Projeto Florir em Toledo Paraná |
Chá de boldo para auxiliar a
digestão, de camomila para acalmar o corpo e facilitar o sono. Estes são
exemplos, que fazem parte da sabedoria popular, de plantas medicinais que podem
ser usadas para mal-estares do cotidiano.
Mas além de destes pequenos
sintomas, plantas medicinais e fitoterápicos, medicamentos que tem a planta
medicinal como matéria-prima, podem ser de grande ajuda no tratamento de
diversas doenças. Em Toledo, no Paraná, desde 2012, um projeto subsidiado pelo
Ministério da Saúde busca incentivar o uso destas substâncias como substituto
ou complemento aos medicamentos sintéticos. “Hoje já temos mais de 140
pacientes que fazem uso desta opção terapêutica no ambiente do Sistema único de
Saúde (SUS). Percebemos que muitos dos pacientes que vêm as unidades de saúde
não precisam receber uma carga de medicamentos pesados. Sabemos que a qualidade
de vida deles pode melhorar com o uso de fitoterápicos e que ele não vai ter
tantos efeitos colaterais”, explica Elenir Rudek, farmacêutica responsável pelo
no município.
Os fitoterápicos são
utilizados em diversos tratamentos, como hipertensão, diabetes, saúde mental e
tratamento de feridas. “Um exemplo que temos usado no município é a passiflora
no tratamento da ansiedade em adultos e crianças maiores de 12 anos. Temos
visto um excelente resultado em pessoas nos primeiros estágios de depressão e
nos adolescentes. A espinheira santa, para tratar gastrite, substituindo
medicamentos que podem trazer consequências no futuro, também tem sido
destaque”, completa Elenir. Para ter acesso a esse tipo de tratamento em
Toledo, o paciente tem acesso, na rede pública de saúde, a uma consulta
específica para a fitoterapia. Após a prescrição médica, os componentes são
manipulados e entregues gratuitamente.
Desde 2012, o Ministério da
Saúde tem apoiado projetos da cadeia produtiva de plantas medicinais e
fitoterápicos, por meio de editais. Para aumentar a oferta de plantas
medicinais e fitoterápicos com segurança, eficácia e qualidade, o Ministério da
Saúde selecionou em 2015, 12 projetos que receberam R$ 3,4 milhões para
implementação na compra de insumos, materiais de consumo, contratação de
pessoal e capacitação de profissionais. Nesta ação, está previsto ainda o
repasse de recursos de investimento de R$ 594 mil que serão distribuídos entre
os projetos selecionados e poderão ser utilizados na compra de mobiliário e
equipamentos.
Noêmia Tavares, coordenadora
da Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde explica a importância
de ampliar o acesso da população a este tipo de tratamento. “Esses medicamentos
já possuem um amplo uso pela população e a política procura incentivar o uso
racional deles. É muito importante ampliar os projetos que apoiem o
desenvolvimento tendo em vista que o Ministério da Saúde possui uma politica de
plantas medicinais e fitoterápicas instituída, que neste ano ela completa 10
anos de sua publicação, e um programa nacional para o assunto. É importante
apoiar tanto financeiramente como através de capacitações de apoio técnico para
execução das políticas em âmbito local”.
A cidade de Ajuricaba, no Rio
Grande de Sul, acabou de receber a verba do edital e vai iniciar o projeto em
2016. “O projeto prevê dois eixos principais, que são a dispensação de
medicamentos fitoterápicos no SUS e a capacitação, que prevê bolsas de
pós-graduação em fitoterapia para médicos e a formação da sociedade, que deve
acontecer em 12 encontros e formar 420 pessoas. Ainda disponibilizaremos
algumas mudas de ervas medicinais para a população, entre elas, está a
alcachofra, alecrim, calêndula, camomila, cavalinha entre outros”, explica Luis
Fernando Nunes, farmacêutico e coordenador do programa.
POLÍTICA NACIONAL - Em 2006
foi publicada a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e
destinado recurso específico para apoio ao uso de plantas medicinais e
fitoterápicos no âmbito do SUS. Desde 2012, são 78 projetos apoiados,
totalizando investimento superior a R$ 30 milhões. Esses projetos visam
fortalecer a cadeia produtiva nos municípios, estados e DF, especialmente a
oferta de fitoterápicos aos usuários do SUS. Os 78 projetos, que já receberam
recursos federais, encontram-se distribuídos por todas as regiões do país e
foram estruturados a partir dos editais do Ministério da Saúde. Até o momento,
são 31 iniciativas de arranjo produtivo local, 44 de assistência farmacêutica e
3 de desenvolvimento e registro sanitário de medicamentos fitoterápicos da
Rename por laboratórios oficiais públicos.
Fonte: Gabriela Rocha/ Blog da
Saúde
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