Com o mote ''testar, tratar e
vencer'', campanha contra tuberculose é protagonizada pelo jogador de futebol
Thiago Silva, tratado pelo SUS após ser diagnosticado com a doença
Nos últimos 10 anos, a
incidência de casos de tuberculose no Brasil reduziu 20,2%, passando de 38,7
casos/100 mil habitantes em 2006 para 30,9 casos/100 mil habitantes em 2015.
Neste mesmo período, a taxa de mortalidade teve também redução, de 15,4%. Em
2015, a taxa de mortalidade foi de 2,2 óbitos para cada 100 mil habitantes,
contra 2,6 registrados em 2006.
Os dados constam novo boletim
epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (24), Dia
Mundial de Combate à Tuberculose. O Brasil conseguiu atingir as metas dos
Objetivos do Milênio (ODM) de combate à tuberculose com três anos de
antecedência e, no ano passado, aderiu ao compromisso global de redução de 95%
dos óbitos e 90% do coeficiente de incidência da doença até 2035.
Em relação ao número de casos
novos, a redução nos últimos 10 anos foi de 12,5%. Em 2015, foram notificados
63.189 casos em todo o país, contra 72.213 em 2006. Um dos principais fatores
que contribuíram para a redução nos índices da doença foi a descentralização do
tratamento para a Atenção Básica. A tuberculose tem cura e o Sistema Único de
Saúde (SUS) disponibiliza, gratuitamente, o tratamento, que tem a duração
mínima de seis meses e deve ser realizado sem interrupção. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) estima que, atualmente, existam no mundo nove milhões de
casos novos da doença.
O principal sintoma da
tuberculose é a tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro. Qualquer
pessoa com esse sintoma deve procurar uma unidade de saúde para fazer o
diagnóstico. São mais vulneráveis à doença as populações indígenas,
presidiários, moradores de rua - estes devido à dificuldade de acesso aos
serviços de saúde e às condições específicas de vida -; além das pessoas
vivendo com o HIV. Dentre as pessoas com diagnóstico confirmado de tuberculose,
9,7% apresentaram com infecção por HIV em 2015.
CAMPANHA – O Ministério da
Saúde vai veicular novamente a campanha protagonizada pelo jogador Thiago
Silva, de conscientização sobre a importância do diagnóstico e do tratamento
contra tuberculose. A campanha, que tem como mote “testar, tratar e vencer”, será
veiculada durante duas semanas nas rádios, TVs, redes sociais, além de outdoor
social e outros meios de divulgação. O zagueiro foi diagnosticado com a doença
em 2005, quando jogava em um time russo. Ele retornou ao Brasil, onde recebeu
tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi curado e seguiu a
carreira de jogador.
A falta de informação pode ser
um obstáculo ao diagnóstico e ao tratamento. Por isso, as peças da campanha
alertam que pessoas com tosse por mais de três semanas - principal sintoma da
doença – devem procurar um serviço de saúde. O objetivo da campanha é levar
mais informação às pessoas, reduzindo o preconceito sobre a doença. A campanha
terá duração de duas semanas e será veiculada nas rádios, TVs, redes sociais,
além de outdoor social e outros meios de divulgação.
TESTE RÁPIDO – Em 2014, o
Ministério da Saúde implantou no país uma rede de diagnóstico da doença,
denominada Rede de Teste Rápido para Tuberculose (RTR-TB), utilizando a técnica
de biologia molecular PCR em tempo real. Denominado “Gene Xpert”, o teste
detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas e identifica se
há resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento.
Foram distribuídos 160
equipamentos para laboratórios de 92 municípios, em todas as unidades da
federação. Os municípios escolhidos notificam, anualmente, cerca de 60% dos
casos novos de tuberculose diagnosticados no país.
O investimento do Ministério
da Saúde para estas ações foi de cerca de R$ 10 milhões e, para monitorar a
implantação desta rede, mensurar a realização dos testes e auxiliar a
vigilância epidemiológica da doença, o Programa Nacional de Controle da
Tuberculose publicou, em dezembro de 2015, um relatório em que estão descritas
as principais atividades desenvolvidas pelos Programas de Controle da
Tuberculose (nacional, estadual e municipal), laboratórios municipais e
centrais no primeiro ano de implantação da RTR-TB, os avanços e os desafios,
além do monitoramento da produção do período.
Para 2016, o Ministério da
Saúde já adquiriu 70 novos equipamentos e 250 mil testes que serão
distribuídos, de acordo com critérios técnicos e operacionais, para municípios
brasileiros. Com a medida, o percentual de diagnóstico da doença será ampliado
para cerca de 75% de cobertura de casos novos.
Por Camila Bogaz, da Agência
Saúde
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