Começou nesta quinta-feira o
2º. Encontro da Sala de Situação, Ação e Articulação sobre Direitos de Grupos
em Situação de Vulnerabilidade, com o objetivo de discutir a resposta nacional
à epidemia de vírus zika. A “Sala de Situação” é um espaço presencial e virtual
de diálogo e coordenação de ações da sociedade civil, academia e Sistema ONU no
Brasil em favor da saúde e dos direitos das mulheres, grupo mais afetado pela
epidemia de zika. O encontro vai reunir lideranças de mais de 30 organizações
da sociedade civil e agências da ONU, e contará também com a participação de
orgãos federais e estaduais de saúde convidados a apresentar a situação atual e
as ações desenvolvidas para o enfrentamento da epidemia e suas consequências.
A reunião dará seguimento à
análise conjunta que foi feita pela primeira vez em março, durante o 1º.
Encontro da “Sala de Situação” realizado em Brasília, DF. Servirá também para
compartilhar informações sobre o que está sendo realizado pelo Sistema ONU,
governo e sociedade civil para responder aos desafios no enfrentamento ao zika.
E permitirá a definição e o acompanhamento de ações conjuntas de
comunicação/mobilização e advocacy por medidas eficazes que garantam o
empoderamento e a autonomia das mulheres, principalmente para aquelas que
desejam adiar a gravidez neste momento devido aos riscos de síndrome de zika
congênita, em especial a microcefalia.
Pernambuco foi escolhido para
sediar o encontro porque é o estado que apresenta o maior número de casos notificados de
microcefalia: segundo o último Boletim Epidemiológico divulgado na última
terça-feira pelo Ministério da Saúde, Pernambuco apresenta 1849 notificações,
das quais 312 foram confirmadas como casos de microcefalia e/ou malformações
relacionadas à infecção congênita, 664 foram descartados e 873 continuam sob
investigação.
“Este segundo encontro é muito
importante para nós da OPAS/OMS porque vemos a situação do vírus zika como um
problema de saúde pública que envolve a sociedade como um todo e que tem
afetado principalmente a saúde de mulheres e crianças. O trabalho conjunto da
OPAS/OMS com ONU Mulheres e UNFPA, representando o Sistema ONU, articulado com
a sociedade civil e instituições governamentais é uma prova de que juntos
podemos levar informação de qualidade para as mulheres e suas famílias sobre
seus direitos e acesso a serviços de saúde. Esta é uma grande oportunidade de
construção social coletiva para fortalecer o acesso à informação para as
mulheres no país, para a tomada de decisões oportunas e baseada em direitos”,
afirmou a Dra. Haydée Padilha, Coordenadora da Unidade Técnica da Família,
Gênero e Curso de Vida da OPAS/OMS no Brasil.
“Este será um momento
importante da Sala de Situação por estabelecer um diálogo direto com as
mulheres, familiares e profissionais de saúde em Pernambuco, onde estão
concentrados os casos de vírus zika, chikungunya e dengue. Estamos trabalhando
para que as vozes das mulheres sejam escutadas, suas necessidades atendidas e
para que todos seus direitos sejam garantidos. Reconhecer o protagonismo das
mulheres e suas organizações é essencial para garantir uma resposta integral à
epidemia. Em situações de crises sanitária e humanitária, as mulheres precisam
sair mais fortalecidas e não ter os seus direitos ameaçados nem invalidados”,
disse Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.
Para Jaime Nadal,
representante do Fundo de População da ONU (UNFPA), a crise do zika é uma
oportunidade para o Brasil repensar os paradigmas de desenvolvimento e os
problemas estruturais que ainda persistem. “A resposta pede o reposicionamento
de temas como a autonomia das mulheres e jovens, acesso à informações e
serviços de saúde, em especial de saúde sexual e reprodutiva, acesso à educação
em sexualidade, para que essas mulheres e jovens fiquem empoderadas para tomar
decisões e tenham serviços de qualidade disponívels para aproveitar todo o seu
potencial, sem discriminação. Com isso, estaremos promovendo a resiliência das
pessoas e comunidades, assim como uma sociedade mais aberta e justa”, explicou
ele. “O zika evidencia a necessidade de reposicionar a autonomia sexual e
reprodutiva das mulheres, colocando-as em primeiro plano nas políticas
públicas, como elemento central para o progresso e a consolidação dos avanços
sociais do país”.
As três agências da ONU
organizam o encontro, que terá duração de 2 dias e contará também com a
presença de representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da
Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco e redes e organizações de
mulheres e de direitos humanos.
Serviço
2º Encontro da Sala de Situação,
Ação e Articulação sobre direitos de grupos em situação de vulnerabilidade
frente à epidemia do vírus zika.
Datas e horários: 14 e 15 de
abril de 2016, das 9h às 18h (dia 14) e das 9h às 15h (dia 15)
Local: Hotel Mercure Recife
Mar Hotel Conventions
Rua Barao De Souza Leao 451 -
Boa Viagem, Recife - Pernambuco
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