Durante períodos de maior incidência de dengue e outras
doenças causadas pelo Aedes aegypti, a pulverização de inseticidas
torna-se mais constante para combater os focos do mosquito. Os agentes de
saúde, profissionais responsáveis pela aplicação desta substância, podem sofrer
intoxicação durante o processo e, por definição do Ministério do Trabalho,
devem fazer um exame para controle, chamado de Colinesterase Plasmática,
oferecido pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).
Sobre a possibilidade de intoxicação durante o processo de
pulverização dos inseticidas, é importante ressaltar que o risco não se estende
aos cidadãos que entram em contato com esta forma de combate ao Aedes
aegypti. Meire esclarece que “os agentes de saúde, por estarem mais
próximos aos produtos químicos, compostos por organofosforados e/ou carbamatos,
podem se intoxicar pela constante inalação e contato.” Além disso, acidentes
podem ocasionar problemas à saúde daqueles que os manipulam, como derramamento
dos produtos, por exemplo.
Intoxicação
De acordo com um levantamento feito em 2014, entre os 2.859
exames realizados pelo SBQ, cerca de 39 resultados apontaram nível abaixo do
recomendado, representando possível contaminação. O que parece ser pouco
representativo torna-se um alerta: “Essa análise vai além do diagnóstico. Por
ser um monitoramento da saúde e segurança de cada trabalhador, devemos
considerar o número um quantitativo considerável”, afirma Meire.
Ainda sobre a contaminação, Meire ressalta a importância de
detectar a real causa dos baixos níveis da Colinisterase Plasmática. “A baixa
concentração dessa enzima no sangue pode ser decorrente de outras doenças, como
hepatite, cirrose e insuficiência cardíaca. Quando conseguimos identificar a
origem do problema, o tratamento é melhor direcionado e torna-se mais eficaz”,
esclarece.
A enzima Colinesterase Plasmática é de grande importância
para o funcionamento do corpo humano, já que é responsável por regular os
impulsos nervosos. A intoxicação por inseticidas degrada essa enzima no sangue,
provocando o acúmulo da acetilcolina na junção neuromuscular e na sinapse
nervosa. Como consequência, a pessoa pode ter desde náuseas e
fraqueza muscular, numa intoxicação mais leve, até arritmias, paralisias e
convulsões, num quadro mais avançado.
Descentralização
Para melhorar o atendimento aos municípios solicitantes dos
exames, a Funed já está finalizando o processo de descentralização desta
metodologia de análise. Para isso, foram adquiridos e transferidos cinco
equipamentos, que auxiliam no diagnóstico de uma possível intoxicação, para os
laboratórios macrorregionais de Uberaba, Pouso Alegre, Juiz de Fora, Montes
Claros e Teófilo Otoni. De acordo com Meire, “essa descentralização contribui
para a rapidez na entrega de resultados e amostras, já que o acesso é
facilitado. Além disso, com menos demanda de exames, a Funed fica mais
disponível para o desenvolvimento de novas metodologias”.
Obrigatoriedade dos exames
A realização da análise é feita através de uma pactuação
com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e a Funed, atendendo a Nota
Técnica N°08/2007 – CGLAB – CGPNCD/SVS/MS e a NR 7 – Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional, da Portaria N°- 3.214, de 08/06/1978, do
Ministério do Trabalho que estabelece a obrigatoriedade da realização deste
exame.
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