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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Funed oferece diagnóstico por sequenciamento de DNA de nova geração


Plataforma de sequenciamento oferece tecnologia de ponta em pesquisas e diagnóstico de alta complexidade

O Serviço de Virologia e Riquetsioses, do Instituto Octávio Magalhães (IOM) / Fundação Ezequiel Dias (Funed), adquiriu uma plataforma de sequenciamento de nova geração. Entre as aplicações da plataforma está a caracterização molecular dos agentes etiológicos circulantes, ou seja, os agentes causadores de doenças, o que possibilita, através da análise filogenética, identificar genótipos e mutações associadas à gravidade e à resistência a tratamentos específicos.

A nova plataforma já está funcionando junto ao Laboratório de Biologia Molecular e permite também realizar o estudo retrospectivo de epidemias, com o objetivo de reconstruir a história evolutiva dos seus agentes causadores. É uma ferramenta que pode contribuir com o trabalho da Vigilância Sanitária, Ambiental e Epidemiológica, e entre outras possibilidades, na pesquisa básica e aplicada.

A plataforma é composta pelo sequenciador Ion Torrent Personal Genome Machine e pelo sequenciador portátil MinIon, que colocam a Funed na vanguarda do diagnóstico de alta complexidade, vigilância em saúde e pesquisas.

Para entender como funciona o sequenciamento genômico, o chefe do Serviço de Virologia e Riquetsioses, Glauco de Carvalho Pereira, cita como exemplo o vírus da dengue. “Existem quatro sorotipos do vírus da dengue, que são antigenicamente relacionados e geneticamente distintos. Dentro de um mesmo sorotipo pode haver uma diferença no genoma, que pode alterar sua virulência, causando uma doença mais grave ou mais branda. Com essas informações junto aos dados da vigilância epidemiológica e estudos retrospectivos, é possível que os órgãos competentes possam tomar medidas necessárias para diminuir ou até mesmo evitar óbitos”, explica.

O responsável pelo Laboratório de Biologia Molecular, Felipe Iani, explica que a plataforma poderá ser utilizada pelos laboratórios de todas as diretorias da Funed que desenvolvem pesquisas e atuam com vigilância em saúde. “Estamos desenvolvendo o modelo de utilização da plataforma pelos laboratórios e pesquisadores. Todos os reagentes e os equipamentos foram adquiridos pelo IOM e, em um segundo momento, os parceiros poderão ajudar com recursos para manter a plataforma funcionando. Os interessados em utilizar a plataforma devem entrar em contato com o Serviço de Virologia e Riquetsioses, que ficará responsável por processar as amostras”, explica.

Felipe acrescenta ainda que essa infraestrutura irá “facilitar a aprovação de projetos de pesquisa desenvolvidos pela Fundação”. Glauco Carvalho explica que a plataforma começa a funcionar internamente na Fundação, mas futuramente o “serviço será oferecido a outras instituições, ampliando a atuação da plataforma, deixando-a completa para executar qualquer tipo de sequenciamento”.

Diagnóstico

De acordo com Felipe Iani, na análise laboratorial, o diagnóstico é baseado no genoma dos vírus. Como os vírus são mutantes, se a área do genoma sofre alguma mutação no ponto de detecção, o diagnóstico para de funcionar. “Isso aconteceu com o vírus influenza no ano passado. Tivemos vários diagnósticos inconclusivos, que só puderam ser detectados em um laboratório de referência nos Estados Unidos (CDC Atlanta). Com a nova plataforma, estes exames podem ser realizados na própria Funed”, conta.

Além do diagnóstico laboratorial, as vacinas também são desenvolvidas a partir de estudos do genoma e de proteínas. “Se ao realizar a vigilância epidemiológica for verificado algum vírus com muitas mutações em uma região na qual a vacina foi baseada, é um grande indicativo de que ela pode parar de funcionar e deve ser atualizada. Por meio do genoma ainda é possível analisar quando e por onde o vírus entrou, observando a semelhança genética. No caso do zika, percebeu-se que o vírus entrou no Brasil em 2013 e não em 2014, como se pensava. Com o sequenciamento, compara-se a similaridade dos vírus de outros estados e países e então é possível inferir por qual região os vírus estão entrando e para onde eles estão indo”, observa Felipe.

No caso da vigilância bacteriana, o sequenciador permite identificar, por exemplo, bactérias resistentes aos antibióticos. Para Felipe, essa plataforma “é um ganho para a Funed, pois é uma tecnologia de ponta em pesquisas e diagnóstico de alta complexidade, o que há de mais novo o mercado, sendo de fundamental importância para todas as áreas da Funed”, ressalta.

Assessoria de Comunicação Social
(31) 3314-4577

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