A leptospirose permanece um
desafio para a saúde pública, com 315 óbitos no país em 2015 e uma estimativa
de 60 mil mortes por ano no mundo. A experiência brasileira sobre a doença foi
reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2008, quando o Instituto
Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi designado como Centro Colaborador para
Leptospirose. O título acaba de ser renovado, quando o IOC está prestes a
completar 116 anos.
A renovação reafirma o
compromisso do Instituto em atuar como consultor em diagnóstico, treinamento e
em situações epidêmicas da doença junto a países das Américas e do Caribe.
“Disponibilizamos suporte
laboratorial para a realização de diagnósticos e pesquisas específicas, além de
promover capacitação de profissionais da saúde de diversas instituições e
oferecer assistência à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS) para a
formulação de iniciativas de combate à leptospirose. A renovação dessas atribuições
junto à OMS demonstra o reconhecimento do nosso trabalho pela comunidade
internacional”, comemora Martha Pereira, pesquisadora do Laboratório de
Zoonoses Bacterianas do IOC e diretora do Centro Colaborador da OMS. O
Laboratório também atua como referência nacional em leptospirose junto ao
Ministério da Saúde.
Capaz de realizar
procedimentos de alta complexidade e oferecer respostas imediatas a problemas
emergenciais, o Laboratório também contribui com conhecimento cientifico para o
desenvolvimento de estratégias nacionais de saúde pública. De acordo com
Martha, essas características foram essenciais para a designação feita há quase
uma década. O Laboratório de Zoonoses Bacterianas também atua como fiel
depositário de uma coleção de cepas de bactérias do gênero Leptospira,
causadoras da leptospirose, cedidas pela OMS para estudos. O Instituto é
responsável pela sua disponibilização por intermédio da Opas.
“Também recebemos
pesquisadores de outras instituições para se especializarem em técnicas de
diagnóstico, por exemplo. Toda essa relação contribui para atender as metas da
OMS para o milênio, cuja proposta é reduzir a morbidade e a letalidade de
doenças emergentes e negligenciadas, como a leptospirose”, conclui Martha.
“Esta parceria realça não apenas o potencial do Instituto em assessorar
programas da OMS em nível regional, mas também o prestígio de ter um centro de
grande importância localizado no Brasil oferecendo assistência técnica à
entidade”, salienta Eliane Veiga, vice-diretora de Serviços de Referência e
Coleções Biológicas do IOC.
Fonte: Fiocruz
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