Grupo avaliou o uso do dolutegravir
na terapia de resgate e os critérios para genotipagem pré-tratamento
As indicações de uso de medicamentos
para terapia de terceira linha, os resultados de estudo de resistência
transmitida do HIV e os critérios para indicação de genotipagem pré-tratamento
foram debatidos durante a reunião do Comitê Técnico-Assessor de “Atualização do
PCDT para manejo da infecção pelo HIV em adultos” realizado na terça-feira, 17,
no auditório Lair Guerra. Participaram técnicos do Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais (DDAHV), profissionais na área de manejo da infecção pelo HIV
e representantes da Sociedade Brasileira de Infectologia e da sociedade civil.
O primeiro protocolo para HIV em
adultos foi lançado em dezembro de 2013 e o diretor do Departamento de DST,
Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, lembrou que essa foi uma das primeiras
iniciativas da atual gestão. “Debatemos o assunto em agosto de 2013; o PCDT em
adultos era inovador e o Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a testar
e a tratar pacientes com HIV”. O diretor ressaltou os enfrentamentos para a
aplicação do protocolo, à época. “Na ocasião, havia uma série de desafios, como
a introdução da dose fixa combinada (três em um). Hoje, já são 185 mil pessoas
sendo tratadas com dose fixa combinada, com aumento expressivo na adesão e
consequente supressão da carga viral”.
Durante o encontro para atualização
do PCDT, o comitê definiu as indicações de uso do dolutegravir na terapia de
resgate (de terceira linha), conforme já aprovado pelo Conitec. Também foram
apresentados os resultados do Estudo RENIC, que verifica a resistência
transmitida do HIV e é coordenado pelo Dr. Amilcar Tanuri (UFRJ). O estudo
permitiu, também, discutir critérios para indicação de genotipagem
pré-tratamento, num cenário de recursos financeiros escassos e de utilização do
efavirenz no esquema preferencial de primeira linha.
Por fim, foi muito discutida a
perspectiva do futuro uso de inibidores de integrase em esquemas de primeira
linha, o que pode aprimorar ainda mais o tratamento em curso no Brasil e
reduzir a necessidade da realização de genotipagem pré-tratamento no país.
Segundo o coordenador-geral de
assistência e tratamento do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do
Ministério da Saúde, Marcelo Freitas, a discussão das mudanças nos esquemas de
primeira e de segunda linha de terapia antirretroviral mostra a preocupação
quanto à revisão dos processos de tratamento. “Nós reconhecemos a necessidade
de revisar os esquemas e estamos realizando uma ampla conversa, baseada nas
evidências científicas e nas principais recomendações internacionais de
tratamento. Nossa preocupação em relação aos debates leva em consideração que
os novos antirretrovirais ainda possuem preços exorbitantes e incompatíveis com
a sustentabilidade à resposta ao HIV/aids no Brasil”, afirmou.
Fonte: Assessoria de Comunicação Departamento de DST, Aids e Hepatites
Virais
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