O público-alvo é de 49,8 milhões de pessoas. O
Ministério da Saúde está enviando aos estados e municípios 54 milhões de doses
da vacina contra o H1N1
A chegada do inverno no Hemisfério Sul requer atenção
redobrada para as doenças respiratórias, como a gripe. Por isso, o Ministério
da Saúde lançou, nesta quarta-feira (27), a Campanha Nacional de Vacinação
contra os Vírus da Influenza, sendo sábado (30) o dia D de mobilização
nacional. O público-alvo da campanha, que segue até 20 de maio, é de 49,8
milhões de pessoas. A meta do Ministério da Saúde é vacinar, pelo menos, 80%
desta população, considerada de risco para complicações por gripe. O lançamento
da mobilização, nesta quarta-feira, contou com a participação da atriz Arlete
Salles, que é a protagonista da campanha publicitária.
São integrantes deste grupo, pessoas a partir de 60 anos,
crianças de seis meses a menores de cinco anos (quatro anos, 11 meses e 29
dias), trabalhadores de saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45
dias após o parto), pessoas privadas de liberdade – o que inclui adolescentes e
jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas - e os funcionários do
sistema prisional. As pessoas portadoras de doenças crônicas não
transmissíveis, que inclui pessoas com deficiências específicas, também devem
se vacinar. Para esse grupo não há meta específica de vacinação
A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da
Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por
estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções
respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados
os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.
“A influenza é sazonal e cíclica. Em um ano podemos ter
mais casos da doença e em outro ano menos. Como não é possível prever esta
sazonalidade da doença, é importante que todas as pessoas integrantes do
público-alvo da campanha, se vacinem todos os anos”, explicou o secretário de
Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, nesta quarta-feira, durante o lançamento
da campanha.
DISTRIBUIÇÃO DAS DOSES - Desde 1º de abril deste ano, o Ministério
da Saúde está enviando aos estados doses da vacina contra a influenza de 2016.
Até o momento, 22 estados optaram por antecipar a vacinação para alguns grupos
do público-alvo. Vale ressaltar que, a partir do recebimento das vacinas, os
gestores locais têm autonomia para definir estratégias de vacinação da
população-alvo, observando a reserva adequada do produto para a campanha
nacional.
Nas quatro primeiras remessas (1º a 22 de abril), os
estados receberam 30,7 milhões de doses, o que corresponde a 57% do total a ser
enviado para a campanha deste ano. Estão previstas mais duas remessas com o
restante do quantitativo para as próximas semanas. O cronograma de distribuição
aos estados é elaborado de acordo com a entrega da vacina pelo laboratório
produtor, o Instituto Butantan. A entrega das vacinas aos municípios é de
responsabilidade dos estados.
Ao todo, serão distribuídas 54 milhões de doses da vacina,
que protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela OMS
para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). Em todo o país, serão 65
mil postos de vacinação, com envolvimento de 240 mil profissionais de saúde.
Também estarão disponíveis para a mobilização 27 mil veículos terrestres,
marítimos e fluviais.
“Até o dia 6 de maio, 100% das doses da vacina serão
entregues em todo o país. Não há necessidade de correria aos postos de saúde
porque há vacina suficiente para todos do público prioritário. Foram adquiridos
54 milhões de doses para todo o país, enquanto temos de público-alvo 49,8
milhões de pessoas. Portanto é importante reforçar que não há necessidade de
pânico porque a vacina não vai acabar”, afirmou o secretário.
As pessoas com doenças crônicas devem apresentar prescrição médica no ato da
vacinação. Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas
do Sistema Único de Saúde (SUS) deverão se dirigir aos postos em que estão
registrados para receber a vacina, sem a necessidade de prescrição médica.
A vacina contra gripe é segura e reduz as complicações que
podem produzir casos graves da doença, internações ou, até mesmo, óbitos.
Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de
hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da
influenza. “Temos milhões de pessoas vacinadas, não só no Brasil, mas no mundo.
Esta é uma vacina de vírus inativado, então não é possível ser infectado por um
vírus do imunobiológico. O que pode ocorrer é a pessoa, coincidentemente, ser
acometida por outro dos milhares de vírus em circulação, inclusive de
resfriados”, explicou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do
Ministério da Saúde, Carla Domingues.
