Novo dispositivo identifica a
doença a partir do primeiro dia de infecção, tornando mais ágil e preciso o
diagnóstico e facilitando o tratamento
A Bahiafarma, laboratório
público do Estado da Bahia, obteve, nesta segunda-feira (10), o registro da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produção e distribuição
do teste rápido de detecção de Zika vírus a partir da identificação do antígeno
NS1 na corrente sanguínea do paciente. Trata-se de um dispositivo capaz de
realizar o diagnóstico da doença a partir do primeiro dia de infecção,
preenchendo uma lacuna não coberta pelos demais exames disponíveis hoje no
mercado.
O teste rápido Zika NS1 da
Bahiafarma, mais um fruto do acordo tecnológico firmado entre a empresa baiana
e o laboratório sul-coreano GenBody, é o primeiro dispositivo do gênero feito
por um laboratório oficial brasileiro. Por meio dele, é possível confirmar o
contágio tão logo surjam os sintomas, o que torna mais ágil a aplicação de
tratamentos adequados, eliminando a possibilidade de diagnósticos
inconclusivos. O teste demanda uma pequena quantidade de sangue do paciente e
fornece o resultado em até 20 minutos.
“O teste rápido Zika NS1 é um
exame de diagnóstico complementar aos testes rápidos sorológicos Zika IgG e IgM
que lançamos no meio do ano”, explica o diretor-presidente da Bahiafarma,
Ronaldo Dias. “Resumidamente, o IgM confirma os casos suspeitos a partir do
quinto dia do aparecimento dos sintomas, o IgG registra se o paciente teve a
doença há mais tempo e o NS1 detecta a infecção a partir de seus primeiros
momentos, até o sexto ou sétimo dia da instalação da doença, o que permite uma
intervenção médica mais rápida e precisa.”
Pioneirismo global
Além de ser o primeiro
laboratório público brasileiro a desenvolver e registrar o teste rápido Zika
NS1, a Bahiafarma passa a ser um dos poucos laboratórios internacionais a
disponibilizar o produto. “Ao mesmo tempo em que começa a se tornar referência
nacional no mercado de testes de diagnóstico entre os laboratórios oficiais, a
Bahiafarma já atrai o interesse de outros países”, afirma Ronaldo Dias.
De acordo com o gestor, o
desenvolvimento de produtos de alta qualidade a preços muito competitivos no
mercado global tem feito organizações, empresas e governos procurarem a
Bahiafarma. “Temos recebido prospecções tanto de países como Indonésia e Tailândia,
que, assim como o Brasil, têm sofrido com o avanço das arboviroses, quanto de
organismos supranacionais, como a PNUD (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento), que já projeta adquirir testes em larga escala para
distribuir por diversos países”, afirma.
Dias lembra, porém, que a
prioridade da Bahiafarma é fornecer medicamentos e produtos de qualidade para o
sistema público de Saúde do Brasil, dentro de uma estratégia de desenvolvimento
produtivo que está sendo seguida pela administração pública baiana.
O secretário da Saúde da
Bahia, Fábio Vilas-Boas, acrescenta que os avanços obtidos integram um esforço
do governo para desenvolver um pólo das indústrias farmacêutica e
biotecnológica no Estado. “As principais metas da Bahiafarma são ampliar a da
produção baiana no Complexo Industrial da Saúde, contribuindo para sua
descentralização, e fomentar a instalação, no Estado, de um polo industrial do
setor, um dos vetores da estratégia de desenvolvimento produtivo da Bahia”,
ressalta.
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