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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Serviço da Funed garante prevenção e diagnóstico precoce de casos suspeitos de intoxicação em Agentes de Saúde

Durante períodos de maior incidência de dengue e outras doenças causadas pelo Aedes aegypti, a pulverização de inseticidas torna-se mais constante para combater os focos do mosquito. Os agentes de saúde, profissionais responsáveis pela aplicação desta substância, podem sofrer intoxicação durante o processo e, por definição do Ministério do Trabalho, devem fazer um exame para controle, chamado de Colinesterase Plasmática, oferecido pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).

O Serviço de Bioquímica (SBQ), pertencente ao Instituto Octávio Magalhães (IOM) da Fundação, é responsável pela análise das amostras recebidas, atendendo ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, do Ministério da Saúde. Meire Soares, chefe do Serviço, explica como funciona esse processo. “Recebemos as demandas de 853 municípios de Minas Gerais e o médico do trabalho de cada Secretaria Municipal de Saúde avalia a necessidade de realização do exame. Só depois, então, a amostra sanguínea do paciente é encaminhada para a Funed e, no prazo de até oito dias úteis, liberamos o resultado no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), uma plataforma que disponibiliza as especificações de cada exameonline”, disse.  Com uma média de 300 exames realizados mensalmente, o SBQ é de grande importância para a segurança desses profissionais da saúde. Segundo Meire, “o Serviço, monitorando o nível da Colinesterase Plasmática, consegue garantir a prevenção e o diagnóstico precoce de casos suspeitos de intoxicação. A partir dele, também pode ser verificada a frequência de utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), que previnem esses incidentes e oferecem mais segurança ao trabalhador”.

Sobre a possibilidade de intoxicação durante o processo de pulverização dos inseticidas, é importante ressaltar que o risco não se estende aos cidadãos que entram em contato com esta forma de combate ao Aedes aegypti. Meire esclarece que “os agentes de saúde, por estarem mais próximos aos produtos químicos, compostos por organofosforados e/ou carbamatos, podem se intoxicar pela constante inalação e contato.” Além disso, acidentes podem ocasionar problemas à saúde daqueles que os manipulam, como derramamento dos produtos, por exemplo.

Intoxicação
De acordo com um levantamento feito em 2014, entre os 2.859 exames realizados pelo SBQ, cerca de 39 resultados apontaram nível abaixo do recomendado, representando possível contaminação. O que parece ser pouco representativo torna-se um alerta: “Essa análise vai além do diagnóstico. Por ser um monitoramento da saúde e segurança de cada trabalhador, devemos considerar o número um quantitativo considerável”, afirma Meire.

Ainda sobre a contaminação, Meire ressalta a importância de detectar a real causa dos baixos níveis da Colinisterase Plasmática. “A baixa concentração dessa enzima no sangue pode ser decorrente de outras doenças, como hepatite, cirrose e insuficiência cardíaca. Quando conseguimos identificar a origem do problema, o tratamento é melhor direcionado e torna-se mais eficaz”, esclarece.

A enzima Colinesterase Plasmática é de grande importância para o funcionamento do corpo humano, já que é responsável por regular os impulsos nervosos. A intoxicação por inseticidas degrada essa enzima no sangue, provocando o acúmulo da acetilcolina na junção neuromuscular e na sinapse nervosa. Como consequência, a pessoa pode ter desde náuseas e fraqueza muscular, numa intoxicação mais leve, até arritmias, paralisias e convulsões, num quadro mais avançado.

Descentralização
Para melhorar o atendimento aos municípios solicitantes dos exames, a Funed já está finalizando o processo de descentralização desta metodologia de análise. Para isso, foram adquiridos e transferidos cinco equipamentos, que auxiliam no diagnóstico de uma possível intoxicação, para os laboratórios macrorregionais de Uberaba, Pouso Alegre, Juiz de Fora, Montes Claros e Teófilo Otoni. De acordo com Meire, “essa descentralização contribui para a rapidez na entrega de resultados e amostras, já que o acesso é facilitado. Além disso, com menos demanda de exames, a Funed fica mais disponível para o desenvolvimento de novas metodologias”.

Obrigatoriedade dos exames
A realização da análise é feita através de uma pactuação com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e a Funed, atendendo a Nota Técnica N°08/2007 – CGLAB – CGPNCD/SVS/MS e a NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, da Portaria N°- 3.214, de 08/06/1978, do Ministério do Trabalho que estabelece a obrigatoriedade da realização deste exame.






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