Desde o início da epidemia do
zika, em outubro do ano passado, o governo federal vem adotando medidas para
controlar as infecções, sobretudo quando foi confirmada a relação do zika com a
microcefalia.
Para reduzir o número de casos
de infecções, o combate se intensificou nos últimos meses, tendo em vista a
proximidade dos Jogos Olímpicos, em agosto. Nesse período, a capacidade de
reprodução do Aedes aegypti fica bastante reduzida.
Cientistas da Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz) e da Getúlio Vargas (FGV) divulgaram artigo com as informações
repassadas à Organização Mundial de Saúde sobre o tema. De acordo com o texto,
a capacidade de transmissão dessas doenças fica fortemente reduzida quando a
temperatura mínima fica abaixo de 22ºC a 24ºC. No Rio de Janeiro, o mês de
agosto tem a temperatura mínima média de 19ºC a 26ºC.
Posição Internacional
A Organização Mundial da Saúde
já afastou a possibilidade de epidemia ou a necessidade de que a Olimpíada no
Brasil fosse adiada ou cancelada. A OMS reforçou que o governo brasileiro tem
fornecido dados atualizados que comprovam que as taxas de incidência de doenças
transmitidas pelo mosquito são menores entre os meses de agosto e setembro, o
que, segundo o órgão, terá queda ainda mais acentuada em razão das medidas
preventivas tomadas pelo governo.
Ações no Rio de Janeiro
O secretário de saúde do Rio,
Daniel Soranz, diz que "está bastante seguro quanto ao perfil
epidemiológico da cidade" e que infecções por zika não serão problema para
turistas ou para a população carioca. Ainda assim, ele assegurou que as ações
de combate vão continuar nesse período entre agosto e setembro.
De acordo com Daniel Soranz,
cerca de 3,5 mil agentes de vigilância em saúde estarão nas ruas para realizar
visitas e combater focos do mosquito durante o período dos Jogos. Também estão
previstas visitas em todos os pontos de obras considerados estratégicos.
"O mais importante é o controle do vetor", acrescentou. Segundo o
secretário, ainda será lançada uma cartilha com orientações para os turistas se
protegerem do Aedes aegypti.
Para reforçar o combate, desde
novembro do ano passado, o Ministério da Saúde tem adotado outras ações:
Medidas administrativas
Para monitorar a situação do
zika no País, foi criada a Sala Nacional de Coordenação e Controle, que reúne
os ministérios da Integração Nacional, Casa Civil, Defesa, Educação e
Desenvolvimento Social, e centralizou os esforços e a produção de dados sobre a
doença.
Entre as medidas conjuntas,
houve o lançamento da campanha Zika Zero nas escolas, para conscientizar as
crianças. Além disso, foram distribuídos mais de 500 mil testes para o
diagnóstico do zika, disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e analisados
por 23 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen). Também os laboratórios
de hospitais universitários passaram a integrar essa rede para ajudar na
verificação de casos de microcefalia associados à infecção por zika.
Outra ação que buscou engajar
a população foi o desenvolvimento de aplicativos para smartphones, como o Caça
Mosquito, por meio do qual é possível alertar as autoridades sanitárias sobre a
localização de criadouros do mosquito.
Apoio das Forças Armadas
Em mutirão, mais de 200 mil
militares das Forças Armadas se unem aos agentes comunitários de saúde para
apoiar vistorias às residências e aplicar larvicidas para eliminar criadouros
do mosquito. A ação, que deve passar por 5.570 municípios, já vistoriou 82%
dessas cidades até o mês passado. Em março, foi a vez de prédios do
funcionalismo público serem alvos das fiscalização. O próximo ciclo de visitas
ocorre até 30 de junho.
Incentivo a pesquisas
Até maio, o ministério da
Saúde já tinha destinado R$ 130 milhões para que centros de pesquisa
trabalhassem na elaboração de vacinas, soros e estudos sobre as doenças
transmitidas pelo Aedes aegypti. Laboratórios como a Fundação Oswald Cruz, o
Instituto Butantan e o Evandro Chagas receberam parte dos repasses. Este último
desenvolve a vacina contra o zika em parceria com a universidade Medical Branch
do Texas. A previsão é de que, até fevereiro do ano que vem, já haja uma
fórmula pronta para ser testada em voluntários.
Fonte: blog da saude
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