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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Sala de Situação da Sociedade Civil e ONU discute a resposta ao Zika em Recife

Começou nesta quinta-feira o 2º. Encontro da Sala de Situação, Ação e Articulação sobre Direitos de Grupos em Situação de Vulnerabilidade, com o objetivo de discutir a resposta nacional à epidemia de vírus zika. A “Sala de Situação” é um espaço presencial e virtual de diálogo e coordenação de ações da sociedade civil, academia e Sistema ONU no Brasil em favor da saúde e dos direitos das mulheres, grupo mais afetado pela epidemia de zika. O encontro vai reunir lideranças de mais de 30 organizações da sociedade civil e agências da ONU, e contará também com a participação de orgãos federais e estaduais de saúde convidados a apresentar a situação atual e as ações desenvolvidas para o enfrentamento da epidemia e suas consequências.

A reunião dará seguimento à análise conjunta que foi feita pela primeira vez em março, durante o 1º. Encontro da “Sala de Situação” realizado em Brasília, DF. Servirá também para compartilhar informações sobre o que está sendo realizado pelo Sistema ONU, governo e sociedade civil para responder aos desafios no enfrentamento ao zika. E permitirá a definição e o acompanhamento de ações conjuntas de comunicação/mobilização e advocacy por medidas eficazes que garantam o empoderamento e a autonomia das mulheres, principalmente para aquelas que desejam adiar a gravidez neste momento devido aos riscos de síndrome de zika congênita, em especial a microcefalia.

Pernambuco foi escolhido para sediar o encontro porque é o estado que apresenta o  maior número de casos notificados de microcefalia: segundo o último Boletim Epidemiológico divulgado na última terça-feira pelo Ministério da Saúde, Pernambuco apresenta 1849 notificações, das quais 312 foram confirmadas como casos de microcefalia e/ou malformações relacionadas à infecção congênita, 664 foram descartados e 873 continuam sob investigação. 

“Este segundo encontro é muito importante para nós da OPAS/OMS porque vemos a situação do vírus zika como um problema de saúde pública que envolve a sociedade como um todo e que tem afetado principalmente a saúde de mulheres e crianças. O trabalho conjunto da OPAS/OMS com ONU Mulheres e UNFPA, representando o Sistema ONU, articulado com a sociedade civil e instituições governamentais é uma prova de que juntos podemos levar informação de qualidade para as mulheres e suas famílias sobre seus direitos e acesso a serviços de saúde. Esta é uma grande oportunidade de construção social coletiva para fortalecer o acesso à informação para as mulheres no país, para a tomada de decisões oportunas e baseada em direitos”, afirmou a Dra. Haydée Padilha, Coordenadora da Unidade Técnica da Família, Gênero e Curso de Vida da OPAS/OMS no Brasil.

“Este será um momento importante da Sala de Situação por estabelecer um diálogo direto com as mulheres, familiares e profissionais de saúde em Pernambuco, onde estão concentrados os casos de vírus zika, chikungunya e dengue. Estamos trabalhando para que as vozes das mulheres sejam escutadas, suas necessidades atendidas e para que todos seus direitos sejam garantidos. Reconhecer o protagonismo das mulheres e suas organizações é essencial para garantir uma resposta integral à epidemia. Em situações de crises sanitária e humanitária, as mulheres precisam sair mais fortalecidas e não ter os seus direitos ameaçados nem invalidados”, disse Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.

Para Jaime Nadal, representante do Fundo de População da ONU (UNFPA), a crise do zika é uma oportunidade para o Brasil repensar os paradigmas de desenvolvimento e os problemas estruturais que ainda persistem. “A resposta pede o reposicionamento de temas como a autonomia das mulheres e jovens, acesso à informações e serviços de saúde, em especial de saúde sexual e reprodutiva, acesso à educação em sexualidade, para que essas mulheres e jovens fiquem empoderadas para tomar decisões e tenham serviços de qualidade disponívels para aproveitar todo o seu potencial, sem discriminação. Com isso, estaremos promovendo a resiliência das pessoas e comunidades, assim como uma sociedade mais aberta e justa”, explicou ele. “O zika evidencia a necessidade de reposicionar a autonomia sexual e reprodutiva das mulheres, colocando-as em primeiro plano nas políticas públicas, como elemento central para o progresso e a consolidação dos avanços sociais do país”.

As três agências da ONU organizam o encontro, que terá duração de 2 dias e contará também com a presença de representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco e redes e organizações de mulheres e de direitos humanos.

Serviço

2º Encontro da Sala de Situação, Ação e Articulação sobre direitos de grupos em situação de vulnerabilidade frente à epidemia do vírus zika.
Datas e horários: 14 e 15 de abril de 2016, das 9h às 18h (dia 14) e das 9h às 15h (dia 15)
Local: Hotel Mercure Recife Mar Hotel Conventions
Rua Barao De Souza Leao 451 - Boa Viagem, Recife - Pernambuco

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