O objetivo é verificar se
essas mulheres foram infectadas pelo vírus durante a gestação e as
consequências para os fetos. Ao todo, 10 mil grávidas serão acompanhadas em
diversos países
O Brasil e os Estados Unidos
deram início a um estudo internacional para avaliação dos riscos que o vírus
Zika pode gerar para a saúde de gestantes e dos fetos. A análise será conduzida
pelo Ministério da Saúde do Brasil, por meio da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), em parceria com a agência governamental do Departamento de Saúde e
Serviços Humanos dos Estados Unidos. Ao todo, 10 mil mulheres grávidas serão
acompanhadas em diversos países onde há circulação do vírus, sendo quatro mil
brasileiras. O trabalho já teve início em Porto Rico, no Caribe, e no Brasil
deverá começar nos próximos dois meses (julho e agosto).
O estudo tem como objetivo
acompanhar toda a gestação de mulheres que não foram infectadas pelo Zika, a
partir do primeiro trimestre de gravidez. Depois do parto, os bebês serão
monitorados durante um ano. A ideia é determinar se essas mulheres foram
infectadas pelo vírus durante a gestação e verificar as consequências dessa
infecção para os fetos, quando houver casos positivos. Participarão do
acompanhamento mulheres a partir de 15 anos de idade. No Brasil, o trabalho
será realizado com moradoras dos municípios do Rio de Janeiro (RJ), Salvador
(BA), Recife (PE) e Ribeirão Preto (SP).
Além do Brasil e Porto Rico,
serão monitoradas gestantes da Colômbia, além de outras regiões onde há
circulação do Zika. O acompanhamento será realizado mensalmente durante o
pré-natal, além de exames que serão realizados semanalmente, por até seis
semanas após o parto. Além de exames físicos, as grávidas terão amostras de
sangue, urina, saliva e secreções vaginais coletadas. Os recém-nascidos serão
avaliados 48 horas após o nascimento, e novamente aos três, seis, nove e 12
meses.
A análise será feita pela
comparação dos resultados das gestações entre mães infectadas e não infectadas
por Zika. Todas as informações relatadas durante o estudo serão documentadas,
como a frequência de abortos espontâneos, nascimentos prematuros, ocorrência de
microcefalia, malformações do sistema nervoso e outras complicações. O estudo
também vai comparar o risco de complicações na gravidez entre mulheres que
tiveram sintomas de infecção por Zika e aquelas que foram infectadas, mas não
apresentaram sintomas. Além disso, avaliará as alterações causadas pela infecção
em embriões e fetos, e a forma com que outros fatores podem interferir, como
determinantes sociais, ambientais e a ocorrência de outras infecções, como
casos prévios de dengue.
No Brasil, além da Fiocruz,
outras instituições estarão envolvidas, como os Institutos Nacionais da Saúde
(NIH).
Por Camila Bogaz, da Agência Saúde
(61) 3315.3580 / 3435
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