Há pouco mais de uma década, a
Fundação Ezequiel Dias (Funed) adotou a prática de garantir o registro de suas
produções científicas, passando então, a depositar patentes. No primeiro
semestre de 2016, a Fundação já depositou duas patentes, totalizando 29 invenções
científicas, ao todo. Dentre essas, a Funed possui oito patentes com registro
internacional, pelo Tratado de Cooperação em Matérias de Patentes (PCT).
A patente é uma concessão
pública conferida pelo Estado que garante ao seu titular a exclusividade ao
explorar comercialmente a sua criação. Ela garante que outras pessoas ou
instituições não fabriquem, usem ou importem a invenção.
Muitas das invenções da Funed
possuem parceria com empresas de pesquisa e universidades. A maioria das
autorias das patentes são de pesquisadores da Fundação com cotitularidade da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação de Amparo à Pesquisa
de Minas Gerais (FAPEMIG).
O Núcleo de Inovação e
Proteção ao Conhecimento da Funed (NIPAC) é responsável por gerenciar o
depósito e acompanhar todos os trâmites que envolve o processo. É necessário
ter uma pesquisa científica, dados relevantes e inovadores e não existir outra
pesquisa idêntica.
Terminadas essas etapas, a
patente fica em sigilo no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI),
durante um ano e meio. Só depois que o INPI divulga e disponibiliza em seu
sistema o cadastro a patente, impedindo que demais pesquisadores depositem
patentes idênticas com o produto desenvolvido.
Mudança de visão
Por ser um Instituto de
Ciência e Tecnologia (ICT), a Fundação tem como principal atribuição executar
atividades de pesquisa básica ou aplicada de caráter científico e tecnológico,
criando inovações que, geralmente, acabam sendo revertidas em patentes.
A diretora de Pesquisa e
Desenvolvimento da Funed, Esther Margarida Bastos, relata que mesmo com número
expressivo de patentes depositadas, a instituição ainda não obtém transferência
ou licenciamento das tecnologias ou protótipos e fala de uma nova visão para o
destino das invenções produzidas pelos pesquisadores da Funed. “A ideia é fazer
com que estas invenções não apenas virem patentes, mas sim, fazer com que elas
cheguem ao mercado mais rápido, por meio de transferência de tecnologia e
criação de startups, por exemplo”, salienta.
A Funed possui a Oncotag
(startup na área do câncer de ovário) e tem uma segunda em
desenvolvimento. “Mais importante do que possuir patentes, é negociarmos para
colocá-las no mercado, desenvolver métodos para transferência de tecnologia,
analisar o que é preciso para incrementar as pesquisas e chegar ao produto
final”, complementa.
A diretora informa que hoje
existem duas patentes em fase de negociação pela Coordenadoria de Transferência
e Inovação Tecnológica (CTIT), que junto com a UFMG têm know how em
negociar patentes. Outra novidade são mais duas tecnologias produzidas nos
laboratórios da Funed, uma para doença autoimune e a outra para Alzheimer, que
serão apresentadas no Chile, para o Fraunhofer Institute. O Instituto tem uma
plataforma de testes de produto, credenciada pela Food and Drugs Administration
(FDA), dos Estados Unidos. “Quando as tecnologias são aprovadas pela Federação,
é um passo a mais para o registro do produto na Anvisa”, comenta.
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