Em Genebra, ministro Ricardo
Barros anuncia que vai investigar possíveis danos no desenvolvimento de meninos
e meninas cujas mães foram infectadas pelo vírus.
O Brasil acompanhará as
crianças que não nasceram com microcefalia, mas tiveram suas mães infectadas
pelo vírus Zika. A ação foi anunciada pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros,
nesta segunda-feira (23), na abertura 69ª Assembleia Mundial da Saúde, em
Genebra, na Suíça. Serão monitorados os casos notificados no sistema de
vigilância, mas descartados para microcefalia. O objetivo é verificar se
existem outras consequências da infecção pelo vírus.
“Oferecemos atenção integral
às crianças com microcefalia e vamos acompanhar as crianças cujas mães
apresentaram infecção pelo Zika durante a gestação, inclusive as que não
apresentam microcefalia, para detectar o surgimento de complicações
neurológicas, oculares ou auditivas”, garantiu Barros.
O próximo passo é definir
quais instituições vão oferecer o acompanhamento para identificar se o vírus
Zika pode estar relacionado a outras consequências no desenvolvimento das
crianças. Inicialmente, o Brasil deve contar com a participação da Organização
Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).
“Reconhecemos o papel
desempenhado pela Opas e pela OMS nas ações conjuntas com o Brasil na resposta
ao vírus Zika, emergência de saúde pública que já está presente em 60 países,
expondo 1,3 bilhão de pessoas à doença, dos quais 15% são brasileiros. Nos
próximos dias teremos oportunidades de debater e seguir compartilhando as
informações sobre a resposta a essa emergência”, ponderou o ministro.
Além de apontar as ações
implementadas no país contra o Aedes aegypti, como o fortalecimento da
vigilância em saúde e o estímulo ao desenvolvimento de novas tecnologias para
controle de vetores, o ministro tratou de tranquilizar as demais nações no que
diz respeito às medidas de segurança na área da saúde a serem executadas nas
Olimpíadas.
Em sua fala, Barros mostrou um
gráfico com a baixa incidência da transmissão de dengue e outras doenças
transmitidas pelo Aedes no período da competição no Rio de Janeiro (RJ).
“Tomamos medidas específicas de controle vetorial que me permite reafirmar que
os Jogos Olímpicos transcorrerão de maneira segura para a família olímpica e
todos os visitantes”, finalizou.
No evento técnico “Dengue:
reafirmando o diálogo”, o Brasil, um dos apoiadores do encontro, apresentou os
resultados da mobilização contra o Aedes aegypti e as novas tecnologias de
combate ao mosquito.
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL – Durante
o discurso, o ministro também abordou outras medidas que o Brasil está adotando
para atingir as metas da Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável, pactuada
em substituição aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Uma das ações
defendidas é o incentivo à alimentação e ao estilo de vida saudável.
“Precisamos de ações
inovadoras nesse campo que aumentem a efetividade da prevenção e promoção da
saúde. Neste sentido, acabo de firmar um compromisso para que todos os
alimentos oferecidos nos eventos realizados por instituições públicas federais
sejam saudáveis”, afirmou Barros.
O ministro também ressaltou os
avanços do Brasil em relação às doenças transmissíveis como HIV, DSTs e
hepatites virais. Outro ponto destacado foi o combate ao tabagismo, com a
regulamentação da Lei Antifumo, que proíbe o consumo de cigarros em ambientes
fechados e restringe a propaganda dos produtos, bem como o empenho no
aperfeiçoamento e implementação de políticas para enfrentar problemas
relacionados aos acidentes de trânsito e a preparação do sistema de saúde para
o processo de envelhecimento da população.
ASSEMBLEIA MUNDIAL – O evento,
realizado anualmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), reúne 194 países-membros
e tem como objetivo estabelecer metas conjuntas, diretrizes e acordos nas mais
variadas áreas da saúde. Além do evento principal, a assembleia contará com
reuniões bilaterais e multilaterais, bem como eventos paralelos.
Por Newton Palma, da Agência
Saúde
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