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Publicado em 28 de jan de 2016. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro.

Deputados negociam votação de regras para funcionamento de farmácias: Farmacêutico de plantão enquanto aberta, só venda remédios, sem fazer propaganda

Texto a ser votado determina que o estabelecimento tenha um farmacêutico exclusivo de plantão durante todo o funcionamento, só venda remédios, não exiba propaganda de medicamentos nem produza substâncias de fórmula secreta.

Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Ivan Valente (C): projeto é um salto de qualidade, pois farmácia não é mercearia, não é empório.

Parlamentares e representantes dos donos de farmácia estão negociando um acordo para a votação, pelo Plenário da Câmara dos Deputados, de projeto de lei (4385/94) que estabelece regras para o funcionamento das farmácias.
A proposta recebeu substitutivo do deputado Ivan Valente (Psol-SP), em 1997, na Comissão de Defesa do Consumidor. Está tramitando na Câmara há 20 anos e pronto para votação pelo Plenário desde abril de 2000.
O substitutivo determina que o estabelecimento tenha um farmacêutico exclusivo de plantão durante todo o funcionamento, só venda remédios, não exiba propaganda de medicamentos nem produza medicamentos de fórmula secreta. Esse é o texto que será analisado pelo Plenário. A proposta tem gerado discussões, mas tem o apoio do Conselho Federal de Farmácia.
Avanço

A Comissão Parlamentar de Inquérito de Medicamentos indicou a aprovação do texto. De acordo com Ivan Valente, a população tem direito a ter uma assistência farmacêutica integral.
"O projeto é um avanço de saúde pública porque ele garante assistência farmacêutica integral como direito do cidadão”, diz Ivan Valente. “Ele transforma a farmácia num estabelecimento sanitário, ponta de linha do Sistema Único de Saúde. Isso é um salto de qualidade porque farmácia não é mercearia, não é um empório."
Valente aponta os riscos trazidos por práticas como a “empurroterapia” ou automedicação induzida por propaganda, extremamente comuns hoje. No caso da dengue, por exemplo, a aspirina pode matar o doente.
Orientação

Também nesse sentido, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), farmacêutica de profissão, enfatiza que o farmacêutico é fundamental para orientar a população no uso de medicamentos.
"Mais de 80% dos casos de envenenamentos no Brasil são realizados através do uso de drogas lícitas”, afirma a parlamentar. “Aquilo que o médico receita é preciso ser traduzida por um profissional preparado para que o paciente não incorra em equívocos."
Acompanhamento

A farmacêutica Valeire Cristine Reis diz que o farmacêutico pode acompanhar o uso correto dos medicamentos e também ajudar a avaliar sua efetividade, além de incentivar a continuidade do tratamento.
"Por exemplo, em hipertensão, a gente tem uma taxa de não-adesão muito grande. E essa não adesão, apesar de ser multifatorial, ela pode incluir fatores como a não compreensão do paciente sobre a sua doença, sobre os seus medicamentos", explica. "O farmacêutico vai prestar esse tipo de informação. Estimular a adesão, esclarecer as dúvidas quanto ao uso de medicamento."
Íntegra da proposta:
Reportagem – Vania Alves

Edição – Newton Araújo


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