CAMPANHA – A atriz Arlete Salles participou do lançamento da
campanha no Ministério da Saúde, nesta quarta-feira, e incentivou a vacinação.
“É um gesto fácil, simples. Você vai até o posto de saúde, se vacina e se
previne de uma gripe horrível que pode levar a morte. A vida sem saúde não tem
sentido, vamos ficar atentos com a nossa saúde”, afirmou Arlete Salles.
No filme publicitário que participa, a atriz convoca para se vacinarem aqueles
que têm mais chance de desenvolver a gripe de forma grave: idosos, crianças de
seis meses a menores de cinco anos, gestantes, trabalhadores de saúde e
puérperas.
Como o slogan ”Vacine-se contra a gripe e viva com mais
saúde”, a campanha já está no ar e conta também com peças complementares como,
cartaz, folder, anúncio em jornais e revistas, spots em rádio, mobiliário
urbano, além de divulgação na internet e redes sociais. A campanha será
realizada entre o período de 30 de abril e 20 de maio e tem por objetivo
reduzir as internações, complicações e mortes em decorrência das infecções pelo
vírus da influenza.
MEDICAMENTO – Em
março, o Ministério da Saúde encaminhou às secretarias estaduais de saúde um
documento pedindo que os gestores observem as orientações de tratamento
sugeridas no protocolo de atendimento da influenza. Uma das principais
recomendações do protocolo é a prescrição e o acesso rápido ao antiviral
Fosfato de Oseltamivir. Para atingir sua eficácia máxima, o medicamento deve
ser tomado nas primeiras 48 horas após o início da doença, na forma
grave.
Todas as pessoas integrantes do grupo prioritário da campanha
e que apresentem sintomas de Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG) devem tomar o medicamento mesmo que não ocorra o agravamento da
doença. O documento orienta ainda que o remédio seja indicado para pessoas que
não se encaixam nesse perfil, mas apresentam sinais de agravamento do quadro,
como falta de ar. Por fim, a droga é indicada para pessoas do grupo de risco
que estejam em contato com pacientes com H1N1. Neste caso, o remédio é
ministrado para prevenir a doença.
Em 2016, o Ministério da Saúde enviou às secretarias de
saúde dos estados, até o início de março, 891.400 unidades oseltamivir (30 mg),
729.000 de 45 mg e 2.237.000 de 75 mg. Este medicamento faz parte do Componente
Estratégico da Assistência Farmacêutica (CESAF), cuja compra é
centralizada, ou seja, o Ministério da Saúde é responsável pela aquisição e
envio aos estados. Cabe aos estados, Distrito Federal e aos municípios a
responsabilidade pelo armazenamento, controle de estoque e prazos de validade,
distribuição e dispensação.
O Ministério da Saúde reforça que, além da vacinação, a
população deve adotar medidas de prevenção para evitar a infecção por
influenza. Medidas de higiene, como lavar sempre as mãos e evitar locais com
aglomeração de pessoas que facilitam a transmissão de doenças respiratórias,
são algumas destas medidas.
CASOS DA DOENÇA -
Neste ano, até 16 de abril, foram registrados 1.635 casos de influenza de todos
os tipos no Brasil. Deste total, 83% (1.365) por influenza A (H1N1), sendo 230
óbitos, com registro de um caso importado (o vírus foi contraído em outro
país). O Brasil possui uma rede de unidades sentinelas para vigilância da
influenza, distribuídas em serviços de saúde de todas as unidades federadas do
país, que monitoram a circulação do vírus influenza por meio de casos de
síndrome gripal (SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
A Região Sudeste concentra o maior número de casos (976) de
H1N1, sendo 883 no estado de São Paulo. Outros estados que registraram casos
neste ano foram Santa Catarina (102); Goiás (62); Rio de Janeiro (44); Minas
Gerais (44); Pará (42); Distrito Federal (36); Rio Grande do Sul (32); Bahia
(32); Paraná (30); Mato Grosso do Sul (14); Pernambuco (11); Alagoas (6); Ceará
(6); Rio Grande do Norte (6); Espírito Santo (5); Mato Grosso (4); Paraíba (3);
Amapá (1) e Sergipe (1).
