosão de doenças de terceira idade, porque estamos num franco processo de envelhecimento.”

Para o presidente da Associação Nacional de Médicos Residentes, Arthur Danila, a formação obrigatória na medicina geral de família e comunidade não vai resolver os problemas existentes hoje.

Ela não fixa justamente o médico nas regiões de maior dificuldade de provimento. A gente acredita que isso deva ser enfatizado. A importância de se levar os médicos para os rincões do País, mas de forma sustentável e duradoura. E Isso só com o Plano de carreira de médico de estado.
O plano de carreira nacional para médicos do Sistema Único de Saúde está previsto em Proposta de emenda à Constituição, de 2009, que aguarda votação pelo Plenário a Câmara (PEC 455/09).

Reportagem — Lara Haje


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