“No Bloco da Saúde só vai com camisinha”. Esta é a campanha de carnaval da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) para o feriado deste ano. Visando sensibilizar a população sobre a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), a campanha dissemina informações sobre prevenção e saúde.
Referência
estadual no diagnóstico de sífilis – uma das 11 IST’s -, o Instituto Octávio
Magalhães (IOM/ Funed), Laboratório Central de Minas Gerais (Lacen/MG),
vinculado à Secretaria, através do Serviço de Doenças Bacterianas e Fúngicas
(SDBF), realiza exames para diagnóstico da doença. De grande importância para a
manutenção da saúde pública, o SDBF faz desde exames confirmatórios a
capacitações para outros laboratórios e controle de qualidade.
Em
2013, em parceria com a Secretaria de Defesa Social e a SES-MG, o Serviço
integrou um projeto de monitoramento de IST’s em presídios, realizando mais de
1300 exames.
Carmem
Faria, chefe do SDBF e assessora do IOM, fala como é o funcionamento no
laboratório do Serviço. “Como Lacen/MG, atendemos diversas demandas,
realizando, sobretudo, análises para confirmação de resultados. Temos um
laboratório mais equipado que a maioria dos municípios mineiros, o que
possibilita confirmar divergências de diagnóstico”, relata. Segundo Carmem, o
exame de VDRL, utilizado para diagnóstico da sífilis, é simples e de baixo
custo, mas não é tão específico. “A análise feita no soro do paciente pelo
método de VDRL é considerada uma triagem, uma das etapas para detecção ou não
de anticorpos contra a sífilis. Porém, algumas situações, como gravidez e
presença de doenças autoimunes, podem interferir nas análises, levando a
resultados falsamente positivos. Assim, amostras com resultados reagentes no
teste de VDRL devem ser confirmadas por metodologias mais específicas”,
explica.
Os
resultados obtidos são disponibilizados numa plataforma online, chamada
Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), onde os solicitantes dos exames
podem acessá-los, incluindo a SES-MG, para a elaboração dos boletins epidemiológicos.
O
laboratório do SDBF, responsável pela realização dos exames faz, em média, 1400
análises por mês, entre sífilis, leptospirose, meningite, coqueluche, difteria,
doenças diarreicas e tuberculose.
Aumento
das análises
De
acordo com os dados entre os anos de 2010 e 2016, publicados pela Secretaria de
Estado de Saúde (SES-MG), houve um aumento nos casos de sífilis.
Max
Assunção, servidor do SDBF, comenta sobre o aumento no recebimento de amostras
para diagnóstico da sífilis. “Percebemos que, nos últimos seis meses, nosso
laboratório teve um aumento significativo em análises para diagnóstico da
doença. Isso talvez possa ser justificado pelo aumento na vigilância, levando
em conta os casos positivos”, disse.
Segundo
Carmem, quando o crescimento da demanda é analisado, pode ser devido tanto ao
aumento do número de casos, quanto às campanhas de conscientização, que levam
as pessoas a procurarem atendimento médico. “Parte desse aumento das amostras
pode ser pela maior atenção da população aos sintomas da doença. Às vezes,
sintomas como lesão na genitália, que antes passavam despercebidos, passam a
chamar atenção de médicos e pacientes com a divulgação de campanhas
preventivas. Assim, as análises tendem a aumentar”, afirma.
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