Com relação ao número de óbitos, São Paulo registrou 119,
seguido por Santa Catarina (20); Rio de Janeiro (17); Rio Grande do Sul (13);
Goiás (11); Minas Gerais (10); Bahia (8); Pará (6); Paraná (4); Distrito
Federal (3); Mato Grosso do Sul (3); Mato Grosso (3); Rio Grande do Norte (3);
Ceará (3); Alagoas (2); Pernambuco (1); Paraíba (1); Amapá (1) e Espírito Santo
(1). O Ministério da Saúde informa que está monitorando os casos de H1N1 nesses
estados junto com as vigilâncias locais.
CURSO – A partir desta
quarta-feira (27), profissionais de saúde de todo o país podem fazer curso
Online de Manejo Clínico da Influenza, oferecido pela Secretaria de Vigilância
em Saúde do Ministério da Saúde, por meio da Universidade Aberta do SUS
(UNA-SUS). Voltado para médicos, o objetivo do curso é atualizar esses
profissionais, que atuam em toda rede assistencial, para reforçar o manejo
adequado da influenza, de acordo com os protocolos vigentes do Ministério da
Saúde. Entre as orientações está a recomendação do uso da medicação antiviral
até 48h da manifestação dos sintomas e a atenção especial aos casos de síndrome
respiratória aguda.
O curso é oferecido desde 2013 e trata também do
diagnóstico diferencial entre o resfriado de síndrome gripal e a síndrome
respiratória aguda grave. Além disso, são abordados temas como os principais
riscos de complicação e as medidas que reduzem a transmissão da gripe. As
inscrições ficam abertas até novembro deste ano. Acesse a página do curso para
saber mais: http://unasus.gov.br/influenza.
PÚBLICO-ALVO DA CAMPANHA DE 2016
|
ESTIMATIVA
|
Idosos
|
20,8 milhões
|
Crianças (de seis meses a menores de 5 anos)
|
12,8 milhões
|
Trabalhadores de saúde
|
4,1 milhões
|
Gestantes
|
2,2 milhões
|
Puérperas (até 45 depois do parto)
|
366 mil
|
Povos indígenas
|
620 mil
|
População privada de liberdade, incluindo adolescentes e
jovens sob medidas socioeducativas
|
630 mil
|
Funcionários do sistema prisional
|
96,9 mil
|
Total de público-alvo e doses da vacina por UF
UF
|
Público-alvo
|
Doses Vacina
|
RO
|
350.256
|
376.700
|
AC
|
195.184
|
210.600
|
AM
|
942.947
|
1.037.900
|
RR
|
164.345
|
175.600
|
PA
|
1.704.531
|
1.846.400
|
AP
|
165.484
|
177.100
|
TO
|
326.013
|
349.700
|
NORTE
|
3.848760
|
4.174.000
|
MA
|
1.529.100
|
1.635.900
|
PI
|
732.193
|
783.500
|
CE
|
2.017.553
|
2.158.800
|
RN
|
776.019
|
830.400
|
PB
|
946.103
|
1.012.400
|
PE
|
2.095.962
|
2.242.300
|
AL
|
699.104
|
748.100
|
SE
|
454.675
|
486.600
|
BA
|
3.268.957
|
3.499.700
|
NORDESTE
|
12.519.666
|
13.397.700
|
MG
|
4.932.010
|
5.278.400
|
ES
|
849.659
|
909.200
|
RJ
|
4.165.042
|
4.456.600
|
SP
|
11.900.190
|
12.733.200
|
SUDESTE
|
21.846.902
|
23.377.400
|
PR
|
2.922.568
|
3.128.400
|
SC
|
1.759.539
|
1.885.300
|
RS
|
3.574.750
|
3.824.500
|
SUL
|
8.256.857
|
8.838.200
|
MS
|
667.922
|
722.200
|
MT
|
698.212
|
750.000
|
GO
|
1.433.414
|
1.533.800
|
DF
|
609.105
|
651.800
|
C.OESTE
|
3.408.653
|
3.657.800
|
BRASIL
|
49.880.838
|
53.445.100
|
Por Amanda Mendes, da Agência Saúde