Uma agenda científica para o
vírus zika e a microcefalia no Brasil é o tema do artigo publicado no periódico
inglês The Lancet, no último dia 23. O texto é assinado pelo presidente da
Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha, pelo vice-presidente de Pesquisa e
Laboratórios de Referência, Rodrigo Stabeli, pelo coordenador do Centro de
Relações Internacionais em Saúde, Paulo Buss, pelo diretor da Fiocruz Bahia,
Manoel Barral-Netto, pelos pesquisadores da Fiocruz Mauricio Barreto e Pedro
Vasconcelos, além de Naomar Almeida-Filho, da Universidade Federal do Sul da
Bahia (UFSB) e Mauro Teixeira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Uma agenda científica para o
vírus zika e a microcefalia no Brasil é o tema do artigo publicado no periódico
inglês The Lancet, no último dia 23. O texto é assinado pelo presidente da
Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha, pelo vice-presidente de Pesquisa e
Laboratórios de Referência, Rodrigo Stabeli, pelo coordenador do Centro de
Relações Internacionais em Saúde, Paulo Buss, pelo diretor da Fiocruz Bahia,
Manoel Barral-Netto, pelos pesquisadores da Fiocruz Mauricio Barreto e Pedro
Vasconcelos, além de Naomar Almeida-Filho, da Universidade Federal do Sul da
Bahia (UFSB) e Mauro Teixeira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O texto destaca as iniciativas
do governo federal para ampliar o conhecimento sobre o vírus zika e as suas
consequências para a saúde pública no Brasil e em todo mundo, com citação
especial ao Gabinete para o Enfrentamento à Emergência Epidemiológica em Saúde
Pública da Fiocruz. De acordo com os pesquisadores, para alcançar melhores
chances de sucesso, um plano estratégico para a ação governamental deve ser
apresentado em torno de seis componentes centrais.
O primeiro objetivo é ampliar
a base de evidência da infecção, das doenças, e dos resultados potenciais das
pesquisas sobre zika. Apesar de ser conhecida há várias décadas, o vírus zika
foi um assunto negligenciado, possivelmente por causa de seus efeitos leves e
seu alcance limitado. A criação de uma equipe multidisciplinar, incluindo
clínicos bem treinados, epidemiologistas, geneticistas, neurologistas,
obstetras, entre outros, fará com que seja possível gerar, compartilhar e
analisar um grande volume de dados.
O segundo componente é
desenvolver um teste sorológico rápido e confiável. Atualmente, o diagnóstico
de zika se baseia na detecção de RNA viral, que está presente apenas em um
breve período da viremia. De acordo com os pesquisadores, é essencial ter
testes sorológicos confiáveis e mais sensíveis e específicos. O terceiro eixo
é controlar a infestação por Aedes aegypti com o objetivo de reduzir a infecção
e a doença. Apesar de o controle do mosquito ter sido uma prioridade nacional,
estudos precisam avaliar a eficácia de novas formas propostas de controle de
vetores, como mosquitos infectados com a bactéria wolbachia.
A quarta meta do plano é
definir protocolos para o tratamento de casos agudos, em particular as mulheres
grávidas, e prevenção das consequências de malformações congênitas graves e
incapacitantes. Não há nenhum tratamento comprovado hoje para o vírus zika e
qualquer novo tratamento terá de ser seguro para as grávidas. O quinto objetivo
é iniciar as bases para o desenvolvimento de vacinas, prospecção e avaliação de
possíveis estratégias tecnológicas. Tendo em vista as dificuldades no controle
do mosquito vetor e a ausência de outras formas de tratamento e prevenção, o
desenvolvimento de uma vacina contra zika parece ser essencial para o controle
a longo prazo da doença.
O sexto e último objetivo do
plano estratégico é a reprogramação do sistema de saúde como consequência da
epidemia. Para lidar com esta nova situação, será fundamental definir os
recursos adequados para pesquisa, formação e capacitação. Segundo os autores do
artigo, a cooperação internacional exigirá um complexo nível de coordenação e
um grande esforço das agências reguladoras para aumentar as chances de sucesso
dentro de um prazo razoável.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias (AFN)
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